Atrás de reclamações aparecem os interesses particulares de cada equipe. Na verdade, só a Mercedes e suas coligadas estão satisfeitas, exclui-se desta lista a McLaren.
O resto tenta, por trás da cortina, mudar o cenário a seu favor.A aparência é um marketing ao contrário. Em vez de agradar, assusta e afugenta os torcedores. E como essa questão é tudo no mundo empresarial atual, a FIA, indiretamente, é a culpada pelo visual dos carros. O regulamento foi mudado em função de maior segurança.
...E não se esperava um visual tão alarmante e pro lado da esquisitice. Sendo assim, uma comissão da entidade foi criada para estudar meios que podem equalizar a segurança com um visual menos agressivo para o lado estético.
Por outro lado, os principais atores do espetáculo - os pilotos - reclamam do excesso dos comissários nas punições e dos pontos na carteira. Realmente é estranho um piloto que disputa posições a mais de 200 km/s ainda ter que se preocupar com a ideia ou opinião de algum comissário, que pode achar que ele abusou da sorte no calor de disputa.
Acho que tem de haver alguém sempre de olho e vistoriando essas situações, pois existem pilotos camicases e que se acham em casa. Mas não podemos punir toda e qualquer manobra de ultrapassagem. Não tem como uma disputa numa pista ser sempre sem toques. Quando estão todos no limite algo pode não ser tão preciso.
E esta é a essência do esporte a motor. Tem que ter disputas por posições e não proibir quem tenta superar o adversário que está à sua frente. E quanto mais os fiscais forem radicais, pior para o esporte.
Assim, aos poucos, vão contribuir para que os pilotos de verdade se inibam e acabem virando motoristas. Alguns até já se consideram, pois além de pilotar, segundo regras radicais, ainda estão sendo obrigados a correr economizando combustível.
Porém, os principais protagonistas do espetáculo veem que ano a ano estão perdendo seu poder no esporte...
... E são classificados pelos donos de equipes e organizadores como um mero acessório no esporte.
Isso porque a maioria, hoje, paga para correr enquanto muitos, com talento e sem dinheiro, não conseguem chegar à categoria máxima. E como é o “dim-dim” quem manda, aos poucos vão colocando marionetes que pagam para correr e ainda assinam contratos onde são obrigados a aceitar todas as ordens da equipe e ainda falar bem de seus patrões.
Vergonhosamente, é por aí que nosso esporte preferido tem caminhado. Imagine você, como Senna estaria na F1 de hoje. Certamente, não seria contratado porque sua vontade de vencer seria um obstáculo para os empresários do esporte.
Alguns podem estar pensando que estou louco. Mas Senna e mesmo Piquet não conseguiriam pilotar na F1 atual, pois eles não aceitavam ordens de equipe e sempre tinham suas prerrogativas no mais alto degrau e que se danassem os interesses comerciais. O lance deles era vencer.
Por isso, escondiam acertos e estratégias de seus chefes falsos ou, no caso de Ayrton, passava horas no boxe com os engenheiros de motor e aerodinâmica tentando achar uma maneira de melhorar seu desempenho. E no caso Nelson, ele maquiava seus treinos e nas corridas tinha seu script secreto pronto e o executava com perfeição.
Mas na F1 de hoje pela telemetria não tem como você esconder um acerto ou uma maneira melhor que você achou de contornar uma curva ou trecho do circuito. Hoje seu companheiro de equipe e seus chefes na equipe sabem como você fez cada curva e setores da pista. E assim mostram onde o piloto não está indo bem e apontam para que ele possa tentar melhorar suas marcas. Visto por este lado, ajuda, mas aos que não são bons de braço.
Enquanto isso, os cartolas estão sendo pressionados a encontrar soluções para tornar a F1 mais atrativa e, de preferência, mais parecida com a do passado.
A FIA anunciou um novo pacote para 2015. São regras pequenas e que não focam o ponto principal. Mas, aparentemente, não estão parados.