REGINALDO LEITE

Enfim, a bandeirada

Uma final do Raid que mais exigiu do conjunto piloto-máquina. Especificamente nesta competição, além de pilotos (Leia mais...)

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 24/01/2015 às 10:59Atualizado em 17/12/2022 às 01:43
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  Enfim, a bandeirada

Depois de quatorze dias, a maior aventura sobre rodas viu seu término em Buenos Aires. Uma final do Raid que mais exigiu do conjunto piloto-máquina. Especificamente nesta competição, além de pilotos e máquinas, os assistentes ou anjos da guarda dos competidores tornam-se uma peça importante do conjunto.

Anjos. Esses anjos da guarda, primeiramente, fazem parte da mesma equipe de cada piloto, quando estes têm orçamento para isto. Normalmente, as equipes oficiais e alguns pilotos privados, na verdade, tentam fazer contatos informais entre si para se ajudarem. Porém, tem gente que corre dependendo apenas da solidariedade dos demais concorrentes, pois a turma do fundão é muito solidária nesta competição. É o chamado espírito do Dakar.

E ainda tem o último recurs O caminhão-vassoura que vai recolhendo quem ficou para trás. Logicamente, quando existem acidentes graves são os helicópteros que entram em ação. O vassoura é mais um recurso mecânico e de limpeza que recolhe ou ajuda as máquinas que são abandonadas no meio da competição. Nas primeiras edições, muitas motos e carros eram abandonados no deserto. Principalmente aqueles veículos que sofriam perda total.

Exempl Um piloto sofre um acidente no meio do Atacama e a equipe médica o recolhe. Seu equipamento fica no meio do nada e no final do dia ou até mesmo no dia seguinte o vassoura aparece para recolher o equipamento danificado e abandonado.Atualizando. Vamos comentar como foi a final do Rally. Nos carros, desde o segundo dia, vimos que Nasser Al-Attiyah era o piloto a ser batido. Tinha um ótimo equipamento e seu maior rival, o companheiro de equipe Nani Roma, foi mal já no início. Nasser e Peterhansel eram companheiros de equipe de Roma, em 2014, e ambos foram obrigados, por ordem da equipe Mini, deixar Roma ganhar. E assim se tornaram inimigos pontuais de Roma.

Estrela. Peter é uma lenda viva do Dakar. Ele não gostou da atitude e saiu da equipe. Al-Attiyah da mesma equipe, também esbravejou com a manobra política da equipe. Porém, com todo seu poder econômico, o príncipe achou melhor ser segundo na melhor equipe. Ele previa que Roma não tinha cacife para ganhar por duas vezes, mesmo com a ajuda da equipe, e assim aconteceu.

Dublê. O segundo posto foi do sul-africano Giniel De Villiers, que também, desde as primeiras etapas, demonstrou que era candidato ao pódio. De Villiers foi o primeiro a ganhar nos carros em solo sul-americano. Giniel correu com um dublê de uma Toyota Hilux e tentou lutar pela ponta, mas cometeu erros de navegação em momentos cruciais. Porém, o príncipe do Qatar foi eficiente justamente nestes momentos. Notadamente o equipamento da Mini (BMW) foi superior. E o terceiro posto de Krzysztof Hołowczyc também foi com um Mini oficial. O quarto e quinto postos também foram da Mini com equipes semioficiais. Nasser correu na equipe oficial, mas com patrocinadores próprios.

Reviravolta. No início desta edição, a Honda estava dando um show pra cima das KTMs. Porém, a sorte voltou a estar na garupa de Coma, piloto principal da KTM. O favorito, no início, era o rápido Juan Barreda e sua Honda 450, mas bastou uma queda, no primeiro dia de uma etapa dupla de maratona, quando o guidão de sua moto partiu em dois , e no dia seguinte sofreu vários problemas numa etapa marcada por uma chuva forte e frio de 4°C numa altitude de 3.800 m, no deserto de sal em Uyuni (Salar de Uyuni) , que virou um demolidor de pilotos com muitos tombos e desistências.

Matadora. Essa especial foi encurtada de 784 a 378 quilômetros, devido ao grau de dificuldade que apresentou. Muitos abandonaram a prova neste dia. E, quando tudo é impossível para muitos, Marc Coma apareceu como líder ao final dessa especial, e assim terminou o Raid. A Honda dominou e ganhou o maior número de especiais, mas não levou o caneco. Porém, sabemos que no ano que vem ela tem tudo pra levar.

Brutos. Nos pesados, mais uma vez, os caminhões russos da Kamaz ganharam, tendo Airat Mardeev no comando do trio vencedor. Nos quadriciclos, uma surpresa. Desta feita, nenhum sul-americano ganhou e quem levou foi o polonês Rafal Sonik, da Yamaha.

Uma ótima semana!

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