REGINALDO LEITE

Sébastien Bourdais não deveria fazer parte da Toro Rosso

O piloto tinha como companheiro Sebastian Vettel (Leia mais...)

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 02/05/2015 às 10:31Atualizado em 17/12/2022 às 00:19
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 Uma escola sem conteúdo

A equipe Toro Rosso  (antiga Minardi) foi criada em 2005, com a intenção de ser um berço de pilotos da equipe principal, a Red Bull. Porém, na prática, ela quase nunca funcionou assim.  Na primeira temporada, 2006, a equipe correu com propulsores V 10 enquanto as demais equipes usavam os novos V8.  O que deveria ser uma vantagem, mas não foi devido a um chassi ruim. De bom mesmo, ela só ascendeu Sebastian Vettel. E, de quebra, Ricciardo.

Início. A maioria dos que passaram por lá foi injustamente degolada ou não teve a chance de mostrar suas qualidades. Nomes não faltam nesta lista. Vitantonio Liuzzi foi o piloto da primeira temporada junto a Scott Speed, que tinha a vaga por influência do Verme com seu velho sonho de ver um norte-americano destacando na categoria.

A primeira. O primeiro caso estranho foi o de Sébastien Bourdais, que havia sido tetracampeão na F-Inddy e era um piloto que já tinha carreira consolidada. Ele não deveria fazer parte da equipe escola. E, para sua infelicidade, não se adaptou à categoria. O piloto tinha como companheiro o jovem piloto alemão Sebastian Vettel.

Bourdais foi mantido na equipe na temporada seguinte, mas foi demitido no meio do campeonato. Depois, vimos uma sucessão de pilotos bons sem muitas chances de demonstrar suas capacidades. A lista começa com: Sébastien Buemi,  Jaime Alguersuari, Jean-Eric Vergne.

Inverso. Em 2012, os pilotos eram Ricciardo e Vergne.  Vergne era estreante e superou Ricciardo, que já estava na categoria que tinha uma temporada pela finada HRT. Detalhe: os dois eram pilotos da escola da Red Bull e tiveram suas carreiras iniciadas e patrocinadas pela escuderia.

Escolinha. Estranhamente, essa escolinha das categorias iniciais nunca funcionou bem. Ricciardo foi para F1 antes de Vergne, que conquistou melhores resultados que o australiano quando os dois correram na F Renault 3.5. Mas quem está na equipe principal hoje é Ricciardo, e Vergne vaga  por aí em categorias menores.

Q.I. Outros exemplos que surpreenderam: Kvyat e Sainz Jr. eram companheiros da escolinha da Red Bull na F-Renault 2000  na época em que Vergne e Ricciardo disputavam a Renault 3.5. Apesar de Sainz Jr. se sair bem no campeonato, Kvyat foi para a F1 em 2014 e Sainz Jr.  ficou na geladeira. Mais um grande injustiçado desta escolinha é António Félix da Costa, que da geladeira foi para o freezer.

Sem explicações. O que não dá para entender é ver Vergne, que era o bom no início de tudo, ficar de fora. E, para complicar mais ainda, a turma do energético chifrudo contatou Verstappen, que não tinha nada a ver com os pilotos há anos preparados em todos os sentidos pela Red Bull, para vencer na categoria maior.

Loucura. E agora começam a pipocar historinhas na rádio paddock de que Verstappen pode substituir Kvyat na equipe principal na temporada europeia. Não tem lógica se isso acontecer. Mas é o jeito que as coisas caminham pelo lado de Verstappen. Ele tem uma grande equipe de marketing a seu favor, assim como tinha Kvyat ao estrear na categoria maior antes de Carlos Sainz Jr.

Engraçado. Se isso se concretizar, desta feita estão se desfazendo do russo, mas antes ignoram Sainz Jr. e outros. Para promover Kvyat, pois a Rússia ia e agora tem uma etapa no calendário. Já que Petrov não deu certo, o Verme tinha que promover um piloto russo.  

Sainz Jr. tem o mesmo número de pontos que Verstappen. Porém não tem o mesmo tratamento na equipe. Nos treinos das primeiras etapas, Sainz Jr. se mostrou melhor que o jovenzinho do marketing, sendo assim vemos que essa equipe escola é bem adversa ao comum.

Polêmica.  Rosberg na corrida passada realizou belas ultrapassagens. No entanto, aquela de melhor visual, onde ultrapassou Vettel no finalzinho da reta, quando Lewis saía dos boxes, deixou uma dúvida. A linha de saída dos boxes é uma demarcação que tem de ser respeitada pelo piloto que está saindo dos boxes.

Mas, pelo que me lembro, quando um piloto ou vários descem a reta e tem um saindo dos pits, esses devem também respeitar essa demarcação. E isso não foi o que aconteceu naquela manobra. Pela bela plástica do momento ninguém ousou contestar a ultrapassagem  de Rosberg.  Que era passível de punição, antigamente.

Uma ótima semana!

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