Depois da etapa bahranita, a quarta, podemos analisar algumas coisinhas da F1. E a primeira reflexão que vem à tona é de que Vettel continua Vettel. Se impondo para cima da concorrência mesmo quando não tem o melhor carro. Porém, estamos só no início de um campeonato, com 19 etapas.
Sebastian Vettel resolveu apertar tudo desde o início, não dando chances para a concorrência no futuro. Ele chegou a ponto de desobedecer a ordens de sua equipe e criar um pequeno probleminha dentro de seu ninho, probleminha este que o dono da equipe, Mateschitz, declarou à imprensa que não haveria ordens de equipe daqui por diante. Horner estaria proibido de usar este tipo de ordem na equipe.
Se no ano passado demoraram oito corridas para ter um vencedor repetindo, nesta temporada Vettel resolveu quebrar a escrita logo na quarta etapa. Um sinal de que ele prevê dificuldades além mar. Como tenho dito desde o início, esse campeonato vai ser vencido por quem conseguir administrar melhor o consumo da borracha italiana. A Pirelli, fabricante dos pneus, tenta no dia a dia se esquivar das críticas. Por outro lado, ela apenas cumpre as ordens do mandatário Sir Verme Ecclestone.
Apesar dos pesares, desta feita o Verme conseguiu o que queria. Depois destes pneus descartáveis e da asa móvel, a F1 nos deu corridas com mais emoções e disputas, ou seja, o Verme conseguiu o que precisava. Disputas e resultados imprevisíveis. Na etapa do Bahrain foram realizadas mais de cinquenta ultrapassagens, enquanto em 2009 foram apenas 11. Mesmo que artificialmente as corridas da F1 voltaram a ser disputadas.
Vettel comanda a tabela. E Kimi Räikönein é sensação do ano. Com um carro de equipe média ele é o segundo na tabela com 10 pontos de desvantagem para o alemão. É sempre bom ver uma equipe com orçamento menor dar um banho nas grandes. A grande sacada da Lotus é seu baixo consumo de pneus e, claro, a pilotagem do finlandês.
Kimi também é alvo da rádio paddock, com comentários de que ele é o sucessor de Webber na equipe do touro vermelho. E Vettel, como bom político, já lhe deu boas-vindas, declarando que seria ótimo dividir a equipe com o Iceman. Se acontecesse, até que seria legal ver o alemão ser acossado pelo frio e rápido finlandês.
Na equipe da estrela vimos que o carro evoluiu muito de 2012 para 2013. Mas ainda é, de longe, um devorador de pneus. A equipe tenta corrigir a fome de borracha do W 04 e, dependendo do circuito, o carro alemão é sério candidato ao pódio. Não restam dúvidas de que esse é o melhor modelo da Mercedes depois de seu retorno a F1. Hamilton e Rosberg até agora não se estranharam, apesar das reclamações do alemão na Malásia. Lewis é o terceiro na tabela, vinte e sete pontos atrás do líder. Já Rosberg tem sessenta e três de desvantagem.
Entre as equipes de ponta, Webber é quem tem a maior desvantagem para seu companheiro de equipe, com quarenta e cinco pontos. Em segundo, vem Grosjean com quarenta e um pontos. Rosberg é o terceiro, com trinta e seis pontos. Massa tem dezessete pontos de diferença para Alonso.
Na equipe vermelha, o sinal amarelo está intermitente. Depois de quatro, a estrela da equipe está trinta pontos atrás do líder da tabela. Não basta Alonso vencer uma e Vettel quebrar, o alemão ainda seria líder. A corrida do deserto foi dolorida para os italianos. Eles sentiram o baque. Antes da etapa do Bahrain, a equipe ocupava a vice-liderança entre os construtores e agora é a terceira atrás de Red Bull e Lotus. A diferença é de trinta e dois pontos para a Red Bull.
Se a luz amarela pisca em Maranello, em Woking, sede da McLaren, o sinal vermelho já está quase roxo. Os ingleses estão atrás até da Force India no Mundial de Construtores. É a pior equipe que corre com os motores da Mercedes, chegando ao ponto de querer o carro de 2012. Mas vão continuar tentando desenvolver o de 2013. E para piorar o ambiente, Perez andou dando uns toques em Button no Bahrain, o que fez o gentleman inglês perder a linha e rasgou o verbo para cima do mexicano.
Corrida de F1 só no dia 12 de maio, na Espanha. Ano passado, vimos a vitória de Maldonado, situação impossível de se repetir em 2013. Também no ano passado, vimos as Lotus andando bem, terminando com um terceiro e quarto posto, situação bem possível de se repetir e com sobras.
Felicidades!