REGINALDO LEITE

Quatro dias de treinamentos

Massa foi quem conseguiu o melhor tempo dos quatro dias. Em seu último dia...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 14/02/2013 às 10:23Atualizado em 19/12/2022 às 14:43
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Os quatro dias de Jerez

Os carros voltaram a acelerar na F1. O circuito hispânico de Jerez foi palco de quatro dias de treinamentos. Aparentemente, deveríamos estar contentes com os resultados. Massa foi quem conseguiu o melhor tempo dos quatro dias. Em seu último dia com a E138, marcou 1:17.879 e 222 em três dias de treinos. E se esse for um tempo real, oderemos ver o carro italiano competitivo desde o início da temporada.

No vácuo de Felipe veio o Kimi Raikkonen com a surpreendente Lotus E 21. Na verdade, o E 21 foi bem em todos os dias de treinos. Seja com Raikkonen ou com Romain Grosjean. Grosjean foi o quarto na lista dos mais velozes e líder na quarta-feira, e Kimi o líder de sexta-feira.

Surpresinha. Uma equipe média e que vive com problemas financeiros se mostrou bem todos os dias. Essa equipe é a Force India. O terceiro tempo de Jerez ficou com seu piloto estreante Jules Bianchi, aquele que venceu o desafio das estrelas no Beto Carrero. Bianchi também foi um dos que menos treinou: 56 voltas. Já seu companheiro de equipe Paul Di Resta foi o segundo que mais testou: 240 voltas. Ele fez apenas o décimo-segundo tempo. Na quarta feira fez o segundo tempo do dia e foi o único piloto que andou todos os dias.

Alemão 1 x 0 Inglês. Na Mercedes, os treinos começaram tarde. No primeiro dia uma pane elétrica e, no segundo, os freios falharam. Por isso, na quinta-feira a equipe foi quem mais andou. Rosberg andou neste dia 158 voltas ou 665 km/s, mais ou menos a distância de dois GP’s. Rosberg foi o segundo neste dia, e no geral foi mais rápido que Hamilton. E isso já promoveu uma entrevista onde o inglesinho disse que Nico é muito rápido e vai dar trabalho em 2013. Trabalho para o inglês, pois vitória é algo ainda distante para a equipe da estrela.

Fingindo de morto. McLaren e Red Bull foram discretas e usaram os treinos apenas para desenvolvimento do carro. O tempo de Button no primeiro dia foi ótimo considerando as condições da pista. O desempenho de Button num teste longo, long run, também chamou a atenção de muitos. Button terminou com o quinto tempo em Jerez. Já a turma da Red Bull já foi mais discreta. Vettel foi o sexto no geral e terceiro na sexta-feira. Webber foi apenas o décimo-quinto no geral. Mas foi o segundo no primeiro dia quando a pista não estava emborrachada. E no segundo dia foi o quarto.

Estreantes. O mexicano Esteban Gutiérrez fez sua estreia pela Sauber e foi o piloto que mais andou em Jerez, com um total de 252 voltas e conseguiu o sétimo na geral. Jules Bianchi, da Force Índia, foi o melhor dos estreantes com um surpreendente terceiro na geral, ainda se considerarmos que ele deu apenas 56 voltas. Valtteri Bottas fez o décimo-sétimo tempo na geral e ficou duas posições à frente do companheiro. Luiz Razia ficou com vigésimo-primeiro tempo, porém uma posição na frente de seu companheiro de equipe Max Chilton. Giedo Van der Garde da Caterham foi o pior da turma com a última posição da tabela.

Realização. Luiz Razia é só alegria, ao dizer que andar na Marussia em Jerez é a realização de um sonho antigo. “Sempre sonhei estar aqui e lutei minha vida inteira por este momento. Vou provar que mereço estar na Fórmula 1. Mas a ficha ainda não caiu”. O ruim de tudo isso é que se o grid fosse invertido, seu carro sempre estaria brigando pela pole. Como as equipes do fundão não possuem um bom orçamento, seus assentos são leiloados. No entanto, espero que ele mostre serviço e caia nas graças de uma equipe melhor.

Diferente. Fernando Alonso foi o único piloto de ponta que não treinou em Jerez. Muito estranho porque isso resultou em arquibancadas quase vazias. Massa andou três dias e De La Rosa um dia, de poucas voltas: 51. O trabalho duro ficou para Massa. O brasileiro andou no último dia com o carro já acertado. Mas o queridinho de Maranello vem firme para as duas próximas sessões de testes.

Desespero. Por falar em Maranello, os italianos conseguiram uma proeza ao trazer de volta Rory Byrne. Byrne era o projetista da fase de ouro da Ferrari. A ideia é que Byrne faça o carro de 2014 que será totalmente diferente dos dessa temporada. Mas será que um projetista, afastado há anos do ramo, consiga fazer um carro competitivo? Byrne passou os últimos anos cuidando de uma escola de mergulho.

Felicidades!

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