A FINAL
O Dakar 2016 terminou no fim de semana passado e pode ser considerado um dos mais atípicos do Raid. A decisão inesperada dos chilenos de não participarem desta edição fez com que os organizadores se desdobrassem para criar um novo percurso, e de última hora não conseguiram fazer um trajeto à altura do verdadeiro Dakar.
Atípica. E justamente por isso houve uma edição atípica em 2016. Os pilotos que lideravam na primeira semana da competição simplesmente viraram coadjuvantes na segunda semana. Semana essa que o percurso voltou a ser como sempre foi: difícil para homens e máquinas. Muito calor, muita areia, desgaste físico e mental e ainda a necessidade de um bom conhecimento de navegação, apesar de o GPS hoje ser coisa comum na competição.
Mister Dakar. Assim, o líder dos carros da primeira semana, Sebastian Loeb, virou figurante nos últimos dias. Loeb e seu navegador, Daniel Elena, sofreram muito e disseram que aprenderam com a edição deste ano e que em 2017 voltam para vencer. O vencedor foi o mito Stéphane Peterhansel, que também corre com Peugeot.
Números. Peterhansel é uma velha raposa do deserto. E agora com a vitória de 2016 ele soma doze trunfos no Dakar: seis com a Yamaha, três com a Mitsubishi, dois com a Mini e um com a Peugeot. Isso sem dizer que teve a de 2014 lhe tirada por ordens de equipe, quando ele era o ponteiro. Em 2014, ele viveu um dia de Rubinho.
Vergonha. A vitória de Peterhansel está sub judice. Como relatei na semana passada, o dono da equipe X-raid entrou com um protesto alegando que Peterhansel havia abastecido em uma zona proibida. Essa é a parte feia do esporte, querer ganhar no tapetão. Peterhansel não merece isto. E nem Al-Attiyah, que seria o beneficiado caso existisse uma punição. Dos 112 carros que largaram apenas 67 chegaram à final.
Massacre. Nas duas rodas, Paulo Gonçalves, piloto da Honda, havia conseguido ser superior no início. A equipe oficial da Honda até achou que iria quebrar o longo domínio da KTM no Dakar. Mas bastou a competição se tornar mais dakariana para que o português se desse mal. E a KTM venceu mais vez com Toby Price. Foi a 15ª vitória consecutiva da marca austríaca no Dakar.
Marco. O triunfo do australiano Toby Price derrubou uma mania que durou onze anos. Desde 2005, nas duas rodas, o resultado era de Cyril Despres ou de Marc Coma. Essa foi apenas a segunda participação de Price no Dakar. Já na estreia, 2015, ele foi ao pódio com o terceiro posto.
Brasileiros. A dupla João Franciosi/Gustavo Gugelmin terminou na 59ª posição, depois de enfrentar uma série de problemas mecânicos no Mitsubishi ASX. Já Leandro Torres e Lourival Roldan, da categoria UTV, completaram em 58º na geral, terceiro na sua categoria.
UMA ÓTIMA SEMANA!