REGINALDO LEITE

Dois repórteres morreram cobrindo o rali Dakar

Nesta etapa, considerada uma das mais difíceis pelos (Leia mais...)

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 22/01/2014 às 10:19Atualizado em 19/12/2022 às 09:20
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Até que enfim! Essa era a frase na cabeça daqueles que conseguiram chegar  a Valparaíso na bandeirada final. Existem muitas competições duras no mundo de hoje. Mas nada se compara aos dias vividos no Dakar. Os pilotos e seus equipamentos são submetidos ao limite e à exaustão. E  pior, sofrem não só pilotos e máquinas. Sofrem todos os que se habilitam a acompanhar o raid.

Sendo assim, a organização e a mídia também se submetem ao caos que é essa competição. Mecânicos, engenheiros, chefes de equipes, motoristas, médicos, enfermeiras, massagistas, cronometragem e até os profissionais da mídia sofrem ao acompanhar a competição.

Luto. Este ano dois repórteres morreram cumprindo sua missão de nos mostrar algo inédito. Nesta etapa, considerada uma das mais difíceis pelos pilotos, não houve mortes entre os assistentes, o que acontece em quase todas as edições.

Discussão. Outro dia, em um grupo de amigos, desenrolou uma discussão do tip qual a competição mais insana do mundo? Uns disseram que seria a corrida da Ilha de Man. Mas não houve consenso. A maioria votou no Dakar.  Realmente, esta é a corrida mais desumana da atualidade. Existem muitos raids na África, no Oriente. A Baja 1000, nos EUA, por exemplo, também é uma corrida matadora. Há também subidas de montanhas e dunas que são verdadeiros desafios à física e à lógica. Porém, nenhuma dura quatorze dias, quando você é apenas um número. Se seu transponder falhar depois de um grave acidente, você corre o risco de ficar ferido por várias horas ou até um ou dois dias. Existe um caminhão vassoura nos dias atuais. Mas isso depende e muito da eletrônica e, quando ela falha, só Deus ou algum milagre pode te salvar.

Mais um. Nesta edição, um piloto de moto também foi vítima do rali. E, por sorte, ele foi achado pelo vassoura. Seu nome era Eric Palante, belga e tinha 50 anos. Aí muitos perguntam: o que um tiozinho de 50 anos estava fazendo numa competição tão difícil? A verdade é que esse piloto estava em sua décima primeira participação do rali. E nesta corrida, quanto mais experiente, melhor. Acontece que esse tipo de competição sempre tem vários tipos de armadilhas e que já vitimou vários pilotos experientes. Pela lógica, a única categoria, com alguma segurança, é a dos brutos; a mais perigosa é a das duas rodas seguida pela dos quadrículos. Isso não quer dizer que correr de carro é uma mamata. Essa competição é matadora para todos que se envolvem com ela.

Brutos. Chega de falar dos perigos da criação de Thierry Sabine, pois ele mesmo foi vítima de sua invenção. Na categoria dos pesados,  a vitória coube a  Andrey Karginov do esquadrão Kamaz, que tinha como favorito o campeão do ano passado, Eduard Nikolaev. Mas quem deu as cartas no início foi Gerard De Rooy com seu Iveco bicudo. Karginov foi construindo sua vitória aos poucos no decorrer do rali. E na bandeirada, tanto De Rooy quanto Nikolaev sucumbiram a eficiência de Karginov. Em termos de marca não houve surpresas. A Kamaz é sempre candidata ao título mesmo com a Iveco gastando muito mais grana.

Quadris. A categoria dos quadriciclos, que sempre é dominada por sul-americanos, na verdade argentinos de uma mesma família, nesta edição viu o principal favorito abandonar a disputa antes da metade do raid. E assim não vimos um Patronelli na liderança ou entre os principais. E por algumas etapas pilotos europeus mandaram na categoria. Mas, parece que Deus é torcedor dos sul-americanos nesta categoria, e no final deu um piloto chileno vencendo em casa, no Chile. Foi demais a alegria dos presentes.

Duas rodas. Nessa categoria, todos esperavam um grande duelo entre Marc Coma e Cyril Despres. Mas o que vimos foi uma vitória quase fácil de Coma. Sabidamente, tinha o melhor equipamento, ou seja, a KTM.  Se bem que o Despres de 2014 não foi aquele dos anos anteriores. Ele tinha vencido cinco vezes e se vencesse em 2014 igualaria a Peterhansel. O piloto de ajuda de Despres, Olivier Pain, conseguiu ser o terceiro. No entanto, quem deu as cartas no início foram as Hondas. Essa marca quando resolve  investir numa categoria ou campeonato, ela briga pela ponta. Este ano eles foram com pilotos sem fama ou grande experiência. Ano que vem devem vir mais fortes.

Carros. A equipe favorita venceu. Os grandes desafiantes ficaram pelo caminho. Os Mini fizeram primeiro, segundo e terceiro. Nani Roma venceu, porém, foi uma vitória sem glória, pois a equipe brecou Stéphane Peterhansel. Ou seja, a vitória de Roma foi por ordem de equipe, uma vergonha.  Nasser Al-Attiyah ficou na terceira posição. O interessante foi Al-Attiyah, que chegou com 56 minutos de atraso. Isso porque ele foi penalizado em uma hora. Sem a punição, certamente ele seria vencedor.

Felicidades.

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