Mistérios
O cirquinho do Verme armou sua lona em Barcelona para a segunda etapa dos treinos da pré-temporada. Enquanto isso, a turma da Nascar já realizou a primeira etapa do campeonato de maior popularidade dos EUA: a Sprint Cup.
Maioral. A primeira etapa da Nascar acontece em Daytona Beach, num oval de 2,5 milhas. Esta etapa é considerada a principal deste campeonato. Quem vence em Daytona, escreve seu nome na história da categoria. E pode ter seu nome mais valorizado que o campeão ao final do certame. Principalmente se o campeão for um piloto que prima pela regularidade e não pelas vitórias no decorrer do campeonato.
O vice de 2014 não venceu nenhuma etapa e isso espanta o público.Comparando. Sendo assim, vencer essa corrida de Daytona representa o mesmo que um piloto da Fórmula Indy vencer as 500 milhas de Indianápolis. Ou ainda, um da F1 vencer o GP de Mônaco. Se bem que essa vitória em Mônaco não é tão referenciada como no passado. E uma vitória que não perdeu seu real valor é vencer em Le Mans. Mas só para os norte-americanos é importante vencer essa etapa. No plano mundial, o X é vencer 500 milhas, Mônaco e as 24 de Le Mans.
Intrigante. O Verme sempre copiou, no que fosse possível em sua mente cruel, algumas estratégias da Nascar. Porém, nesta temporada, vimos os grandes marqueteiros da Nascar imitarem uma solução usada na F1, que foi a proibição dos treinos livres durante a temporada. Na teoria, a ideia é linda. Mas, na realidade, as equipes grandes, que não podem gastar seus dólares em treinos, os desviam para outros setores.
Inverso. Pela primeira vez, a F1 mostrou algo de bom para os mascadores de fumo dos EUA, pois, percebemos que, com a proibição dos treinos livres na F1, a turma que tem dinheiro sobrando investe em simuladores, desenvolvimento de motores no laboratório e em melhorias em túneis de vento. E pela primeira vez vimos nossos irmãos do norte imitar o cirquinho e ainda dar uma bola fora.
Regras. As novas regras da Nascar não se resumem em limitar treinos. Eles limitaram a potência dos motores em 725 HPs e ainda diminuíram o tamanho do spoiler traseiro, ou seja, tentaram limitar potência para tentar igualar o investimento das grandes em desenvolvimento de motores e diminuíram a aerodinâmica para tentar equilibrar as disputas. Menos potência e menor arraso deveriam significar maior competividade. Porém, a menor eficiência aerodinâmica provoca uma boa instabilidade no geral.
Realidade. Mas como aconteceu na F1, os grandes concentrarão seus investimentos em outras áreas como os simuladores e em aerodinâmica e túneis de vento. Devendo assim continuar liderando. E assim os pequenos continuam como sempre. E o mais chato é que isso é algo que acontece no esporte a motor há tempos. Os endinheirados podem contratar os melhores engenheiros e técnicos e ter acesso à melhor tecnologia disponível no mercado.
E quem não tem verba continua sem condições e logicamente sem resultados no final. Como a Nascar é altamente eficiente e realista, e quem dá as cartas não é apenas uma cabeça, mas, sim, um grande comitê que analisa tudo e ainda dá uma grande importância às opiniões de seus milhares de aficionados, eles devem revogar ou adaptar essa regra rápido.
SURPREENDENTE. A F1 realizou sua segunda etapa de treinos na semana passada em Barcelona. E a notícia de maior repercussão não foi o melhor tempo da Lotus de Grosjean, com pneus supermacios, e nem o tempo da Mercedes de Rosberg, que usou pneus médios e fez poucos centésimos acima. Para quem sabe ler isso significa que as Mercedes estão muito bem.
INTRIGANTE. A notícia que tomou conta destes testes foi o estranho acidente de Alonso. A McLaren declarou que o acidente foi devido a uma rajada de vento muito forte. Mas quem estava no local sentiu, ouviu e declarou que não foi bem assim. E realmente essa história está mal contada. Aparentemente a equipe não foi verdadeira em seu comunicado. Assim surgiram várias teorias sobre o evento. Vettel foi testemunha ocular do acidente e declarou que foi muito estranh “De repente o carro saiu para a esquerda e bateu na mureta interna”. Alonso passou três noites no hospital e após sua saída não foi escalado para os treinos que começaram na quinta-feira (26/02).
Uma ótima semana!