Devaneio.Existem situações que nunca imaginamos, mas que sempre teimam em existir. São coisas que, ao longo do tempo, vão nos desafiando. Na F-1, Michael Schumacher e Rubens Barrichello viveram papéis diferentes, mas sempre um ao lado do outro. Explicand Foram parceiros por anos na Ferrari, quando a Ferrari era o bicho-papão, de 2000 a 2004.
Sobrando. E há quem diga que todo o trabalho de desenvolvimento dos carros, naquela época, era feito por Barrichello. Época em que as equipes que tivessem bala na agulha (dinheiro) dispunham da melhor e indispensável ferramenta para conquistar um lugar ao sol. Cada treino privado custava uma pequena fortuna. Aluguel do autódromo e toda infraestrutura (ambulância, médicos, oficiais de pista, bandeiras e tudo mais) que envolve um treino com segurança.
Sina. Depois desses anos na sombra, Barrichello tentou carreira solo na Honda. E era quem acertava e achava os erros do carro, mas quem ganhou a primeira corrida pelo time foi Button, assim como aconteceu na finada Stewart. Ele fez o trabalho de acerto, mas quem ganhou não foi ele. Depois de achar que estava fora da F-1, no início de 2009, ele se viu no carro que seria o campão daquele ano. O carro, mais uma vez, foi acertado por ele. E era um carro fora do regulamento e com aval da FIA.
Made in England. Foi criada a equipe Brawn, que não era nada mais nada menos que o carro da Honda com motor da Mercedes, cortesia de Verme Ecclestone. A Honda não forneceria os propulsores, mas a equipe achou algo melhor. E como a trapalhada era toda inglesa e patrocinada por um Sir, o piloto, que deveria ser campeão, era justamente o inglês do time.
Era Brawn. Foi uma sucessão de quebras e sujeiras da equipe para com Barrichello, assim como tinha sido na era Maranello. Quem mandava na Brawn, porém, era o mesmo canalha que fez de Schumacher o maior recordista de todos os tempos até aqui. É dolorido ver um piloto que diz correr por amor ao esporte, aceitar tantas sujeiras como Barrichello aceitou nos tempos em que conviveu com Ross Brawn.
Passado. Mas o que me levou a falar de todo esse passado sujo, do qual o esporte deveria ter vergonha, é que a vida de Barrichello e a do alemão podem se cruzar novamente. Segundo a Radio Paddock, o alemão tem tudo para se aposentar novamente ao final desta temporada. Mas, como sempre, ele nega, até a última hora.
Bambambã. Quando parou pela primeira vez, muito rico e cheio de moral, contava ainda com um grande salário. O alemão voltou achando que era o mesmo dos tempos da Ferrari. A realidade, porém, foi outra.
Abóbora. Mas a verdade é que a Brawn, que virou Mercedes e com um belo orçamento, hoje não é páreo para os carros da Red Bull, McLaren e Ferrari. E o alemão também não tem sido páreo para seu companheiro de equipe, o também alemão Rosberg. Falta alguém com um ótimo feeling para acertar o carro. A lógica diria que, com a saída do alemão, a bola da vez na Mercedes seria o Di Resta.
Experiência. Não adianta colocar o bom DI Resta na equipe, se o carro ainda não está à altura do nome Mercedes. E seria prudente dar mais quilometragem ao Di Resta para que, quando ele for para a equipe da estrela, já esteja totalmente afiado.
De novo. Por essas e outras é que nosso piloto acertador e mercenário poderia ter algo a ver com a saída do alemão da equipe estelar. E assim, mais uma vez, ele estaria com o sanguessuga do Brawn e faria o papel de coadjuvante.
Rubinho não esconde de ninguém que quer continuar na F-1, e a Williams não confirmou nada até agora, pois, na verdade, está à procura de um piloto melhor que o Maldonado e com uma mala cheia de dinheiro. Isto porque o nosso piloto aceita muitas coisas, mas, de uns tempos para cá, Barrichello nunca pagou para correr. Pelo contrário, ganhou e bem. Nada a ver com a época em que entrou na F-1 via Arisco.
Felicidades a todos!