# 9 - GP da Alemanha - A primeira vez a gente nunca esquece
A etapa alemã também foi das melhores em competitividade. Cheia de ultrapassagens e emoções. Depois de cinco tentativas, Sebastian Vettel conseguiu vencer em casa. E ruma para seu quarto título consecutivo. Coisa rara no Mundial de F1. Como sempre digo, para ser campeão, além do braço e de um ótimo carro, também é preciso ter sorte. E ela estava com Tiãozinho nesta etapa. Se a etapa tivesse mais uma volta, certamente ele não seria o vencedor. O contrário de Webber na Inglaterra.
Agora é lei. E a borracha italiana, que foi o assunto depois do GP inglês, se comportou bem, como era de se esperar. Agora com Kevlar e sem aço nas bordas. E o principal, as equipes foram obrigadas a utilizar os pneus de forma correta. Nada de trocar os pneus de lado, pois são assimétricos, e as equipes utilizavam a tática da troca para esquentá-los rapidamente e usar a pressão indicada pelo fabricante. E a Mercedes, a maior destruidora de pneus, já reclamou que seu péssimo desempenho na Alemanha foi devido às novas restrições impostas pela FIA a pedido da Pirelli.
Micos. A equipe Ferrari inovou na classificação. Decidiu pelos pneus médios aos macios no Q3. E pelo tempo que fizeram no Q2 poderiam largar em quarto e quinto com os macios. Na verdade, Alonso estava mal, e os italianos resolveram arriscar. A tática foi errada e, para piorar, as interdições do carro de segurança mudaram o panorama geral da etapa obrigando a todos modificar suas estratégias no decorrer da corrida.
Claramente, Red Bull e Lotus tinham um melhor ritmo de corrida. Se a equipe Mercedes se deu mal com os novos pneus e regras, a Force India também não tem motivos para falar bem dos novos compostos. Na Inglaterra, colocou seus dois carros no top ten, na classificação, já na Alemanha os carros ficaram no Q2.
Fase ruim. Felipe “Amassa” atacou de novo. Desta feita, não bateu nos guard-rails, porém rodou sozinho. E no final não sabia explicar sua rodada. Ele simplesmente rodou no final da reta e disse que suas rodas traseiras travaram na freada e ele rodou, e depois seu câmbio ficou travado na quinta marcha. No entanto, hoje os carros de F1 têm um sistema de proteção ao motor que coloca o câmbio em neutro logo que percebe que o carro se descontrolou, e no de Massa isso não aconteceu. Na Inglaterra, o sistema não falhou no estouro do pneu, e assim ele pôde engatar a primeira e voltou aos boxes. Na Alemanha, o sistema falhou e Massa abandonou e ainda foi obrigado a dizer que a falha foi dele.
Osso duro. Lewis Hamilton conseguiu a pole, mas largou mal. Na ‘hora H’ seu carro deu falhadinha de nada e foi o bastante para a dupla da Red Bull ultrapassar. No decorrer da prova, Hamilton nos proporcionou bons momentos num duelo com Alonso. O espanhol tinha um carro rápido no momento, e depois de três voltas brigando com o hispânico foi aos boxes e trocou pneus pela segunda vez em 22 voltas. Kimi e Webber também viram o quanto a Mercedes do inglesinho é ‘larga’ na pista.
A ordem. Romain Grosjean vem há duas etapas ouvindo aquela mensagem que nenhum piloto gosta de ouvir: ‘Seu companheiro esta atrás e mais rápido’. Ou como da última: ‘Kimi está de pneus macios, não o atrapalhe’. E Grosjean respondeu: ‘O rádio está ruim, não entendi nada’. Mas na hora que o finlandês colou, ele abriu rapidinho. Por outro lado, Massa deve estar com saudades dessa mensagem. Toda vez que está na frente, algo de errado acontece e seu engenheiro e amigo não precisa passar a malvada mensagem.
Regra é regra. Pela primeira vez, em todos esses anos que acompanho a F1, e quase que obrigatoriamente pelo Plim Plim - já que temos a opção de ver na TV e escutar pelo rádio, o que é ótimo - Galvão Bueno, já nos treinos de sábado, alertava que a Lotus deveria ser o carro da vez. E era para ter sido. Se e somente se não houvesse o último Safety Car ou ainda se a prova tivesse mais uma ou duas voltas. Para não mudar a regra, ele errou novamente, porém sua opinião era a certa. E como diz o Arnaldo, regra é regra.
Felicidades!