DAKAR 2016
UMA SEMANA SURPREENDENTE
A trigésima oitava edição do raid segue surpreendendo. A equipe que usa os carros Mini era favorita e foi surpreendida pela Peugeot. Os Minis não ganharam nenhuma especial na primeira semana. O que vimos foi um domínio arrasador dos carros franceses que chegaram a fazer primeiro, segundo e terceiro em várias etapas. Ala francesa. E como não poderia deixar de ser, o pessoal da Mini começou a achar que a Peugeot tinha algo fora do regulamento. Depois apontou a Michelin como a responsável pelo grande desempenho dos franceses, pois as duas marcas são francesas e a Peugeot estaria usando um pneu especialmente desenvolvido pela Michelin para os 2008 DKR. Choro. Isso é choro de mau perdedor. A X-Raid (Mini) vinha dominando o Dakar desde 2013. E se viu surpreendida com o domínio dos 2008 DKR. Ano passado, os Peugeot foram mal e não ganharam nada. Mas como é uma equipe de fábrica e com grandes recursos, trabalharam muito e fizeram um carro vencedor para 2016. Outro. Não foi só a Peugeot que surpreendeu na primeira semana. Sebastien Loeb, o maior vencedor do WRC, estreou no Dakar e, para surpresa geral, chegou até a liderar nos carros. A edição de 2016 não foi ao Chile e as primeiras etapas foram mais amenas que o normal. Está aí a explicação do ótimo desempenho do estreante. Verdadeiro. Porém, na segunda semana, o percurso já foi mais ao estilo do velho Dakar. Muitas dunas e um calor dolorido. E aí, Loeb sofreu muito, conheceu o verdadeiro Dakar, e desabou na tabela. Na quarta-feira (13), ele ocupava a oitava posição. Teimoso. O próprio Loeb se disse surpreso com sua primeira semana. Peterhansel, raposa experiente e companheiro de equipe de Loeb, aconselhou: “Comece devagar, vá com calma, pois nos últimos segundos é que começa a corrida para vitória”. E Loeb fez o contrário, mandou o pé e quando chegou a parte difícil continuou a acelerar e sofreu alguns acidentes. Pai. Outro que vinha bem era o espanhol Carlos Sainz que também corre com Peugeot. Na quarta-feira (13), ele largou como líder e tinha sete minutos de vantagem para cima de Peterhansel. Porém, no decorrer da especial, sofreu uma quebra na carcaça do câmbio, perdendo muito tempo. Chegou com seis horas de atraso e sua equipe decidiu abandonar. Igualzinho. Nas duas rodas aconteceu algo semelhante: o líder da primeira semana de competição não foi bem na segunda semana. Paulo Gonçalves, português, piloto oficial Honda, sofreu um tombo cinematográfico. Posteriormente, quebrou o radiador o que ocasionou um superaquecimento. Gonçalves trocou o pistão e acabou penalizado. E ocupava a oitava posição no dia 13. Novidade. Ainda nas duas rodas, novo líder é o australiano Toby Price, KTM, que estreou ano passado com um terceiro lugar. E tem tudo para se sagrar campeão nesta edição. Se não for vítima de algum infortúnio, situação muito comum no Dakar. Brazucas. Nesta edição 2016, o Brasil levou poucos representantes. Nas duas rodas, apenas Jean Azevedo, que abandonou nos primeiros dias. Nos carros tínhamos: Guilherme Spinelli/Youssef Haddad e João Franciosi/Gustavo Gugelmin, Spinelli e Haddad abandonaram no começo. Franciosi e Gugelmin ocupavam 66ª posição em 13/01. A dupla Leandro Torres/Lourival Roldam corre com UTV Polaris, a melhor classificada na quarta-feira (13), com a 56ª posição. Uma ótima semana!