E a Fórmula 1 realizou sua sexta etapa e justamente no circuito de maior importância do calendário da categoria. É difícil de entender para os leigos de plantão como uma pista como a de Monte Carlo pode ser a de mais relevância do calendário. Na verdade, vencer neste circuito carrega uma senhora importância para qualquer piloto, mas quem vence em Spa se sente mais realizado como piloto. Uma coisa é vencer numa pista onde não existe área de escape e o piloto não pode tentar dar o melhor de si em curvas de alta, onde realmente podemos ver quem é quem no comando de uma máquina de mais 800 HPs e com um pezinho de top model.
6 X 6. Foram seis etapas e seis vencedores distintos. Algo inédito nesses mais de sessentas anos de F-1. Nunca tivemos um campeonato tão disputado. O de 1.983 era até aqui o de maior diversidade. Porém, foi em 1.982 que o papai Rosberg foi campeão, com apenas uma vitória. Mas vivíamos uma época de transição, a dos motores aspirados para os turbos. E Keke venceu esse campeonato disputadíssimo com o que era o convencional até aquela data, os motores da Ford, que depois vieram a ser conhecidos como Cosworth.
Normal. O vencedor da etapa de 2012 foi o pole, no caso Mark Webber, depois da punição do alemão. E nesta pista quem é pole normalmente é o vencedor, a não ser que aconteça alguma coisa anormal ou extrapista. A dona chuva era esperada e, se desse o ar da graça, o circo ia pegar fogo. Porém, ela apareceu de forma tranquila e não conseguiu embaralhar as cartas.
Imagine como Schumacher deve ter se arrependido daquela babaquice que cometeu com o Bruno, na Espanha. Depois de conseguir a pole, ele teve de amargurar a punição de cinco posições que sofreu depois da etapa hispânica. Foi o melhor resultado de sua reestreia.
Como foi. As corridas de Monte Carlo são uma procissão ou viram uma loteria por algum acaso. Como citamos antes, neste ano não tivemos qualquer intempérie do destino ou do tempo para movimentar a competição. E, assim, a corrida foi apenas uma procissão de carros, onde ninguém ultrapassava ninguém. Salvo a largada, onde Grosjean mais uma vez não conseguiu completar a primeira volta, depois de provocar um salseiro, as emoções foram poucas. O engraçado foi colocarem o Safety Car depois do caos. Se fosse no Brasil, cabeças iriam rolar. Mais salseiro mesmo aconteceu nas etapas da GP-2.
Sem sal. A corrida prosseguiu sem qualquer disputa até que vimos o Vettel com pneus duros alcançar a ponta. E ficar por lá um bom tempo até parecia que sua tática iria dar certo, pois foi assim que venceu no ano passado. Porém, quando voltou de sua troca, ficou preso atrás do espanhol e nunca o incomodou, como sempre. Parece que ele tem certo freio no pé direito quando se trata do Alonso. Se bem que o circuito desta feita não favorecia um ataque com eficiência, mas, como em outras situações, ele nem tentou. Parece que o espanhol tem um antídoto mental contra o alemãozinho. Voltando à prova, lá pela volta 62, vimos uma ultrapassagem; era o Vergne passando pelo alemão, que sofria de problemas técnicos. E, na sequência, outros também superam a Mercedes.
Esperança. A prova seguia sem muita graça e ninguém conseguia passar ninguém. Até a TV começou a mostrar as pessoas nas arquibancadas, abrindo o guarda-chuva. Aí pensei: o bicho vai pegar é no finalzinho. Porém, nada aconteceu e a procissão continuou ate o final. Vitória do australiano. Mais uma figura diferente no topo do pódio de 2012.
Médias. Outros recordes dessa etapa foram as médias dos pilotos. A melhor média foi a de Vettel, com 1:475. Já a de Massa, o sexto colocado, foi 1:536. Ou seja, entre a melhor média e sexta marca, uma diferença de apenas seis décimos. Isto demonstra o quanto está equilibrada a temporada. Com as duas melhores marcas na mão da Red Bull, seria normal pensar que a equipe taurina voltou ser competitiva. Porém, longe do ritmo da temporada passada. A melhor volta foi de Sergio Perez, da Sauber, 1:17,296.
Indianápolis. As quinhentas milhas, como sempre, foi um show. Show de marketing, paciência e, também, como sempre, com um final eletrizante. Kanaan chegou a dar esperança à torcida brasileira no final, depois de uma relargada magnífica. Interessante notar o tanto que a torcida norte-americana torce por ele. Sato continua o mesmo kamikaze de sempre e terminou no muro no finalzinho. Já pensou se um japonês ganha esta lendária prova! Seria um fato inédito e vai continuar assim. Toni terminou em terceiro, Helinho foi décimo e Barrichello chegou em décimo primeiro. Dario Franchitt venceu pela terceira vez, com Dixon em segundo. A Ganasi fez o primeiro e o segundo e Penske teve como melhor R. Briscoe, em quinto.