O GP da discórdia A edição de 2014 do GP de Mônaco foi mais uma daquelas em que pole larga na frente e não é incomodado até bandeirada final. Aliás, como na maioria das vezes neste circuito místico. Nos últimos dez anos, apenas em 2008 e 2012 o pole não venceu. Inimigo íntimo. Nico Rosberg interrompeu a série de vitórias contínuas de Hamilton e também conseguiu acabar com a aparente paz que reinava na equipe. Hamilton não aceitou a manobra a la Schumacher do alemãozinho na classificação e a guerra está declarada. Segundo disse Lewis, como nos tempos de Senna e Prost na McLaren, no passado. Mais precisamente, no GP de San Marino em 1989. Tomara que seja verdade e só assim teremos algumas pitadas de emoção numa temporada dominada por um único carro. Tradição. E como toda etapa de Mônaco que se preze, o Safety-Car não pode faltar. E nesta etapa, ele apareceu logo no início - depois de um entrevero entre Button e Tequila Man - e desta feita Perez se deu mal. Esta rusga vem desde a temporada passada, quando eram companheiros na McLaren. Zica. O melhor do início da etapa foi o desempenho de Kimi Räikkönen. Ele largou muito bem, tanto que enganou os locutores tanto do Plim Plim quanto do Sportv, que narraram que o feito era de Alonso e na primeira relargada Ice Man era o primeiro carro atrás das flechas de prata no início da corrida. Mas no decorrer da etapa, a nuvenzinha negra que acompanha o Massa passou para cima do finlandês e ele sofreu com infortúnios e acabou num modesto décimo segundo. Os campeões. Vettel viveu mais um fim de semana para esquecer. Sofreu na classificação e na corrida padeceu, no início, de uma falha na unidade de força; a segunda no ano. E para complicar, viu Ricciardo terminar no pódio. Já Alonso se vestiu de mineirinho. Ficou quietinho a prova inteira. Só falaram dele quando enganaram na bela manobra do Kimi. Mas no final, sem alarde, o mineirinho das Astúrias terminou com o quarto posto. Sobreviver. O GP de Monte Carlo é uma corrida de sobrevivência. Depois que a nuvenzinha do Felipe Massa mudou da cabeça do nosso piloto, que não esperava muito desta etapa depois do infortúnio de sábado, quando foi tirado do treino pelo piloto smartfone “Ericsson”, Massa ficou na pista e viu seus adversários sucumbindo um a um. E terminou com o sétimo posto, que poderia ser melhor se tivesse largado com pneus macios. Button também usou a tática de sobrevivência. Jules Bianchi deu uma de Kobayashi pra cima corredor e terminou com o oitavo posto, posteriormente foi punido e acabou como nono. Mas pelo carro que tem, Bianchi fez muito e merece parabéns. Piadinhas. O gerador de caracteres de TV em Mônaco estava demais. Primeiro, passou uma mensagem patética: Chilton, Bianchi e Gutierrez estavam sendo investigados por errarem as posições no grid. Não era erro dele, realmente os pilotos largaram em locais errados. Os três foram punidos com 5 segundos. Mais tarde, veio uma mensagem de que Kvyat estava sob investigação, por manobra perigosa no boxe. Piada Kvyat havia abandonado a corrida na décima terceira volta. Posteriormente corrigiram o equívoco. Visão. O carro da Force India não se adaptou bem ao circuito monegasco. Porém a equipe indiana teve o discernimento de que era melhor arriscar largar com pneus macios. Já todos à sua frente estavam com supermacios, não custava nada arriscar. E na base do vou chegar e ver o que é que dá, Hulk conseguiu mais uma quinta posição. A corrida que eu vi Em Mônaco, mais do que qualquer outra etapa, a corrida começa na classificação, pois é da primeira fila que partem os vencedores deste GP. E foi na classificação que aconteceu o melhor desta edição 2014. Rosberg, no intuito de brecar a concorrência, usou de um artifício nada esportivo. No final do treino causou uma bandeira amarela e impediu seu maior perseguidor de lutar pela pole. O caso foi estudado pela organização e o alemão acabou inocentado. Realmente é muito difícil provar a autenticidade da manobra. Proibidos de brigar pela ponta na primeira curva, Rosberg largou bem da pole e em momento algum foi ameaçado por Lewis... O destaque da corrida ficou pelo bom início do Räikkönen e o ataque do Ricciardo no final pra cima de Hamilton. Hamilton quase pagou caro pelas suas palavras. Nos finalmentes, ele perguntou para seu engenheiro como era a situação da corrida e foi informado que Ricciardo vinha descontando tempo, e Lewis rasgou na lata, “não me incomoda quem vem atrás quero saber é do Nico”. E nessa de não se incomodar com seu perseguidor ele quase fica seu segundo posto. A sorte dele é que era em Mônaco... Foi uma etapa morna e sem disputas no pelotão da frente. Agora que já não existe harmonia dentro da Mercedes esperamos que seja travada uma boa briga entre os dois e assim poderemos ver alguma graça neste campeonato de 2014. Felicidades!