A borracha da discórdia
A fabricante de pneus para a F1 se vê no olho do furacão. Primeiro foram as inúmeras trocas no GP da Espanha (78 trocas). Depois disso, o fabricante, sob enorme pressão da maioria das equipes, veio a público e anunciou que iria mudar a construção dos mesmos. Um novo composto seria testado nos treinos de sexta-feira no Canadá.
Regra é regra. O mau tempo não deixou que os testes fossem realizados. A Pirelli iria trocar uma cinta de aço por uma de Kevlar na estrutura dos pneus. Ferrari e Lotus não gostaram da ideia, alegando que não deveriam mudar a regra depois do campeonato em andamento.
Defesa gratuita. Para entornar mais o caldo, Paul di Resta concluiu 54 voltas do GP canadense com um único jogo de pneus e só realizou sua troca porque o regulamento exige. Cabeças de vários engenheiros e chefes de equipe se perderam nos boxes do Canadá. Esses pneus não podem ser tão ruins. E ainda, a dupla Ferrari e Lotus ganhou mais um aliado na briga contra a mudança, a Force India. Essa mudança agradaria muito a Mercedes e Red Bull.
Ponto final. Depois da etapa canadense, a Pirelli anunciou que não vai mudar a construção dos pneus. A única mudança seria acréscimo de cola na fabricação para conter a delaminação dos pneus. Medida bem pensada, afinal estar no centro da discórdia, em duas brigas, não é o que a Pirelli quer. A outra pendenga são os testes realizados em conjunto com a Mercedes depois da etapa espanhola.
Dia D. Os italianos da Pirelli e a equipe Mercedes vão se sentar juntos no banco dos réus, dia 20, no julgamento do Tribunal Internacional da FIA. Não vejo erro por parte dos italianos convidarem a Mercedes, assim como já tinham feito com a Ferrari depois da etapa do Bahrein. A Mercedes foi quem errou.
Recordando. Para quem ainda não sabe, tudo começou no fim de semana do GP de Mônaco, quando vazou a notícia que os alemães realizaram testes de 1000 km/s dos dias 15 a 17 de maio, logo após o GP espanhol. Nestes testes, a equipe colocou o carro de 2013 e seus pilotos principais Nico e Lewis, este último até usou um capacete preto para não ser reconhecido. Red Bull e Ferrari protestaram e os comissários de Mônaco enviaram um relatório à FIA que, por sua vez, decidiu que o Tribunal Internacional é quem deveria resolver o problema.
Dupla. Vettel e Newey formam uma dupla de sucesso. O piloto se mostrou imbatível na etapa canadense e seu carro nas grandes retas era um dos mais lentos. É isso mesmo, você não leu errado. A RB9 vencia apenas a Caterham em velocidade de reta. A RB9 fez a melhor passagem em 316 km/h. Já o mal nascido Sauber conseguia 321,5 km/h. e Nesse quesito é que aparece a genialidade do projetista. Ele sacrifica o carro em velocidade pura e faz um acerto para o carro entrar rápido nas curvas e também sair rápido delas.
De volta. A pista de Notre Dame nunca foi reduto da equipe taurina. A genialidade de Vettel somada a Newey acabaram com a regra. E estranhamente as RB9 não consumiram tanto pneu no circuito canadense, que parecia ser o grande mal do carro de 2013. Por outro lado, Vettel nunca teve um início de temporada tão tranquilo. Lidera a tabela depois de sete etapas com uma larga vantagem de 36 pontos. E para complicar, seu pior resultado em 2013 foi o quarto posto, ele e Kimi são os únicos a marcar pontos em todas etapas de 2013.
De novo. Na próxima etapa na Inglaterra, as RB9 devem ser o carro a ser batido para desespero da concorrência. Se Tiãozinho vencer de novo e Alonso for o segundo, a diferença irá aumentar para 43 pontos, e a mente do hispânico começa a cozinhar de preocupações. O discurso do ferrarista é de que Vettel ainda não teve nenhuma quebra ou acidente nesta temporada, e certamente isso vai acontecer. É praga mesmo!
Pódio espanhol. Na motovelocidade, a Espanha vive um momento magnífico. O pódio da Moto GP foi todo espanhol com Lorenzo em primeiro e a dupla da Honda, Pedroza e Marquez, em segundo e terceiro. Na Moto 2, foi primeiro e segundo. Pol Espargaro em primeiro e Esteve Rabat em segundo, o terceiro foi o suíço Thomas Luthi. Já na Moto , a lavada foi maior ainda: os cinco primeiros foram espanhóis.Pela ordem: Salom, Rins, Viñales, A. Márquez, todos com KTM, e Vasques. O sexto foi o português Miguel Oliveira. Vasquez e Oliveira correm de Mahindra.
Felicidades!