Hoje vamos falar um pouquinho sobre a carreira de um piloto italiano que em 2001 derrotou as duas maiores estrelas da F1 atual – Nico Rosberg e Lewis Hamilton – e de quebra a maior estrela da categoria rainha na época – Schumacher –, que correu apenas na última etapa daquele ano.
Schumacher já era o bam-bam-bam da F1 na época. O tetracampeão trabalhou muito para que a última etapa do Mundial de Kart de 2001 acontecesse na Alemanha. Isso porque esta final, que estava marcada para ser em Suzuka, foi cancelada, e assim Shumy usou todo cacife que tinha na época e conseguiu trazer a etapa para seu quintal de casa, em Kerpen.
Lutando. O piloto que foi autor da façanha foi um ser conhecido como Vitantonio Liuzzi. Um italianinho que fez de tudo para se consagrar no esporte. De origem humilde, tentou de tudo e chegou a ser piloto de teste de uma fábrica de Kart italiana que só usava componentes reaproveitáveis. E isso lhe rendeu várias fraturas.
Relembrando. No ano de 2000, Liuzzi era o principal dos três pilotos da equipe CRG. Terminaram a temporada sem se classificar entre os dez primeiros. Porém, um ano depois se consagraram campeões mundiais, e ganhando das maiores feras da época.
Focado. Depois do campeonato ganho, todos na equipe apontaram Liuzzi como o ingrediente principal para a equipe ser a campeã naquele ano. Ficou claro que Liuzzi uniu a equipe e trabalhou muito como piloto de testes para tornar seu equipamento competitivo.
Em relatos, foi Liuzzi quem reconstruiu a equipe em um ano e que ele tinha tudo para chegar ao topo no automobilismo mundial.
Davi e Golias. Na maior equipe da época, a Tony Kart, o principal piloto era David Foré, uma lenda desse esporte. Schumacher também escolheu essa escuderia para correr na última etapa. Nico e Lewis corriam pela MBM, uma associação entre McLaren e Mercedes e com um orçamento sem limites. No entanto, o campeão foi de uma equipe com menor orçamento e sem grandes estrelas até ali.
* Em 2001, o principal assunto das conversas de Kart era sobre Liuzzi. Diziam que ele não era apenas bom, ele era especial. Também em 2001, Liuzzi disputou a F Renault alemã, conquistando o vice-campeonato da categoria.
Coadjuvantes. Nessa época, Hamilton e Rosberg sonhavam ser tão bons quanto Vitantonio. Imagine, Lewis e Nico eram apenas coadjuvantes. Ao mesmo tempo, os dois não podiam reclamar de seus equipamentos, pois tiveram tanto apoio e suporte que seria difícil gastar mais com eles. Então tinham mesmo é que treinar muito e tentar superar a grande estrela.
Carros. Em 2002, Liuzzi se concentrou mais nos carros e foi contratado pela Red Bull para disputar a temporada de 2003 na F3000. Tonio conseguiu terminar a temporada no quarto posto. Em 2004, ganhou sete das dez corridas, se tornando campeão com uma corrida de antecedência. Essa foi a última temporada da F3000.
2005. Em 2005, nasceu a GP2 como substituta da F3000. Nico foi o primeiro campeão da categoria. Na temporada seguinte, em 2006, foi Lewis quem ganhou. Também em 2005, Tonio estreou na F1 pela Toro Rosso. Depois que chegou na F1, a estrela do italiano se apagou. Nunca mais ganhou nada. Também nunca correu num carro de ponta.
Destino. Não é fácil entender como os destinos desses três pilotos tenham sofrido uma reviravolta brutal desde 2001. O outrora Rei e os dois coadjuvantes são agora: Lewis, o Rei; Nico, o bom e veloz; Liuzzi, a decepção.
Boemia. Alguns dizem que o italiano conheceu o sucesso muito cedo e era muito aclamado dentro da Red Bull. E a Red Bull era famosa por suas magníficas festas onde não faltavam belas garotas e outras coisinhas mais. E essa vida fora das pistas tirou o foco do piloto. E assim, um piloto que era considerado “especial” se tornou mais um dos que não se deram bem na categoria rainha.
Uma ótima semana!