Lembro-me dos tempos do Colégio Diocesano quando o mestre Décio Bragança, professor das aulas de português, usava um refrão num ritmo gostoso para que os alunos aprendessem as regras de nosso idioma: Há vagas e existem vagas.
E, vagas é o assunto da F1 atual. Nunca vi, em pleno mês de dezembro, tantas vagas sobrando no grid. Normalmente, os contratos são fechados logo depois das férias de verão, ou seja, até o GP de Monza. Mas, nesta temporada isso não aconteceu.
O motivo é a crise pela qual as equipes menores estão vivendo. A crise é reinante no velho continente. O bloco do euro vem enfrentando dificuldades desde 2008. Mesmo sendo um mundinho à parte, a F1 tem enfrentado as consequências dessa crise.
E para piorar o clima, o novo regulamento vai aumentar em muito o orçamento das equipes. Ferrari, Red Bull e Mercedes não estão muito preocupadas com isso. Já a equipe de Woking, a McLaren, também tenta demonstrar que está bem.
Tropeços. Essa equipe McLaren parece viver um período de erros. Primeiro contratou Sergio Perez como piloto, e aí todos acharam que essa atitude era apenas para cobrir seu orçamento para a temporada. E, para completar, fez um péssimo carro para 2013. Dois erros em sequência e agora, para 2014, contrataram Magnussen e deixaram de lado um ótimo e consolidado
Hulkenberg.
Experiência. Novamente, deixar de contratar o que tem de bom no mercado para contratar um piloto jovem e sem experiência na F1, só pode ser por motivos financeiros. Quem tem “bala na agulha” deixa esse tipo de promessa aprender e ganhar experiência em equipes menores. Um bom exemplo atual é o de Jules Bianchi com a Ferrari. Os italianos patrocinam sua carreira na Marussia e assim que acharem que está pronto, o trazem para a equipe. Nos bons tempos, a McLaren fez algo parecido com Hamilton.
Zicado. Não sei o que acontece com esse piloto, pois as grandes equipes nunca o contratam. Ele vive num pequeno círculo de equipes médias, começou na Williams, ficou de fora uma temporada, voltou para a Force India, foi para a Sauber e agora volta para a Force India. Sua intenção era ir para a Lotus, mas a situação duvidosa da equipe o fez repensar. Vai com os indianos mais uma vez e dizem que por algumas temporadas.
Duvidosa. Duvidosa ou endividada. Essa é a situação da Lotus. Uma equipe que tinha tudo para se dar bem nesta temporada, mas faltou dinheiro e isso a fez perder um piloto, engenheiros e muita gente boa que atuava nos boxes e na fábrica. Seus pilotos para a próxima temporada são Grosjean e Maldonado. A questão é saber se a equipe vai ter condições de estar no grid em 2014. O acordo com o grupo Quantum nunca sai do papel e, se sair, pode virar em nada já que o investidor queria a presença do Hulkenberg, que agora já assinou com os indianos.
Maldonado aporta na equipe com muitos dólares na mão, mas não o suficiente para garantir a próxima temporada e a construção do novo carro. E ainda existem muitas pendências financeiras relativas a 2013.
A Pirelli vai organizar testes no Bahrein em dezembro. Ferrari, Mercedes, Red Bull e Lotus foram convidadas. Porém, a Lotus avisou que não estará presente, pois falta verba para bancar as despesas.
Promessa. Das equipes medianas quem se apresenta com boas chances para 2014 é a Toro Rosso. Fez contratações no corpo técnico e ainda anunciou um jovem piloto russo como substituto de Ricciardo. Ao contrário, a Sauber também convive com uma crise e ainda não anunciou sua dupla para 2014. Fala-se que Felipe Nasr tem chances, mas ele tem “só” US$ 7 milhões do Banco do Brasil e precisa de mais uns trocados para comprar uma vaga. Eike Batista era a saída do brasiliense, mas não se encontra em condições de investir no piloto.
Marussia, Caterham, Sauber e Lotus são as equipes que trazem dúvidas até o momento quanto a pilotos ou a verba para 2014.
Felicidades!