REGINALDO BALEIA LEITE

GP da Arábia Saudita – Festival Taurino

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 24/03/2023 às 09:26Atualizado em 24/03/2023 às 09:26
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Sergio Perez vence sem atropelos a segunda etapa de 2023 (Foto/RedBull)

A segunda etapa de 2023 marca também a segunda dobradinha da Red Bull este ano. Desta feita, com Sergio Perez e Verstappen na sequência, o inverso da primeira etapa. Um domínio total da equipe do touro vermelho. O terceiro nas duas etapas foi de Alonso, dono do último degrau do pódio até aqui. Com Leclerc largando da P-12 e Verstappen da P-15 esperávamos uma corrida movimentada. Porém, não foi bem assim. 

Fluida. O traçado da pista de Jedah é único. Pense em pista encardida para os pilotos. Uma pista de rua com uma média de velocidade altíssima. São muitas curvas rápidas com pontos cegos, imagine fazer curvas a mais 200 km/h sem saber o que tem à sua frente, um carro lento ou, pior, um carro parado ou, ainda, destroços, restos de um acidente. É um lugar que exige muita confiança e coragem dos pilotos para fazer bons tempos.  

Morninha. Inexplicavelmente, a corrida deste ano foi meio morna e sem disputas pela ponta, diferente das anteriores. A não ser pela da perda da ponta por Perez na largada. Com uma corrida devagar, o que mais chamou a atenção foram aqueles senhores que ficam numa sala lotada de monitores de vídeo, os incorrigíveis comissários e seus agregados. 

Primeira. Logo no primeiro terço da etapa, Alonso sofreu uma punição de cinco segundos, por se posicionar errado no grid de largada. Como Alonso vinha sobrando em relação ao seu perseguidor, Russell, a penalidade foi cumprida na parada de Box. O hispânico seguiu em frente e conquistou seu centésimo pódio na carreira, com a P-3. Horas depois, os incríveis senhores puniram novamente o hispânico, alegando que houve falha no cumprimento da punição. Um mecânico encostou o macaco na traseira do carro. 

Isso tudo ocorreu após o piloto ter subido ao pódio e participado das comemorações. Com a desclassificação, Russell subiu para terceiro e Alonso caiu para quarto. A equipe Aston Martin recorreu e demonstrou vários vídeos de situações semelhantes ocorridas anteriormente, com outros competidores nas quais não houve penalidade por encostar o macaco na parte traseira. Alonso ainda terminou com 5,1seg. de vantagem sobre Russell. 

O equipamento foi posicionado, mas não foi usado antes dos cinco segundos da punição. Resultado, a punição foi anulada e a taça de terceiro voltou a ser do piloto espanhol. O pior de tudo é que eles vinham analisando as imagens bem antes do final da etapa, e só foram aplicar a punição depois das comemorações. 

Segunda. Nossos competentes senhores da salinha do comando nervoso, não contentes com o desenrolar da etapa, acionaram o Safety-Car pelo abandono de Stroll, na volta 18. Acontece que o canadense parou seu carro já fora do traçado, e na boca de entrada de uma agulha projetada justamente para essas situações. A galera que trabalha ali nem teve aquele trabalhão para empurrar o carro para dentro. 

Vai entender como esses senhores agem. Eles têm à sua disposição uma infinidade de monitores de vídeo. Nós aqui do outro lado da tela vemos a imagem do carro parando na entrada da agulha, mas eles alegaram que o GPS do carro indicava que este estava em uma posição que oferecia risco aos demais competidores. Certamente não confiam nas imagens privilegiadas que só eles possuem.  

Zerou. E, para complicar mais ainda o vexame, esse Safety-Car ilusório foi longo, três voltas por nada. Quem adorou essa trapalhada foi Verstappen, que viu seu prejuízo de vinte segundos em relação ao líder (por ter largado em décimo quinto) anulado com a entrada do carro de segurança. Quando a corrida reiniciou, na volta 21, Max já era P-4.  

