Enquanto o cirquinho da F1 tira um fim de semana de folga, entre o GP dos Emirados Árabes e o GP de Austin, vimos a final do mundial de motos, a penúltima etapa da nossa Stock Car e também a penúltima etapa da Nascar, a categoria do coração dos norte-americanos.
Moto 3. A última etapa da categoria que estreou esse ano substituindo as 125 cc. Foi um sucesso, só perdendo para a antecessora no quesito som ou barulho das motos, que por serem monocilíndricas quatro tempos produzem um barulho horrível em relação à melodia dos motores dois tempos. Ah, também falta aquele perfuminho do óleo dois tempos. A pole foi de Jonas Folger, porém sua moto sofreu uma pane na volta da apresentação e ele largou dos boxes. Uma situação que se mostrou quase corriqueira nesta etapa. Como é comum nesta categoria, vimos vários pegas e uma alternância de líderes na disputa pela ponta, pois a pista estava molhada e isso provocou vários tombos. Entretanto, nos finalmentes, a prova parecia ser do campeão antecipado Sandro Corteze, só que na penúltima curva ele errou e seu companheiro de equipe, Dany Kent, aproveitou a mancada e assumiu a ponta, cruzando a linha de chegada a poucos centésimos na frente Corteze. Com o malaio Khairuddin, em terceiro. Inacreditável.
Moto 2. A prova da Moto 2 foi daquelas de entrar para história. O campeão antecipado, Mark Márquez, foi punido por direção perigosa nos treinos de sexta-feira. Márquez tem este pequeno defeito, ele se acha e ignora os demais, não medindo consequências de suas manobras. Como ele é o queridinho dos hispânicos, no momento, e também da equipe que manda no mundial, essa punição só veio depois do campeonato ganho. Márquez aprontou muito nesse ano e deve aprontar mais pela frente, pois é apadrinhado por gigantes.
Fulminante. Márquez largou da última posição e foi galgando posições. Parecia estar pilotando uma moto de uma categoria maior. E assim venceu a prova e foi o herói do dia para a galera espanhola. Isso me lembra outro vigarista, só que das quatro rodas, um certo alemão que hoje, sem carro, não ganha nada e perde todas para seu companheiro de equipe.
Desconfiança geral. Este tipo de desempenho só mostra o que muitas equipes da categoria já desconfiavam. E pasmem, também são alemães os que levantaram a malandragem e estavam certos ao afirmar que a moto da equipe de Márquez não é igual a dos demais no grid. Houve denúncia de que a eletrônica de sua moto é irregular. Verdade ou não, a FIM já adotou medidas para evitar que esse tipo de irregularidade aconteça no ano que vem.
Categoria Rainha. O que era para ser uma corrida monótona se transformou numa corrida atípica devido ao piso úmido. Ao partir para a volta de apresentação, o pole Pedrosa, que largaria com pneus de chuva, resolveu mudar de opinião e trocou de moto com pneus slick, o que o fez largar dos boxes. Hayden, da Ducati; Crutchlow, da Yamaha Tech 3; e Bautista, Honda Gresini, também optaram pela troca. Enquanto a pista estava molhada quem usava pneus de chuva vinha bem. E devido a essas condições adversas, vimos, pela primeira vez, uma moto CRT*, Alex Espargaro, liderar algumas voltas à frente dos protótipos caríssimos de fábrica. Porém, a pista começou a secar, e a turma dos pneus slick ganhou terreno.
Escolha certa. A equipe Yamaha, com Lorenzo e Nakasuga, mais Bradl, da Honda (Play Boy), se não me engano eram os únicos a largar com pneus para pista seca. E depois de poucas voltas, essa decisão se mostrou certa. Tanto que Lorenzo foi líder já no começo e só não ganhou porque se enrolou ao ultrapassar Elisson, que tomava uma volta e era muito lento.
Doeu. Foi um tombo feio e, felizmente, sem consequências físicas para o atual campeão. Final de corrida, vitória de Pedrosa e um segundo de Nakasuga da Yamaha, algo inesperado e histórico, pois o japa correu como convidado e jamais esperava chegar ao podium. Isso é o melhor de uma corrida com a pista molhada. O improvável passa a ser realidade. Neste tipo de pista, não adianta ser o mais rápido, tem que ser suave e cerebral. K. Crutchlow é um exemplo, e deve ter pesadelos até a próxima etapa do ano que vem, pois estava no podium e caiu por excesso de confiança.
Até mais. Stoner, mais uma vez, foi ótimo. Felicidades ao melhor piloto da Honda que se atreveu a aposentar no auge. Parabéns, mesmo. A Honda, assim com a McLaren, contratou pilotos rápidos e sem cabedal para os lugares que ocuparam. Com tempo e paciência podem achar a linha certa entre a eficiência e a rapidez. Márquez corre mais riscos físicos antes de conseguir chegar lá. Lorenzo passou por isso quando chegou na Yamaha.
Boxe. A penúltima etapa da Nascar, 500 Km de Phoenix, foi bem disputada e gostosa de ver. Porém, o melhor aconteceu no finalzinho quando Jeff Gordon devolveu um toque em Clint Bowyer indo direto para o muro, e entraram de graça na manobra Aric Almirola e Joy Logano. Gordon foi alvejado em algumas etapas por Bowyer, inclusive nesta, na volta 305. É o velho ditad “Aqui se faz, aqui se paga”. Depois do acidente, os mecânicos do Bowyer partiram para cima do Jeff, e aí rolou uma senhora briga que chegou a parar a corrida. Nunca vi iss uma briga nos boxes e corrida ser interrompida por bandeira vermelha. Ia me esquecendo, a corrida foi vencida por Kevin Harvick, que não ganhava há um ano e meio. A Nascar multou Gordon em $200.000,00 pela manobra. E nunca multou Bowyer. Parece que tem padrinhos na organização.
Felicidades para todos!