Depois das apresentações dos bicos exóticos, o circo da F1 realizou quatro dias de testes em Jerez de La Frontera. E como a própria palavra diz, testes são testes. Esse tipo de ensaio não diz muito em relação ao quesito velocidade. Só para constar, o carro mais rápido do pelotão não tem ainda um patrocinador principal. Isso pode não dizer muito, mas sempre gera desconfiança. Ainda mais quando todos estão atrás de confiabilidade.
Em relação aos tempos realizados pela F1 neste circuito, no ano passado, o melhor tempo também é bem frac 1.23:276 da McLaren. Para se ter ideia, Felipe Massa, em 2013, com o carro vermelho, conseguiu a marca de 1.17:879.
Com as novas regras, são muitas as novidades que foram agregadas aos bólidos. E fazer todas essas novidades funcionarem a contento é o grande desafio. Todos os modelos apresentaram algum tipo de problema na fase inicial dos testes.
Estrela. A marca da estrela foi quem melhor assimilou as novas regras. Tanto que Nico Rosberg conseguiu fazer 188 voltas. E Lewis Hamilton, 121 giros. Lewis também foi o primeiro a sofrer um acidente em 2014. Deste modo, a Mercedes foi a primeira em quase tudo em Jerez. No quesito velocidade, a melhor foi da McLaren-Mercedes de Magnussen. O segundo melhor tempo também foi de um motor Mercedes, o da Williams de Felipe Massa, 1:23.700.
Supremacia. A resistência dos carros equipados com unidade de força da marca alemã foi total. Seguida pelos italianos. As equipes com Mercedes (Mercedes, Williams, Force India e McLaren) conseguiram fazer 3.869 km/s nos quatro dias de testes. Carros com a Ferrari (Ferrari, Sauber, Marussia) fizeram 1.974 km/s. Porém, os dois carros da equipe vermelha andaram mais que os quatro das outras equipes: 1.111 km/s contra 863.
Tempero na Massa. Vimos que a equipe Ferrari mesmo tendo alguns contratempos, conseguiu realizar uma quilometragem razoável. E vimos também que Kimi Raikkonen foi o mais veloz da equipe. Alonso acumulou mais voltas, porém Iceman já chegou dando seu recad vai acelerar.
Realidade. A realidade é bem outra, as equipes ainda não sabem qual seu real potencial de confiabilidade, pois todas as equipes vivem um momento único, quer dizer, vai ganhar aquele que conseguir administrar os novos sistemas e saber terminar as provas. Fora toda parafernália nova, ainda tem a regra dos 100 kg de combustível, Kers, reaproveitamento de energia e unidade de força V6, com 1.6 litros, que é tudo uma grande novidade. O pior é que a categoria mor do planeta está mais uma vez obrigada a correr com limitações, ou seja, não é o mais veloz que vai cruzar a linha de chegada, e sim aquele que souber administrar as quebras e também economizar combustível e os pneus como antes. A F1 deixou de ser uma competição onde o melhor e mais rápido vence.
Fiasco. Nestes quatro dias teve quem não conseguiu realizar seu cronograma de testes. A Marussia, por exemplo, chegou no final da festa. Mas o pior aconteceu com a equipe tetracampeã, a equipe do energético que te dá asas. A Red Bull e as outras equipes (Toro Rosso e Caterham), equipadas com a unidade de potência da Renault, não conseguiram fazer uma boa quilometragem nestes treinos. De todas só a nanica Caterham andou 76 voltas, sendo o bom Kobayashi quem mais andou e deu dados para os franceses. O eficiente piloto japonês conseguiu realizar 54 voltas com seu carro e assim foi quem mais ajudou os franceses a entender um pouquinho da nova unidade.
Passado. Coincidentemente foram os franceses da Renault quem introduziram o Turbo na F1 e nunca se deram bem com essa configuração. A BMW com Brabham e Piquet foi a primeira marca a ser campeã com os turbos. Depois veio o domínio dos TAG-Porsche e no apagar das luzes da era turbo os japoneses da Honda. A Renault só foi ser matadora na configuração V10 aspirada. E aí dominou por muito tempo e como equipe só conseguiu ser campeã em 2005 e 2006. E dominaram agora com a
Red Bull.
Torcida. Pelo passado, os franceses não se dariam bem nesta nova era. O grande problema dos demais é que existe um ser conhecido como Adrian Newey que foi justamente sob seu comando que a Renault se bem em 1992 na Williams FW 14. E essa competente figura é quem pode e deve mudar essa história de 2014. Tirando a turma da Red Bull, os demais do cirquinho da F1 sonham com um erro deste ícone. Ele já errou na McLaren em 2002.
Felicidades!