Red Bull. Perez fez a pole na classificação e perdeu a ponta na largada. No entanto, logo a recuperou e liderou até a bandeirada final. Max, após o Safety-Car, tentou se aproximar do companheiro, mas falhas de seu carro não o permitiram. As RB 19 sofrem com uma transmissão frágil. Perez também teve que lidar com essas falhas.  Mesmo assim, os carros do energético estão sobrando em relação à concorrência.  

Aston Martin. Os carros da Aston são a sensação de 2023, só ficam atrás das RB 19. Na tabela dos construtores, estão em segundo, com 38 pontos, mesmo com o abandono de Stroll. 

Mercedes. A equipe da estrela sofreu com seu carro em relação às RBR e Aston e Ferrari principalmente na classificação. Todavia, em corrida tem um ritmo melhor e não quebra. É a terceira na tabela com o mesmo número de pontos da Aston Martin. Russell está se entendendo melhor com o carro do que Hamilton. Russell andava de Williams quando este era o pior carro do grid. Deve achar essa W14 uma nave. Já Lewis não gosta deste carro e torce para ficar livre dele o mais rápido possível. Lewis soma dois a mais que seu companheiro. 

Ferrari. A vida dos italianos não está fácil. Charles visivelmente se entende melhor com o carro que do seu companheiro de equipe, porém não tem a sorte ao seu lado. Quebrou na prova passada quando era P3. Nesta foi punido, largando da P12; após um bom início, parou uma volta antes do Safety Car e terminou na P 7. Engraçado é que sempre existe algo de errado com seu carro. Já em relação à Sainz Jr., não temos muito o que dizer a não ser “Viva o Santander”. Nesta etapa, a equipe se fingiu de morta em todos os treinos, até mostrar as garras na classificação. Leclerc assinalou a P2 na classificação. A equipe ocupa a P 4 da tabela, com 28 pontos 

Alpine. A melhor equipe do resto do ano passado, quarta colocada, sabe que o melhor que pode alcançar este ano é a quinta posição. Pois apareceu tal de Aston Martin no grupo das grandes. Os franceses já ocupam a P5, dezoito pontos atrás da quarta colocada e quatro à frente da sexta colocada. Ambos os pilotos marcaram quatro pontos cada um até aqui. 

Alfa Romeo - P6. A alfa tem quatro pontos de Bottas no Bahrein. Em Jedah os dois pilotos não marcaram pontos. Guanyu Zhou foi melhor que Bottas em Jedah, porém zerou no final. 

Hass P7 & Williams P8. As duas equipes têm um ponto cada uma. A Williams melhorou  em relação ao ano passado. Já a Haas caiu, pois somava doze pontos após a segunda etapa de 2022. 

Mclaren. A tradicional equipe inglesa realizou uma péssima temporada até aqui. Ano passado disputou a P4 com a Alpine, perdendo no terço final. Este ano, por enquanto, está zerada. Tem uma dupla de ótimos pilotos. Norris já está de olho nos boxes vizinhos. Apesar de ter compromisso contratual com a equipe.         

Sina australiana. Ricciardo estava bem na Renault (Alpine) quando resolveu mudar para a McLaren. Uma péssima troca para ele, pois nunca se entendeu com o carro. Levou uma surra de Norris, apesar de ter ganhado uma etapa. Financeiramente foi bom. Seu compatriota, Pilastri, era contratado da Alpine, mas só teria vaga na F1 em 2024. Até que Vettel resolveu aposentar (no meio de 2022) e Alonso se debandou para a Aston Martin. Ficando livre um assento na Alpine já para 2023. Mas, o jovem, na ânsia de estrear na categoria, já havia assinado com a McLaren. E, assim como Ricciardo, não fez uma boa escolha ao trocar a equipe francesa pela inglesa. 

Alfa Tauri. A segunda equipe taurina é outra que desceu a ladeira e está zerada. Tsunoda estava perto de marcar um pontinho em Jedah, entretanto terminou sem nada. Segundo a Rádio Paddock, a nova administração do grupo Red Bull não vê com bons olhos duas equipes na grid. Apesar de negar a venda desta, sabe-se que isso é bem possível. Interessados na equipe é o que não falta. Uma grande marca alemã e outra americana. Fora alguma surpresa patrocinada com petrodólares.

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