O Mundial de Motos vive um momento ímpar. O desempenho de Marc Marquez nessa temporada é algo inigualável. Em sete etapas, ele ganhou as sete. Algo nunca visto nos sessenta e cinco anos desta categoria.
Já a corrida passada, ele viveu uma grande disputa com Lorenzo da Yamaha, mas nos momentos finais superou o rival e abriu para mais uma vitória. E na etapa do fim de semana passado ele foi obrigado a enfrentar o ímpeto de Valentino Rossi. Parecia que The
Doctor tinha se reinventado e voltava a ser aquele dos anos 2000. Rossi foi e é o maior fenômeno da era moderna. Foi invencível nas pistas e criou um estilo único em suas comemorações, que chamou a atenção de todos. Assim, o mundo da motovelocidade ficou em dívida com o italianinho que transformou as corridas de moto em um show, ajudando a popularizar a categoria.
Mas como nada é para sempre, em 2013, Marquez entrou na categoria e se sagrou campeão. Não satisfeito em ser campeão logo na temporada de estreia, ele quer transformar a temporada de 2014 como a de sua consagração. Ganha tudo e não dá chances aos demais. O mais estranho é que o primeiro piloto que teria que brecar Marquez seria a eterna promessa da Repsol Honda, um ser mais conhecido por Daniel Pedroza, que tem o mesmo equipamento de Marquez, mas até a etapa anterior não tinha feito nada.
Renasceu. Não tinha, pois nesta etapa passada ele também se reinventou. Vimos a melhor corrida dos últimos tempos. Um Valentino pilotando com precisão cirúrgica, Pedroza dando tudo de si e Marquez, mais camicase do que seu normal, souberam transformar a etapa da Catalunha em uma corrida antológica. Normalmente, as corridas da categoria rainha têm sempre um líder supremo, que se destaca e logo vai assumindo a ponta, e de lá só vai abrindo. Mas nas duas últimas etapas nos foi mostrado outro Mundial. Cheio de disputa e pegas eletrizantes.
A prova. Rossi largou na quinta posição e logo era segundo, atrás de Lorenzo, que não resistiu a pressão e Rossi tomou a ponta ficando por várias voltas. Atrás, Marquez vinha numa progressão. Valentino estava disposto a se vingar dele que tinha vencido em sua terra natal e a Catalunha é a casa de Marquez, que passou todos e ficou atrás do italianinho boa parte da corrida. Pedroza também superou todos e encostou em Marquez. Os três ponteiros abriram dos demais. Pedroza atacou Marquez e passou, mas logo levou o troco.
E Marquez, depois de algumas investidas, finalmente passou Rossi e este preocupado com Marquez se esqueceu do Pedroza, que superou o italiano.
Olho clínico. A dupla da Honda seguia na frente quando notaram uma bandeira amarela logo que passaram Rossi e assim devolveram suas posições e todos acharam que era chuva e o corre-corre nos boxes foi tremendo. Mas não era chuva. No final, Pedroza seguia Marquez de perto.
Chegaram a trocar de posição e Marquez, sem piedade, colocou sua moto na frente.
No finzinho. No apagar das luzes, Pedrosa atacou Marquez mais uma vez e na antepenúltima curva quase saiu da pista. E Rossi simplesmente tomou o segundo lugar, e Marquez assim conseguiu vencer a sétima do ano e na sequência um recorde.
Esse piloto está deixando a Moto GP em pavorosa, pois só ele vence, mesmo quando erra consegue reverter e sai lá na frente, um fenômeno e impecável em suas apresentações.
A F1 volta à Áustria depois de onze anos.
Programação do GP da Áustria
3° - Treino - sábado - 6h
Classificação - sábado - 9h
Corrida - domingo - 9h