UM BALANÇO RUIM
Não estou falando de nossa economia e, sim, da temporada de F1 de 2015. Esse balanço ruim é apenas o reflexo de vários erros cometidos pela turminha que comanda o espetáculo. E novamente ressalto que não é comentário sobre a situação da economia ou da política brasileira.
O nosso esporte favorito foi também traído por decisões estúpidas dos cartolas. Como pode a categoria máxima do automobilismo redigir um regulamento baseado em um projeto já pronto de uma das montadoras envolvidas? Isso foi o que aconteceu quando o regulamento foi mudado de 2013 para 2014.
Publicamente, o interesse era transformar a categoria num balão de ensaio de desenvolvimento de novas tecnologias. Tecnologia mais limpa, com o propósito de desenvolver carros mais econômicos e com baixa poluição, visto que algumas categorias de turismo já estavam usando esse tipo de motorização, bem vista humanitariamente.
Porém, a essência crua do esporte é ligada ao esporte mesmo. Esse lance de fazer bonito para os ambientalistas fere a essência deste esporte. Como esporte puro, essa categoria trouxe muitos desenvolvimentos para os carros de rua. Mas sempre voltados para o desenvolvimento do esporte, ou seja, chegar na frente.
E quem liderava era quem tinha um bom e criativo projetista e, logicamente, um bom motor. Mas de 2014 para cá o destaque é para quem tem o melhor conjunto propulsor. O restante ficou em segundo plano.
Ficou claro que esse lance de motor verde para ficar de bem com o meio ambiente não foi um bom negócio para a categoria, mas, sim, para um único fabricante de unidades de potência. Ao ver as dificuldades que os alemães enfrentavam antes de 2014 dá para se ter uma boa ideia do que é essa unidade de potência dos alemães.
Os cartolas acordaram e tentaram sair pela tangente em relação ao domínio das montadoras. Não conseguiram, e 2016 será tudo igual, de novo. E a torcida é para que uma das equipes, Ferrari ou Red Bull, consigam achar uma solução para derrubar os alemães na pista. Ia me esquecendo dos carros e em 2016 terão que apresentar um sistema de escapamento que produz um som mais aceitável que os atuais. No mais, será mais do mesmo.
Essa dependência da categoria em relação a montadoras é tão preocupante que se a Renault não tivesse comprado a Lotus, o grid de 2016 teria seis carros a menos. Duas Red Bull, duas Toro Roso e duas Lotus.
Para complicar tudo, a Sauber e a Force India passam por sérias dificuldades financeiras. A Sauber tem um bom patrocínio do Banco do Brasil, mas isso não é o suficiente para bancar as despesas da equipe. Ericssom também traz muito dinheiro para a equipe, mas a conta não fecha.
A Force India, ao que tudo indica, pode mudar de dono antes de 2016. O dono da equipe acumula uma senhora dívida no mercado europeu. E, segundo a rádio Paddock, tem credor de olho na equipe. Se os boatos se tornarem realidade, a dupla de pilotos da equipe deve se dar bem, pois os novos donos vão injetar dinheiro no desenvolvimento da equipe.
Enfim, todos já perceberam que a categoria vai mal e perdendo público a cada dia que passa. A esperança dos cartolas é que para 2017 tudo melhore, já que um novo regulamento será implantado e, como sempre, a ideia é nivelar as equipes. Velho sonho, que nunca se concretizou. Pelo menos, ao que parece, a aerodinâmica volta a ser destaque.
Uma ótima semana!