O GP do Bahrain foi demais! Isso tudo depois de todas as críticas, tanto do público quanto de quem está mal, ou seja, a Ferrari, Red Bull e demais interessados que não estão bem na fita no momento. O certo é que a equipe Mercedes e seus patrocinadores estão com tudo. A Red Bull deve até agradecer ao Maldonado, pois foi favorecida pela manobra do Latino. Sem o safety car, o resultado certamente seria outro nos escalões inferiores. E nessa turma se enquadra também o nosso representante, Felipe Massa, que na sexta-feira teve a companhia de seu xará Felipe Nash no comando da FW 36 de Bottas.
Boa. Mas nada tira o mérito desta etapa. Vimos disputa em quase toda corrida no pelotão da frente, no do meio e no fundão, onde sempre existe uma luta inglória que raramente é mostrada ao público. Ao mesmo tempo, tivemos apenas uma equipe lutando pela vitória e essa equipe, como as demais, possui dois pilotos, mas para a alegria dos torcedores, eles foram “meio” que liberados para correr. Esse “meio” é pelo rádio, sempre esse tal de rádio, que chamou os dois com a mesma mensagem: ‘Tragam os carros inteiros para a garagem’.
Safety car. Quando o carro de segurança saiu faltavam dez voltas e Hamilton estava calçado com pneus duros e seu companheiro com macios. E a lógica indicava que Rosberg tinha tudo para ganhar, porém tinha na sua frente um ser conhecido como Lewis Hamilton e este fez de tudo para segurar sua posição. E isso não seria uma missão fácil. No entanto, com todo seu arrojo e braço ele conseguiu. E sem jogar sujo com o companheiro.
Chamuscada. Na coluna passada elogiei Hulkenberg e citei que seu companheiro tinha apenas um pontinho contra 18 do alemão. Mas o mexicano acordou e conseguiu um pódio para a equipe. Perez andou bem e para não perder o costume deu uns toquinhos no companheiro de equipe.
O troco. Daniel Ricciardo desta feita ignorou Vettel e foi lá pra frente. Por falar em Vettel ele está se mostrando um piloto bem diferente daquele que estávamos acostumados a ver. Aquela manobra de fechar o Massa era passível de punição, mas quando é com alemão não dá nada não. Por falar em comissários eles estavam mesmo bonzinhos no Bahrain. Maldonado merecia uma punição mais severa.
Já o Alonso merece uma medalha por sua leitura de corrida e persistência. Sem ele a Ferrari teria poucos pontos. Por falar nisso aquele lance de ele comemorar o nono posto deve ter fritado os brios de Montezemolo.
The Best. Hamilton demonstrou estar em ótima forma. Tão bem que fez o comentarista convidado do Plim-Plim queimar a língua. Na verdade, Barrichello apenas usou a lógica em seu comentário. “A casa caiu para Lewis”, e essa era verdade para as dez voltas finais da corrida. A dupla da Mercedes tinha Lewis com pneus duros para acabar a prova e Rosberg com macios. E a lógica indicava Rosberg como vencedor. Entretanto, Lewis estava num de seus melhores dias e conseguiu manter o adversário atrás, apesar das investidas do companheiro. E foi essa luta que tornou a etapa diferente das demais: os líderes estavam com disposição e vontade de disputar e as ordens, através do rádio, não foram levadas adiante. Hamilton merece aplausos.
Conformado. Apesar de estar com melhores chances de vencer, Rosberg viu seu companheiro - e adversário desde os tempos do Kart - sair vencedor. Na GP 2, Rosberg venceu em 2005 e Lewis 2006. Depois que a corrida acaba os carros seguem para uma área nos boxes onde os pilotos vão cumprimentar os integrantes de suas equipes, e nesse momento houve uma cena curiosa, onde Rosberg desce de seu carro e vai de encontro ao Lewis e parece querer dar um abraço e o inglês até chega a recepcionar, mas depois dá um empurrão no alemão e vai de encontro aos seus assistentes diretos.
A corrida que eu vi
Essa etapa do Bahrain tem sido considerada por muitos como a melhor etapa dos últimos tempos, mas quem analisar a fundo sabe que não foi bem assim. Na verdade, tivemos duas provas sem graça e que para piorar foram realizadas num péssimo horário. E agora, essa etapa foi realizada ao meio-dia, para nós, brasileiros, e foi uma ótima corrida. Mas considerar como a melhor dos últimos tempos é demais. Na realidade, tinha muita gente com a cabeça a prêmio, e o show desta etapa apenas aparou várias arestas. No circo da F1, as somas são enormes e qualquer deslize provoca uma estrondosa perda financeira.
Felicidades!