REGINALDO LEITE

O primeiro GP da temporada

Não vimos aquele domínio da Red Bull e ainda o único carro bonito do grid foi o...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 21/03/2012 às 10:39Atualizado em 19/12/2022 às 20:40
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O primeiro GP da temporada foi ímpar. Não vimos aquele domínio da Red Bull e ainda o único carro bonito do grid foi o mais eficiente – isso nas mãos de Jenson Button. Button, que largou da segunda posição, tomou a ponta depois da primeira curva e, a partir daí, não deu chances aos oponentes. Foi uma vitória irretocável. Apesar de reclamar no rádio que seu carro sofria de vibrações depois do primeiro pit stop. Apesar do mal súbito, o campeão de 2009 soube manter a ponta e levou o caneco. Isso vai acontecer mais vezes nesta temporada.

Depois da classificação, a maioria pensava numa vitória de Hamilton e estranhava a sexta posição de Vettel. Depois da primeira curva, porém, vimos que Button tinha o carro e a corrida sob domínio, com seu estilo limpo e eficiente de pilotar na pista australiana.

Feio. Hamilton não sabe perder e demonstrou isso com seu semblante, depois de descer do carro e no pódio. Vettel também não tinha um sorriso verdadeiro, mas deveria tê-lo, pois não tinha carro nem performance para ser o segundo colocado. Esse segundo posto veio devido a tal da estratégia e o Safety Car, pois na pista ele não tinha carro para ultrapassar o inglesinho. E com as posições invertidas depois do Safety Car, Hamilton também não teve carro para reverter a situação, devido ao estilo agressivo e bonito de tocar.

Disputado. O GP australiano foi sem graça na disputa das primeiras posições, mas atrás a coisa foi “braba”, ou seja, competitiva. Houve uma corrida à parte pelos demais. Schumacher largou bem e vinha num bom terceiro posto até ser traído pelo câmbio. Os carros da Mercedes estão mais competitivos e dizem na Rádio Paddock que é devido ao duto aerodinâmico, sem a interferência dos pilotos.

Flecha de prata. Esse carro, porém, conserva o seu maior defeito do passado, o de consumir os pneus rapidamente. A Mercedes foi a equipe que mais decepcionou depois da bandeirada final. Rosberg terminou fora dos pontos, devido aos destroços do acidente do Maldonado. O carro é bom na classificação, mas, pelo alto consumo dos pneus, acaba se dando mal na corrida. Traduzindo, é um chassi sem eficiência mecânica e com uma aerodinâmica fraca. Nas retas, porém, o duto mostra sua eficiência.

As surpresas. Os testes da pré-temporada sempre nos mostram equipes ruins fazendo tempos surpreendentes. No entanto, uma regra foi quebrada nesta temporada. A Lotus não é um blefe. O carro tem potencial e é mais eficiente que alguns do G4. Entretanto, a equipe ainda não tem uma boa estrutura para andar na frente. O terceiro lugar de Grosjean no grid e a corrida de Raikkonen demonstram isso. As paradas de Kimi foram horríveis e ele teve de compensar no braço.

Surpresas 2. A performance da Williams de Maldonado, tanto na classificação quanto na corrida, foi demais – uma Williams dando calor numa Ferrari e sendo mais rápida tanto em velocidade de reta quanto no tempo de volta. Uma situação impensável na temporada passada. E também a posição final do piloto-espetáculo Kobayashi. O desempenho real da Force India foi bem diferente dos testes pré-temporada. Resumindo, a surpresa mesmo foi o desempenho da Lotus, que, depois de Jerez, retirou seus carros e perdeu dias de treinos em Barcelona. Na Austrália, a equipe mostrou um carro bem competitivo. Outra surpresa foi o desempenho dos mecânicos da Ferrari – sem concorrentes no tempo de troca de pneus.

Vergonhoso. A corrida da Austrália foi horrível para os representantes brasileiros. E o pior foi a batida dos dois; um tirou o outro. Enquanto Alonso sofria para segurar o Maldonado brigando pelo quinto posto, Massa e Senna batiam brigando pela décima terceira posição. Humilhante a situação dos brasileiros em relação aos seus respectivos companheiros de equipe.

Vergonhoso 2. O caso de Massa é complicado. Com mais quatro corridas seguidas com este tipo de desempenho os italianos não vão nem esperar o final da temporada para fritá-lo. O espanhol conseguiu a média de 1:33.741, enquanto o nosso piloto fez 1:35.496 de média. A diferença é enorme para quem corre com o mesmo carro. Senna foi pior ainda, 1.36,898 de Senna contra 1.33,392 do Maldonado. Isso sim é vergonhoso.

Malásia. Neste fim de semana será realizado o GP da Malásia, a primeira corrida em autódromo do calendário. Alguns que foram bem na Austrália podem não se sair bem numa pista de verdade, mas a McLaren deve ir bem novamente e as Red Bull certamente devem se classificar mais à frente. As incógnitas serão Lotus e Williams.

Programação do GP da Malásia – Kuala Lumpur

1º Treino - Quinta-feira – 23h – SporTV

2° Treino - Sexta-feira – 3h – SporTV

3º Treino - Sábado – 2h – SporTV

Classificação - Sábado - 5h - Globo

Corrida – Domingo - 5h – Globo e Rádio JM

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