O Campeonato Mundial de Motovelocidade existe há exatos sessenta e cinco anos. Durante todo esse tempo nunca houve uma situação como a do GP da Austrália de 2013. Tudo começou com um recapeamento do asfalto do circuito. E tudo vistoriado pelo ídolo local Casey Stoner.
O recapeamento visava acabar com algumas ondulações tradicionais do velho e bom circuito de Phillip Island. Como o recapeamento fora bem executado, e com materiais de primeira, a pista ficou mais aderente gerando maior grip, e com o calor reinante no fim de semana passado os compostos tanto da Dunlop, fornecedora exclusiva da Moto 2, e da Bridgestone, que é a fornecedora da Moto GP, não resistiram por muito tempo. Na verdade, as duas fornecedoras desconheciam o novo asfalto.
Plano B. Já nos treinos de sábado as fornecedoras e pilotos estavam de cabelo em pé. A solução encontrada foi atípica. Na Moto 2, a prova foi reduzida para apenas treze voltas, ou seja, quase a metade do normal. Já na Moto GP a solução foi mais engenhosa. Os cartolas resolveram que os pilotos deveriam correr por dezenove voltas, porém obrigados a trocar seus pneus na décima volta.
Fase 2. Como na Moto GP não se troca somente os pneus, e sim troca-se de moto, não era lá uma situação doutro mundo. Essa prática já é usada há alguns anos quando chove. Em vez de trocar para pneus de chuva, o piloto entra no boxe e monta em outra moto já preparada com os compostos novos. Sendo assim não era para ter falhas ou enganos.
Falha de principiante. A melhor equipe do paddock cometeu um erro de equipe principiante. A ordem era para trocar até a décima volta e Marc Márquez realizou sua troca na décima primeira volta. Estranhamente, as cabeças pensantes da Honda/Repsol interpretaram que poderiam andar dez voltas e realizar a troca na décima primeira. O erro custou a desclassificação do líder do Mundial, que viu sua liderança despencar para apenas 18 pontos, e isso com 50 pontos em jogo até a final. Lorenzo e a turma da Yamaha adoraram.
Foi bom. Pelo lado esportivo essa trapalhada toda foi ótima para o campeonato. Do jeito que ia, Márquez poderia levar o título na pista Honda, Motegi, à próxima etapa. Será mesmo um erro da Honda? Ou tudo foi um jeito de reacender a disputa e o interesse até a etapa final, despertando a atenção dos torcedores que podem ver alguma disputa até a final e não um título antecipado?
Mas quem vai lucrar mesmo serão os organizadores. As arquibancadas ficaram lotadas e a audiência televisiva aumenta. A F1 está precisando de uma situação parecida. E não será estranho que a RB9 de Vettel apresentasse algum defeito do tipo, uma pane hidráulica, aquela que pode ser mil defeitos é sempre usada como uma desculpa das equipes quando não se sabe o real defeito; mas ainda pode acontecer. Pode acontecer, ainda mais depois do exemplo da Moto GP.
Reviravolta. Na Moto 2, Scott Redding liderava até esta etapa da Austrália. Porém, nos treinos ele sofreu uma lesão e foi submetido a uma cirurgia. Como esta etapa teve apenas 13 voltas, Espargaró aproveitou para descontar sua diferença e ainda alcançou a liderança da tabela. Como Redding não vai correr neste fim de semana no Japão, Espargaró tem tudo levar o título de 2013. Já que o de 2012 bateu na trave. A trave se chamava Marc Márquez. As lesões são o calcanhar dos pilotos do Mundial. E todos perguntam quando será o dia de Marc Márquez. Normalmente ele cai nos treinos, mas nunca machuca seriamente.
A melhor. Na Moto 3, a corrida foi normal sem cortes no número de voltas. A potência é menor e as motas são leves e assim não houve consumo exagerado de borracha. Alex Rins venceu a etapa com uma vantagem de apenas três milésimos de segundo sobre Vinãles. Salom chegou no terceiro posto e viu sua vantagem diminuir para apenas cinco pontos. O Sportv vai transmitir a etapa de Motegi na madrugada de domingo às 3 horas.
Programação do GP da Índia
1º Treino - sexta-feira - 25/10 - 2h30
2º Treino - sexta-feira - 25/10 - 6h30
3º Treino - sábado - 26/10 - 3h30
Classificação - sábado - 26/10 – 6h30
Corrida - domingo - 27/10 - 7h30
Felicidades!