REGINALDO LEITE

Oitava etapa do campeonato da F1

Foi surpreendente em vários aspectos. Primeiramente, pelo vencedor, pois...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 27/06/2012 às 11:11Atualizado em 19/12/2022 às 18:50
Compartilhar

#8 – GP de Valência

A oitava etapa do campeonato da F1 foi surpreendente em vários aspectos. Primeiramente, pelo vencedor, pois na realidade foi uma grande zebra. Nem mesmo o mais fanático dos torcedores de Alonso apostaria no hispânico, depois do resultado do qualifying no sábado.  Nem mesmo sua equipe, já que a ordem no domingo era de minimizar o prejuízo da classificação. O vencedor lógico dessa etapa seria Vettel, que chegou ao absurdo de trocar seus pneus e ainda sair na frente do mais próximo oponente. Mas o alemão foi traído por uma pane eletrônica. 

Outros pilotos, como Grosjean, tinham a chance de vencer, mas o jovem piloto foi surpreendido por um Alonso em estado de graça, que mesmo sem um carro de ponta conseguiu superar o piloto da Lótus, logo após a relargada e, posteriormente,  para incrementar os ingredientes dessa etapa épica, o carro do francês o traiu, assim como o carro de Vettel, pois a Lotus do francês tinha tudo para apertar o espanhol nos giros finais..

Sorte.  Se for seu dia de graça, tudo conspira a seu favor e a equipe McLaren mais uma vez pisou na bola com Hamilton e, desta feita, no último pit. E assim, Alonso ganhou a posição do inglesinho na trapalhada dos mecânicos. Não foi a primeira ou segunda vez neste ano. Isso me lembra a Ferrari com o Massa em 2008. Hamilton é o cara da temporada, mas se sua equipe continuar assim, ele deve terminar o ano sem a taça de campeão.

Imponderável. Massa sofreu do mesmo mal em 2008 e, coincidentemente, Hamilton foi o campeão daquele ano. Será que a história vai fazê-lo pagar na mesma moeda. A equipe, sem querer pode dar o título para o inimigo, por incompetência. E aí o imponderável vai acontecer, ou seja, Alonso ser o campeão sem  um carro de ponta. Se depender da lógica, não.  Seria doloroso para o piloto que mais usa o braço no grid de hoje. No entanto, um campeão não acontece apenas por ser competitivo. São vários fatores que interferem para  a consagração final.

Esporte. O que vimos na Espanha no final de semana passado foi atípico. Usando o passado como referência, podemos citar que em algumas situações o esporte ajuda um país a se tolerar, como aconteceu com o Brasil em 1970, quando vivíamos na opressão e  a nossa Seleção conseguiu o tri. Foi uma comoção geral e os brasileiros esqueceram por um tempo seus

problemas. E a Espanha vive um momento horrível e o esporte hispânico tem ajudado a esquecer a realidade. No motociclismo só dá espanhóis, no futebol a seleção deles é a favorita e para completar o único piloto de F1espanhol, bom até hoje, é um ser de sorte, mas muito eficiente.

Azar. Vettel tinha a corrida sob controle e aí veio Safety Car e colocou todos juntos. Coincidentemente, na primeira prova da GP 2, aconteceu algo parecido, e o piloto que liderava também não venceu, porém por motivo diferente. Com o abandono de Valência, o alemãozinho está longe da ponta do campeonato. Porém, faltam muitas etapas e essa diferença pode ser batida. Já Webber viveu uma prova dura, por ter largado lá atrás e ainda conseguiu um quarto posto. Webber é o vice-líder do campeonato a 20 pontos atrás de Alonso e Vettel, com 26 de desvantagem.

Cabecinha. Lewis Hamilton usa como poucos o pedal da direita. É um piloto combativo e isso às vezes o atrapalha. O incidente com Pastor Maldonado é um exemplo, qualquer piloto normal cederia sua posição pensando no campeonato. Pastor já é famoso pela sua inconstância, assim como o “vaca brava” do Kobayashi, que não espera para ver e vai pra cima dos oponentes. Hamilton hoje tem 88 pontos e, se tivesse chegado em quarto, teria 100 pontos e estaria apenas 11 pontos atrás do espanhol. Vale lembrar que Pastor foi punido e Senna assim conquistou um pontinho.

Pódio. Foi interessante ver o pódio com aqueles três. Schumacher era só sorrisos e o Kimi, como sempre, com aquele ar de quem está noutro mundo. E Alonso era o Martin da torcida. Aquela manobra do hispânico de parar em frente à torcida nos lembrou o passado em Interlagos. O piloto da Ferrari usou o marketing com a torcida e imitou muito bem o Ayrton, imitou tão bem que ele precisa ficar de olho para não acabar como o grande ídolo.

Baiano. Luiz Razia, em sua quarta temporada na GP2, fez história na etapa de Valência. Na primeira corrida realizada no sábado, logo após a classificação da F 1, ele conseguiu um terceiro posto. Na segunda prova no domingo, a corrida curta, ele simplesmente venceu de forma arrasadora. E agora está a um ponto de David Valsecchi, o líder do campeonato.

Felicidades a todos!

Baleia.v@uol.com.br

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por