REGINALDO LEITE

GP do Bahrein – Bastidores em chamas

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 08/03/2024 às 14:21
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Max assume a ponta na primeira curva e mantem até a bandeirada final (Foto/Reprodução)

Max assume a ponta na primeira curva e mantem até a bandeirada final (Foto/Reprodução)

Após um intervalo dolorido de noventa e poucos dias o cirquinho da F1 voltou a acelerar na quinta-feira passada (29/02). As atividades se começaram um dia antes do que é normal devido ao Ramadã, que tem início dia 10/03, data do próximo GP da Arabia Saudita. E assim, para que se tenha um intervalo de sete dias, as atividades em Sakhir foram antecipadas. 

Teatrinho. Ao final do primeiro treino vimos Ricciardo na liderança. Algo não muito comum. Max figurou em sexto com uma desvantagem maior de três décimos. No segundo treino do dia, vimos a dupla da Mercedes; Lewis e Russell, nesta ordem. Max foi sexto novamente e, desta feita, com quase cinco décimos de desvantagem. No rádio, Max foi o rei das reclamações.               

Já no sábado cedo, ao fim do terceiro treino, temos Sainz Jr. na ponta seguido de Alonso. Max agora já aparece no terceiro posto, com dois e três décimos de desvantagem. Os torcedores estrelados, que estavam animadíssimos depois do segundo, começaram a treino ficar meio alerta. 

Realidade
Q1. Na primeira fase da classificação vimos Sainz Jr. 1º (1.29,909) seguido de uma surpreendente P2 de Stroll (1.29,965) e Max (1.30,031). Norris (1.30143) e Alonso (1.30,179). Q2. Na fase intermediária Leclerc fez o melhor tempo (1.29,165) seguido de Max (1.29,374), Sainz Jr. (1.29,573) e Lewis (1.29,718).  

No Q3 a fase decisiva da classificação foi animada; Max iniciou sua última tentativa pegando o vácuo de Piastri e conseguiu melhorar nos dois primeiros setores, porém não foi bem no terceiro. Leclerc, na sua última, não melhorou e nem conseguiu igualar seu tempo do Q2;   finalizando na P2. Quando os pilotos estavam disputando os “finalmentes” do Q3, enfrentaram fortes ventos. Russell foi 3º, Sainz Jr. 4 e Perez 5º.  

Corrida
Esta edição do GP Barenita não agradou grande parte dos aficionados. Não vimos boas disputas, a não ser a escalada de Sainz Jr. e Perez e as dificuldades de Leclerc com os freios dianteiros. Disputa pela ponta novamente não vimos. Sainz Jr largou da quarta posição e finalizou em terceiro e ainda foi eleito o piloto do dia. Perez largou de quinto e finalizou em segundo e não levou o prêmio de piloto do dia. Por ter um carro “igual” ao de Max, o público não o considera muito pois ficou vinte dois segundos e meio atras do companheiro.  

Marcha ré
Leclerc, o segundo do grid de largada, finalizou em quarto. Russell fechou em quinto depois de ter largado da P3 e ascender ao segundo posto na terceira volta. Esses dois pilotos superaram seus companheiros de equipes no sábado e esperavam um final de corrida muito acima do que conseguiram ao final da etapa. 

As cinco grandes
Norris finalizou em sexto. Lewis, Piastri, Alonso e  Stroll completaram os dez marcadores de pontos. Stroll sofreu um toque de Hulkenberg após a largada, caindo para penúltimo e ainda conseguiu marcar um pontinho. Red Bull, Ferrari, Mercedes, Mc Laren e Aston Martin ficaram com todos os pontos disponíveis. 

Esperança
O circuito Barenita é um traçado singular no campeonato. Um circuito que exige muito dos técnicos no acerto ideal, refrigeração, balanço e do sistema de freios. Sendo assim, esperamos que muitas equipes se apresentem melhores em um ou outro circuito e sejam páreo para a dupla RB20/Max daqui até o final da temporada.  

No fundão
A visão que tínhamos das equipes menores após a pré-temporada era que a Hass seria a lanterna e a nova equipe, RB ex-Alpha Tauri, se destacaria desta turma. Após a bandeirada final, vimos que a Hass não é aquela tartaruga que aparentava, quando colocou um de seus carros à frente dos dois da RB. Hass ainda conseguiu o feito de chegar ao Q3. A Alpine é a equipe que vem flertando com essa última posição do campeonato dos construtores. 

*A etapa do Bahrein foi morninha na pista, já nos bastidores nunca vimos tamanha movimentação.  

Cruel
A categoria rainha do esporte a motor, no decorrer da sua história, nos mostrou muitas manobras e jogadas nada corretas e honestas. Encheríamos algumas folhas com alguns acontecidos por parte de donos e ou chefes de equipes e até mesmo de organizadores com interesses extra pista. 

Início
Logo após a morte de Dietrich Mateschitz, em outubro, Horner conseguiu fundos com investidores para adquirir as equipes de F1 da Red Bull. A parte tailandesa, que é dona de 51% do grupo Red Bull, seria quem está negociando com Horner. A parte austríaca tem 49% do grupo e, ao descobrir, não gostou da atitude de Horner.  

Helmut Marko faz parte da porção austríaca, aparentemente tem apoio do clã Verstappen. Max e Marko possuem contratos atrelados, ou seja, com a saída de um, o outro pode romper seu contrato, sem custos financeiros. 

Aparecia
No fim do ano passado as partes vieram a público relatar que estava tudo bem internamente e que o foco era manter a equipe unida e no topo da categoria. Na verdade, vemos que a disputa deixou sequelas e algumas figuras da F1 querendo se aproveitar delas.      

Coincidências
Dias após a bombástica notícia da transferência de Lewis para Ferrari, surge outra notícia estarrecedora, com Christian Horner no epicentro da história. O assunto já vinha sendo tratado internamente na equipe até que alguém do cotidiano resolveu espalhar para o mundo, com a melhor das intenções. Demonstrando que os urubus estão prontos para se deliciar.  

Em consequência, a Red Bull contratou uma investigação particular que, depois de certa demora, inocentou Horner. Essa demora causou muitos desgastes. Chefes de equipes, FIA, Liberty Media e até a Ford, futura parceira da equipe a partir de 2026, pediram celeridade e maior transparecia na investigação. Mesmo sendo inocentado, o calvário de Horner parece longe do final.  

Tempestade no deserto
Durante os treinamentos de Sakhir a mídia especializada foi inundada de arquivos comprometedores de Horner com a funcionária da equipe, arquivos estes de origem anônima. E a partir daí vemos uma sequência de acontecimentos surpreendentes e aparentemente orquestrado por pessoa (s) interessada (s) em desmoronar a melhor equipe do grid. Se não conseguem nas pistas partem para os meios não usuais, antiéticos e nada honestos.  

Conversinhas
Se tudo que foi falado, comentado e especulado nos últimos dias acontecer, 2024 será a ano de maior especulações e tramas fora das pistas na história da categoria. Sobrou investigação até para o presidente da FIA, novamente via informação anônima. A Red Bull e Ben Sulayem, presidente da FIA, possuem um adversário em comum, um ser asqueroso que não consegue ouvir um não ou ser contrariado. Sócio e chefe de uma equipe de ponta da categoria rainha do esporte a motor. 

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