GP da China
Na quarta etapa do Mundial de 2014 vimos mais uma vitória arrasadora de Lewis Hamilton e outra dobradinha da Mercedes. Mas o que marcou essa etapa foi a classificação, no sábado, onde Lewis foi absoluto, conseguindo colocar 1s de vantagem sobre o segundo colocado, na chuva. Ele demonstrou que no molhado sua capacidade é bem acima da média dos demais concorrentes. Rosberg chamou a atenção ao tentar de tudo para bater o companheiro e sempre errava nestas tentativas.
Mental. No meu entender, Rosberg ficou absolutamente abalado depois da derrota no Bahrain, ao não conseguir superar Hamilton nas dez voltas finais, quando estava calçado com pneus macios e Lewis com duros. Essa derrota foi demais para a cabeça do alemão, que agora não consegue obter um desempenho igual ao que apresentava. Porém, na tabela, ele ainda é o líder do campeonato. Agora ele terá três semanas para achar um bom divã e resolver sua neura.
Pódio. Nesse pódio da China vimos Hamilton feliz, como era normal, e Rosberg também aparentava alegria, apesar da corrida difícil. Mas o terceiro colocado parecia triste e tinha semblante sério. Alonso tem se mostrado o rei do marketing. A comemoração do Bahrain ao chegar em nono e agora no seu primeiro de 2014 ele se mostrava infeliz. Mas isso tudo é uma máscara para alfinetar o alto comando de Maranello. O engraçado é que no pódio do Bahrain quem mais comemorou foi justamente o terceiro colocado, Perez. Deve ser porque os latinos são mais emotivos que os anglo-saxões.
Curiosidades. Na etapa chinesa houve fatos que não aconteceram na temporada 2014, como o da Ferrari chegar ao pódio, logicamente com Alonso, que está dando uma surra no Kimi. No ano passado, Massa tinha uma média de três ou quatro décimos de inferioridade para Alonso, isso quando não largava na frente do companheiro. Mas o finlandês tem perdido de até 1 segundo para Alonso. Outra novidade em 2014 foi a farofa dos pneus que era figura presente em todas as etapas do ano passado e que desta feita só apareceu na China. Detalhe, na quantidade que era no ano passado.
Estranho. Outro fato relevante em 2014 é o desempenho da equipe McLaren. Nas duas primeiras etapas ela foi bem, porém nas duas seguintes não conseguiu nada. Esperávamos que a equipe fosse a segunda com equipamento da Mercedes. Atrás da equipe de fábrica (Mercedes) e que do meio da temporada para frente os alemães brecariam as evoluções para a equipe inglesa, mas a turma Woking começou a se dar mal logo na terceira etapa.
Comédia. O melhor lance da etapa chinesa foi ver Vettel ser ultrapassado por Kobayashi e, no instinto, levantou a mão como que reclamava da ultrapassagem. E logo gritou no rádi “O que está acontecendo? Fui ultrapassado por uma Caterham”... Aí seu engenheiro veio com uma mensagem de apoi “Ele está com pneus novos e por isso está melhor que você”. Passou uma volta e Vettel entrou nos boxes para realizar sua segunda troca. A transmissão não mostrou, porém o alemão deve ter exigido uma troca de pneus na hora. Mas foi muito engraçado ao vivo; o que não está nada engraçado é que Vettel perdeu mais uma vez para Ricciardo no final. Vettel tem se comportado mal perante esses resultados ruins. E não lembra em nada aquele piloto dos anos anteriores quando tinha o melhor carro e reinava dentro da equipe.
Matador. Lewis não teve adversário na etapa chinesa. Correu isolado e nunca foi incomodado. Mas o desempenho que marcou mesmo foi sua atuação na classificação. Ele parecia Senna na chuva e impôs mais de sete décimos para o segundo colocado.
Sorte. Nosso representante na F1 mais uma vez ficou pelo caminho e não por sua culpa. Sempre falei, ele precisa passar uns dias na Bahia e achar um bom pai de santo para acabar com sua urucubaca. Se na prova faltou o fator sorte, já na classificação, no finalzinho do Q3, ela esteve lá. Kimi e Button vinham com tempos melhores que o dele na última volta. Porém os dois cometeram erros na última parte da volta. E assim Massa largou em nono.
A corrida que eu vi
Essa etapa não podemos dizer que foi boa. Na verdade, faltou aquela briga pela ponta entre os melhores carros. Quando o vencedor sai na ponta e só vai abrindo é ruim para todos. Menos para o vencedor. Rosberg estava irreconhecível, mas com carro que tem ainda conseguiu o segundo posto. Já o espanhol, mais uma vez, chamou atenção pelo seu desempenho com o equipamento abaixo da concorrência. E esse foi o melhor resultado da Ferrari nesta temporada. Ricciardo parece que veio para vingar Webber; Vettel confessou que precisa melhorar sua pilotagem para superar o companheiro. Já Hulkenberg novamente mostrou sua tocada limpa e de novo chegou na frente das Williams. Por falar em Williams, o carro melhorou muito no piso molhado, mas o tempo está passando e a equipe tem deixado de fazer pontos importantes. Agora vai começar a fase europeia e certamente as equipes grandes vão se desenvolver rapidamente e assim a Willians pode sentir saudades dos dias em que chegou a andar em quarto ou quinto lugar.
Felicidades!