REGINALDO BALEIA LEITE

GP do Bahrein — Dobradinha tranquila dos taurinos

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 10/03/2023 às 09:28
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Verstappen, Alonso e Perez (Foto/Divulgação/F1)

Enfim, acabou-se a espera para a tão esperada primeira corrida do ano, após três meses e meio de jejum. Porém, após a bandeirada final, ficou um certo vazio na cabeça da maioria. Já que a equipe do touro vermelho não deu chances aos adversários e se mostrou muito superior aos demais. E muitos já se perguntavam, será que não será assim o resto de 2023? 

Jogando a toalha. A superioridade da RB 19 foi tamanha que até Jorge Russel, piloto da Mercedes, também aderiu ao discurso de que a Red Bull iria vencer tudo até o final do ano. Antes de tudo, vale que lembrar que o circuito bareinita é praticamente único em relação aos demais do campeonato, este possui um piso no melhor estilo lixa de comer pneus. Os taurinos acharam um acerto perfeito para essa pista. Pessoalmente, acho que já na próxima etapa a vida dos taurinos não será tão tranquila. 

Oposto. Essa primeira etapa de 2023 foi uma corrida morna sem muitas disputas. É muito difícil elogiar uma prova que não teve disputas pela ponta. Como quase sempre acontece, a turma do meio é que salva o espetáculo. E, desta feita, com um piloto da velha guarda num carro que, no ano passado, era a antepenúltima força do grid. Se for comparar a corrida do ano passado com esta, perdemos muito em disputas e emoções. 

As poucas brigas que vimos foram da recuperação de Alonso, já que ele não realizou uma boa largada, caindo de P5 para P8 e ainda levou um toque estúpido de seu companheiro de equipe. 

Acerto. Fernando Alonso, ano passado, quando anunciou sua saída da Alpine para ingressar na Aston Martin, foi criticado por muitos. A grande maioria não entendia o porquê de sair de uma equipe de fábrica em ascensão e ingressar noutra que estava muito atrás. Para alguns, era seu fim de carreira, outros dizia estar apenas preocupado em engordar sua aposentadoria.

E hoje esses críticos estão caladinhos, pois foi a melhor decisão que ele tomou desde que saiu da McLaren, ao final de 2007. Alonso sempre criou um clima a seu favor em todas as equipes que participou. Mas, agora, seu alvo é o filho do dono da equipe. Espero que ele tenha amadurecido e trabalhe com espírito de equipe. Aparentemente, ele está mais tranquilo, pois não reclamou publicamente da cacetada que sofreu, logo no início da etapa, de seu ilustre companheiro de equipe. 

Do céu. Ao final da classificação no sábado, dois pilotos estavam nas nuvens, Ocon e Hulkenberg. Ocon havia conseguido colocar a Alpine, que não se apresentou bem nesta pista, no Q3, enquanto seu companheiro de equipe nem passou do Q1. Hulkenberg perdeu sua vaga de piloto oficial ao final de 2019. Realizou três etapas como substituto em 2020 e 2021. Na sua estreia pela Haas, em 2023, conseguiu a proeza de se classificar no Q3, ao passo que seu companheiro de equipe, já acostumado com o carro, ficou logo na primeira fase da classificação. 

Ao inferno. E, 24 horas depois, os dois se viram num inferno astral. Ocon sofreu uma penalização por largar desalinhado. Os sensores da pista e do carro denunciam de cara, automaticamente sofreu uma punição de 5 segundos. Para completar a maré de azar, sofreu outra punição de 10 segundos por sua equipe não cumprir os cinco segundos regiamente no seu pit stop. Posteriormente, sofreu outra penalização de 5 segundos por ultrapassar o limite de velocidade na saída dos boxes. Bateu o recorde de punições em uma única corrida da era hibrida. 

Hulkenberg – Nico viu sua corrida comprometida logo na primeira volta, após tocar em alguém que nem ele sabe dizer quem foi e danificar seu aerofólio dianteiro.  Ele e sua equipe demoraram a tomar a decisão de reparar o estrago. Finalizou na P17, uma posição atrás de Magnussen, seu companheiro de equipe. Um péssimo começo da equipe americana.  

No vermelho. A McLaren estreou mal nesta temporada. Desde a pré-temporada isso foi evidente e sua maior rival do ano passado, a Alpine, também vinha ruim, entretanto melhorou no final de semana, e na classificação colocou um carro no Q3 e na corrida conseguiu dois pontinhos com o outro carro. Esta etapa foi a pior da equipe de Woking da era Brown. Os vermelhos também não têm nada a comemorar. O abandono de Leclerc acendeu a fúria da mídia italiana, já os tifoses nunca perdem a esperança. A Mercedes está juntando os cacos e promete reagir mudando o conceito carro. Alpha Tauri e Haas esperam melhorar, amém. 

Azul-celeste. A Williams mudou de patamar de pior equipe dos últimos anos para a turma do meio. Pelo menos neste início de temporada. Esperamos que o mal que acomete as equipes de menor orçamento é a falta de desenvolvimento no decorrer da temporada. 

A Hass ano passado começou muito bem, mas não teve recursos para continuar a desenvolver seu carro durante a temporada.  Assim, muitas equipes a superaram depois das férias de verão. Espero que a Williams e a Alfa Romeu não sofram do mesmo mal.  

Inverso. Já a equipe sensação da pré-temporada e da primeira etapa, a Aston Martin, aparenta não sofrer do mal de caixa baixo. Laurence Stroll cacifou a equipe com a contratação de peças-chave da Red Bull e Mercedes e ainda está construindo uma nova fábrica, em fase final, para acolher esses técnicos com o que tem de melhor na tecnologia atual. Fernando Alonso agradece. 

Nos grupos de F1 do WhatsApp, 90% dos integrantes tinham a esperança de ver nosso Drugovich no comando do carro de Stroll no Bahrein. Porém, o canadense apareceu na pista na quinta-feira e frustrou a torcida brasileira. Depois das dificuldades de Lance Stroll no primeiro dia e também no início da corrida. Ao final, ele se superou e anda foi P6.        

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