# 2 – GP da Malásia - Uma grata surpresa A segunda etapa do calendário da F1 de 2015 foi uma bela surpresa para todos aficionados desse esporte. Nem precisou das intempéries climáticas para mudar o panorama que se desenhava para esta etapa e o campeonato. O normal seria um domínio total da Mercedes, porém não foi o que aconteceu e logo na segunda etapa do calendário, a primeira num circuito permanente, bem diferente da Austrália. Na veia. Os italianos já esperavam vencer uma ou outra etapa nesta temporada, mas, isso, era lá pela segunda fase do certame. E aconteceu logo na segunda corrida do ano dando outra cara ao campeonato que se desenhava como mais um de domínio absoluto de uma única equipe. Pelo menos agora os torcedores poderão ir a uma corrida e ver a possibilidade de o carro vencedor não ser certamente um carro prata. Uma corrida onde uma equipe e pilotos tenham chances de realizar uma boa e bela disputa por posições. E não uma briga entre pilotos de uma mesma equipe, como vemos desde o tetra de Vettel em 2014 com a Mercedes. Na verdade, a categoria carece de que duas ou três equipes lutem pela taça. O lado bom. Os italianos estão no caminho certo. Trocaram tudo e fizeram um carro que deve evoluir e fazer frente às Mercedes. Mas o barulho feito pela mídia não é bem lá a realidade. Os alemães ainda estão na frente e agora vão dar o sangue para manter essa dianteira. Porém, não podemos nos esquecer de que a fórmula do sucesso dos italianos foi em duas frentes. Outro lado. O bom desempenho do carro vermelho deve ser creditado à grande vantagem que a SF 15T possui em relação aos concorrentes quanto ao desgaste dos pneus no alto calor como o da Malásia. E também pela boa condução de Vettel ao lidar com a borracha da Pirelli. Por outro lado, se o carro gastava pouco os pneus, era mais fácil pilotar, pois, ao não parar, com o Safety Car ele teve pista livre e seus concorrentes ficaram enrascados no trânsito. Esta foi a chave da vitória: pista livre e um carro rendendo bem. Mas o responsável por tudo se chama James Allison, que era o engenheiro da Lotus e agora trabalha na Ferrari. Aquela Lotus da época do Räikkönen, que vencia corridas com uma troca a menos que os concorrentes. Allison tem o dom de produzir carros carinhosos com os pneus. Realidade. Não podemos nos iludir com as histórias de que Vettel vai arrasar em todas daqui pra frente. Nas corridas com temperaturas nas alturas, tipo Bahrain, Canadá e talvez Interlagos, é certo que os vermelhos vão dominar. Azarados. Temos dois pilotos merecedores deste troféu. Maldonado é o número um. Se deu mal na Austrália, logo na primeira volta. E sofreu do mesmo mal na segunda etapa. O número dois é o Ice Man. Coincidentemente, Kimi e Nash se tocaram nas duas etapas. Foi Nash quem também empurrou Maldonado para os guard rails na Austrália, depois de ser tocado pelo finlandês. Massa. Nosso Felipe, mais experiente, começou melhor em 2015. Foi bem na primeira etapa e vinha fazendo uma boa apresentação na Malásia. Largou bem. Pulou para quinto, depois de largar em sétimo, e chegou a andar no quarto posto. Porém, na última volta, perdeu sua posição para o companheiro de equipe. A escuderia tem sua parcela de culpa: errou na classificação ao escolher o pneu com os pilotos nas paradas, e já sentiu que não é mesmo a segunda força do grid como esperava ser. Sem querer melar, Massa. Sinto que este é o ano do despertar de Bottas na F1. