REGINALDO LEITE

Emoções e disputas do começo ao fim

Algo raro nos últimos tempos. Acho que essa temporada foi diferente daquilo que...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 28/11/2012 às 11:50Atualizado em 19/12/2022 às 16:02
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Sensacional, emocionante, demais e sei lá quantos adjetivos poderiam ser usados para definir esta etapa. A corrida teve emoções e disputas do começo ao fim. Algo raro nos últimos tempos. Acho que essa temporada foi diferente daquilo que estávamos acostumados há alguns anos, quando só um carro tinha o domínio sobre os demais. A vitória ficou com o inglês, mineirinho, Jenson Button. O favorito Hamilton foi vítima de uma disputa e acabou de fora. Desta feita, inocentemente. Lewis vai sentir saudades de uma situação assim ano que vem, a de ter um carro para disputar a liderança.

Soma.  Ingredientes contribuíram para esse espetácul a sua, a minha ou a nossa querida dona chuva e também o seletivo traçado de Interlagos. Com esses dois fatores ou ingredientes juntos, esta etapa, que tivemos o prazer de  assistir,  foi uma das melhores finais dos últimos tempos. O melhor de tudo foi a inconstância da chuva e de quem seria o campeonato, que mudava de mão a todo o momento. Parabéns a todos os pilotos que participaram deste show de habilidade e esportividade.

Vettel. O piloto alemão demonstrou, mais uma vez, que é guerreiro, como em Abu Dhabi que na primeira volta era o último do grid e foi galgando posições no braço e também contando com a inexperiência de alguns à sua frente. Justiça seja feita. Vettel não contou com a ajuda da equipe ou de seu companheiro de equipe até a bandeirada final do GP do Japão. E em momento algum violaram o equipamento do Webber para favorecer Vettel. E vendo todas as canalhices que os italianos cometeram, não seria justo o campeão ser aquele que desfrutou de muitas medidas sujas em nome do jogo de equipe. Venceu o melhor e a equipe que joga menos sujo. Parabenizamos a dupla

onso. O espanhol mais uma vez não tinha uma feição boa ao final da prova. O mais estranho é ele achar que seria campeão depois de tantas canalhices cometidas.  Chegou a comentar que seu principal rival era Newey e não Vettel. Adrian não estava no cockpit em Abu Dhabi e nem em Interlagos. Liderar um campeonato enquanto os oponentes se perdem por alguma adversidade é uma coisa, mas ganhar apenas no azar dos outros, é raro. Não há dúvidas quanto à boa pilotagem do espanhol. Porém, hoje, existe Vettel e mais alguns que são capazes de derrotá-lo, isto é, quando todos jogam limpo.

Copiloto. Felipe Massa deu o sangue e no final acabou no pódio. Sua posição deveria ser melhor, mas o cartel vermelho mais uma vez não deixou e nem vai deixar enquanto a dupla Alonso/Santander estiver no boxe italiano. Massa se emocionou muito no pódio, não sei o passava em sua cabeça, porém desconfio. É duro para um desportista ceder sua posição a favor de outro por circunstância extrapista. Mas seu contrato expressa isso de forma clara. Portanto, não adianta chorar. É só não assinar ou andar na frente do patrão. O duro é que os macarrônicos não deixam. Lembram quando deixaram o Rubens ficar sem gasolina em Interlagos (2003), quando liderava a etapa? No fervor da disputa eles transformam a pasta em lavagem.

Destaques. Dois pilotos se destacaram no chove não chove de Interlagos. O primeir Nico Hulkenberg andou muito, liderou a corrida e deu um calor nos carros da McLaren. Sofreu drive-thru por tentar superar Hamilton. Sinceramente acho errada essa mania de punirem um piloto por tentar uma manobra de ultrapassagem. Lewis estava travado por uma Caterham e Nico apenas vislumbrou a liderança. Não se pode punir quem tenta ultrapassar, dentro da lógica, claramente, pois já ao estilo Grosjean, a coisa muda de figura.

Destaques 2. O segundo piloto que se destacou foi Kamui Kobayashi. Tanto ele como Nico parecem adorar Interlagos. Koba mais vez foi um destaque e um grande lutador. O interessante é que Kobayashi apareceu para o mundo da F1 em Interlagos e aparentemente sua última apresentação também foi em São Paulo. Essa é a F1 de hoje, não basta ter braço é preciso muito dinheiro. Mesmo nas quatro grandes já vemos pilotos que trazem grandes patrocínios. 

Respeito. No universo de vinte e quatro pilotos que participaram desta etapa, dezoito terminaram a corrida. E todos que participaram desta corrida merecem o nosso respeito. Completaram  a lista dos dez primeiros: Webber, o quarto; Hulkenberg, o quinto; Vettel, o sexto; Schumacher, o sétimo; Vergne, o oitavo; Kobayashi, o nono, e Kimi, o décimo.

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