O GP da França voltou à F1 em 2018 e de lá pra cá, só vimos corridas monótonas. Em 2021 a história foi outra e vimos uma grande corrida com batalhas pela liderança e vários duelos nas outras posições atrás. Foram emoções do início ao fim com a decisão somente nos instantes finais
A corrida da França seria a volta aos circuitos normais após duas etapas seguidas em circuito de rua, onde os carros germânicos não foram felizes. Muitos no paddock acreditavam que essa também seria a volta do domínio da Mercedes.
Ledo engano, a Red Bull, com Verstappen, fez a pole e demonstrou que seus carros eram superiores às Mercedes nas retas. O detalhe seria o desgaste de pneus dos carros taurinos.
SURPRESAS. Ao final da classificação, Mercedes e Red Bull ocupavam as quatro primeiras posições com Max, Lewis, Bottas e Perez na quinta posição; a primeira surpresa: uma Ferrari e a de Sainz Jr. (em sete etapas esta foi a segunda vez que Sainz Jr largou a frente de Leclerc), sexto Gasly, no sétimo posto Leclerc. Na P8 Norris e, em nono, outra surpresa, Alonso à frente de Ocon e Ricciardo na P10. As duas Mc Laren atrás das Ferraris.
INACREDITÁVEL. No domingo Max largou bem e Lewis acompanhou. Mas na 1ª curva um erro estranho de Verstappen coloca o inglês na ponta. Foi um misto de alegria e tristeza nas duas equipes. Os taurinos não acreditavam e os germânicos agradeciam felizes. Hamilton liderava, com Max na espreita, a diferença entre eles oscilava entre 1,5 e 2 segundos. E assim, muitos pensaram que a dupla Lewis/ W12 levaria mais uma vitória para casa.
BOXES. O joguinho de gato e rato começou a mudar quando Max parou na volta 18 e Lewis o fez na volta seguinte. Quando a Mercedes de Hamilton sai dos boxes viu Max com o pé no fundo já do meio para o final da reta e assim o holandês conseguiu superar Lewis na tomada da curva um. Perez não parou e liderou até a volta 24.
*Detalhe: quando Max parou para fazer sua troca de pneus estava três segundos atrás de Hamilton, o tempo total de entrar e sair dos boxes favoreceu Lewis em apenas um décimo e mesmo assim Verstappen conseguiu ultrapassar. Seu tempo na volta enquanto Lewis parou foi determinante, uma volta voadora.
INVERSÃO. Agora era Max na frente e Lewis na espreita. Lewis tentou por várias vezes chegar na Red Bull, chegava abrir a asa móvel, porém não era veloz o suficiente para completar a ultrapassagem. Bottas nesse reinício comboiou Lewis muito de perto. A pressão do inglês era forte nas voltas iniciais após realizarem a primeira parada. Mas forte também era a determinação do oponente para sustentar os ataques.
O TROCO. Já na 30ª volta, Lewis havia aliviado um pouco e tinha 1,5 segundo de atraso em relação ao líder. Na volta 32 Max entra nos pits para realizar sua 2ª troca. Momentos antes, Lewis havia comentado com seu engenheiro sobre sofrerem um possível Undercut. E essa parada inesperada foi o xeque mate dos taurinos. Os germânicos são mestres nessa jogada. Param e saem com sapatos novos e superam o rival.
Este ano mesmo na Espanha a vitória veio depois dessa manobra, e assim como os taurinos na Espanha, os alemães não reagiram e perderam. Max tinha 20 voltas para voltar à ponta e gastou 18 para assumir. Essas 18 voltas foram de suspense e apreensões. Como havia comentado no início da coluna, o desgaste de pneus dos taurinos era maior e se não realizassem essa troca seriam superados antes do final da etapa.
EXTREMOS. Já com Perez a situação era inversa, pois Checo realizou sua troca oito voltas depois de Max e nove em comparação à Bottas, estando em melhores condições que seus rivais a frente. A equipe não queria ver o mexicano ganhar outra. A prioridade é de Max, que lidera em pontos e em preferência dentro da equipe, desde os tempos de Ricciardo.
DESTAQUES. A corrida entre os demais também nos proporcionou bons momentos: Perez e Bottas foram competitivos. Porém, nada se iguala a bela corrida realizada pelos pilotos da McLaren, que escalaram os oponentes. Ricciardo foi o destaque da primeira metade da etapa, com aquelas ultrapassagens cirúrgicas. Numa estratégia que parecia ser a certa, quando parou na volta 16 e superou Sainz Jr. e Gasly, quando estes pararam na volta seguinte. Já na parte final, não tinha um desempenho bom e perdeu o quinto posto.
*Norris com a outra Mc Laren, assim como Perez, parou na volta 24 e foi o destaque da segunda metade da etapa, veio do fundão ultrapassando todos com ótimas manobras até chegar ao quinto posto, uma posição à frente de Ricciardo.
*Gasly não foi surpreendente, mas ainda conseguiu um 7º posto. Alonso teve um péssimo início de corrida, no entanto fez uma 2ª metade boa e chegou na P8; ganhou uma posição em relação à largada.
*Vettel largou de 12º e terminou na P9, marcando pontos novamente. Stroll com a outra Aston Martin largou da última fila e finalizou em 10º, ganhando nove posições.
RENOVADA. Desde o inicio da era hibrida (2014), a Mercedes não tem um adversário a altura. E 2021 nos mostra que finalmente os taurinos acertaram a mão. A verdade é o que a grande maioria torce para isso acontecer já faz tempo. Alguém que consiga lutar de igual para igual e ai sim vermos disputas nas pistas.
***** Um salve para a equipe da rede Bandeirantes pelo ótimo trabalho de dedicação e profissionalismo que desempenham. Num passado recente, após a bandeirada vinham a propagadas e um lampejo dos pilotos saindo dos carros na posição de honra. Agora a programação começa antes e termina muito depois. A categoria e os fãs mereciam essa maravilha de transmissão. PARABÉNS!!!!