REGINALDO LEITE

Começa a incomodar a F-1

A Ferrari pode perder grande receita com o afastamento do grupo espanhol e outras...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 20/06/2012 às 11:16Atualizado em 19/12/2022 às 18:59
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Semana  passada, a CVC, empresa que detém os direitos comercias da F-1 – nada a ver com a agência de viagens que temos por aqui com o mesmo nome – vendeu parte de suas ações para um grupo de investidores. Foi vendido algo em torno de US$ 500 milhões do valor da categoria para os investidores, Waddell & Reed Investment Management Company e o Ivy Investment Management Company.

Mês passado, a mesma turma já havia anunciado uma compra conjunta na participação da F-1. Depois da nova aquisição, o grupo tem  20,9% de participação. Segundo a Rádio Paddock, as ações hoje valem algo em torno de  US$ 9,1 bilhões de dólares. Se bem que algumas fontes fazem esse cálculo em Euros.

Dúvida. O que não dá para entender é que quem manda no circo é o Samsonite, Primicia ou Le Postiche, como queiram, do Verme Ecclestone, e não a CVC, isto é, na prática. O que parece é que isso tudo é apenas  mais uma fachada do Verme. Pra se ter uma ideia dessa pizza em questão de números, essa CVC usou cerca de US$ 2 bilhões para ter controle total da F-1 nos idos de  2005 e 2006. Agora, com a venda de  mais ou menos 20% da categoria, a CVC  recuperou quase todo o dinheiro investido.

Aqui. Esse tipo de negociação lembra alguns políticos brasileiros e até mesmo alguns agiotas daqui que se disfarçam de empresários, construtores e advogados e, ainda, proprietários de instituições de ensino ou fazendeiros. É o lado podre do ser  humano, que põe o dinheiro à frente de tudo em qualquer situação. Não tem distinção de  raça ou credo, eles simplesmente existem. São capazes de tudo por dinheiro e se fingem de honestos. Mas não perdoam nem a mãe.

Para ser justo. A maioria simplesmente não gosta de realizar nada, eles apenas gostam de se apropriar sem realizar ou trabalhar.  Nesse quesito, o Verme conseguiu ser diferente. Ele conseguiu organizar o que era uma zona. Depois de pôr a casa em ordem, passou a administrar grandes somas, inicialmente com os direitos de TV, porém em proveito próprio. Só que, depois disso, achou que é dono da categoria. E não é qualquer categoria, é a categoria rainha da quatro rodas.

Faro. Na época, ele conseguiu organizar ou aglutinar as equipes. A maioria na F-1 eram garagistas, ou seja, chefes de equipes que fundavam suas escuderias com muito trabalho e dedicação. O Verme tem a graça de ser o primeiro que enxergou tudo como um grande negócio. Tanto é que abriu mão de sua equipe, a Brabham, para se comprometer apenas com a administração do espetáculo. Seus principais assessores são antigos funcionários da equipe.

Adeus, Maria. Depois que organizou a zona, vieram as grandes equipes, apoiadas por multinacionais  ou montadoras. Aí seus executivos viram que o grande mala havia fechado o cerco e que ninguém, nem  mesmo com muito dinheiro, poderia desbancar o poder que o Verme criou. Isso enfureceu muitas montadoras que tentaram, por várias vezes, enfraquecer ou tomar  do velho mala o comando da F-1.

Realidade.  E tentaram até ontem, mas depois da crise européia a ideia do momento  é reduzir os custos. E  quem está levantado a lebre é simplesmente Luca di Montezemolo, o presidente da Ferrai. Isso por que seu maior patrocinador, um banco espanhol, encontra-se em dificuldades, e este banco é que banca a maior parte das despesas da equipe, hoje em dia.

Do outro lado. Enquanto Montezemolo espalha aos quatro ventos que os custos devem ser repensados, vem a notícia de que o principal piloto da equipe é o maior salário da F-1. A princípio, é estranho uma pessoa pregar redução de custos quando ele próprio inflaciona o mercado de pilotos, pagando muito para um piloto.

     

Verdade. A crise no velho mundo começa a incomodar a F-1. A Ferrari pode perder grande receita com o afastamento do grupo espanhol e outras equipes também devem enfrentar problemas com seus orçamentos para o ano que vem. O alerta está disparado e a Fia já tem data definida para acertar as arestas com todas as equipes, dia 30/06/2012. O regulamento técnico deve ser revisto, com a ideia fixa de reduzir custos e igualar a competição.

Programação do GP de Valência

1º TREINO – sexta-feira - 22/03 – 6h – SporTV

2° TREINO – sexta-feira - 22/03 – 9h – SporTV

3º TREINO – sábado – 23/06 -  6h – SporTV

CLASSIFICAÇÃO - sábado - 23/06 – 9h – Globo e SporTV (horário alternativo)

CORRIDA - Domingo - 24/06 - 9h – Globo e Rádio JM

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