O mundo das duas rodas viveu no fim de semana passado a última etapa do calendário de 2013. Como acontece há tempos, e foi em Valencia, no circuito Ricardo Tormo. As categorias Moto 3 e Moto GP decidiram o campeonato nesta etapa. E a disputa foi das melhores nas duas categorias.
Moto 3. A categoria menor sempre nos proporcionou as melhores disputas durante todo o ano. E como não poderia deixar de ser, a última corrida foi disputadíssima. O favorito era Salon da KTM. Favorito, porém tinha apenas dois pontos de vantagem sobre Vinãles e cinco para Rins. Salon durante toda a temporada foi o piloto cerebral, que vencia na última volta. Aquele tipo de piloto que fica cozinhando a corrida inteira e mostra seu potencial apenas nos instantes finais.
Destino. Porém, tanto Salon quanto Rins começaram a errar nas etapas finais. Na penúltima etapa, no GP do Japão, os dois caíram e não terminaram entre os dez primeiros. Já nessa corrida, Salon, o favorito, voltou a ver o chão mais de perto. E Vinãles venceu com Rins a apenas um décimo de vantagem. Situação invertida a do GP do Japão, mas com relação a Márquez e Vinãles.
D2. Vinãles surgiu no mundial com a equipe de Paris Hilton, que usava Honda como equipamento e criou uma situação difícil no final da temporada passada para poder usar as vencedoras KTM. O hispânico perseguia o titulo há duas temporadas e venceu com uma equipe que não era a melhor. A esquadra espanhola da estrela Galícia (Rins e Márquez) e a equipe oficial da KTM (Salon) eram as favoritas. Tanto Salon como Vinãles sobem de categoria em 2014. Ou seja, vão para a Moto 2.
Supernova. Se na categoria intermediária não houve decisão, na categoria rainha tinha um personagem a fim de atrapalhar a vida da nova estrela da categoria. Era Jorge Lorenzo da Yamaha. Para quem não sabe, a Honda, que tem o melhor equipamento da temporada, contratou um moleque de 20 anos chamado Marc Márquez, que foi a sensação da temporada. Moleque esse que foi campeão em todas categorias de acesso.
Divino. Na última corrida do ano, as voltas iniciais foram demais. A pole era de Márquez com Lorenzo ao lado e Pedroza na segunda fila. Pedroza é reconhecido como o melhor largador da categoria. E a tática da Honda era Pedroza desestabilizar o piloto da Yamaha e este ir ao chão. Mas Lorenzo era quem estava a fim de desestabilizar os concorrentes. As voltas iniciais foram demais, até parecia corrida da Moto 3 com motos de 1.000 cilindradas era uma ultrapassagem de Pedroza, e Lorenzo devolvia na sequência.
Pega. Esse pega eletrizante se estendeu por várias voltas. Não existem adjetivos para o que vimos: demais, eletrizante, lindo, emocionante... Mas como diz o ditado “Tudo que é bom dura pouco”, Lorenzo abriu muito numa curva e quase colocou Pedroza para fora. O erro custou a primeira posição a Lorenzo. Porém, o piloto da Yamaha estava determinado a ser o vencedor e logo alcançou Márquez e o ultrapassou. Pedroza se recuperou e ainda foi o segundo, com uma ajudinha de Márquez.
The Doctor. É nascimento de uma nova era na Moto GP. Márquez com o melhor equipamento e muita coragem e habilidade, acompanhadas de uma boa dose de sorte, tem tudo para ser o mais novo ídolo da categoria. Na outra ponta, o nosso grande Valentino Rossi, o The Doctor, até já fala em abandonar no final de 2014, quando termina seu contrato com a Yamaha. O grande The Doctor agora está mais para Dr. Lutero. E numa atitude desesperada e estúpida despediu seu fiel aliado, Jeremy Burgess. Só tempo dirá o quanto Rossi foi inocente nesta atitude. E muito infeliz. Mas, é o desespero de ver que não é mais o melhor e às vezes até pilotos com motos semioficiais disputam com ele.
Massa. Na segunda-feira foi oficializada a contratação de Felipe Massa na Williams. A rede de televisão que transmite a Fórmula 1 tenta nos fazer acreditar que a Williams tem tudo para se dar bem com as novas regras de 2014. Falam de ótima estrutura e dos novos técnicos engenheiros contratados. Pura balela. Falta o grande combustível que move a F1.
Combustível. Esse combustível é o dinheiro, e dinheiro é o problema da equipe. Enquanto têm equipes com orçamento de US$ 500 milhões, o time inglês conta com um quarto disso para correr no ano que vem. Na verdade, essa equipe é um cemitério de carreira de pilotos brasileiros na F1. O único que se deu bem por lá foi Nelson Piquet. Pizzonia, Barrichello, Ayrton e Bruno Senna encerraram suas carreiras depois de correr na equipe. Pace também correu para Frank Williams, mas numa época que Frank tinha poucos recursos e usava carros alugados (March) e da temporada anterior.
Felicidades!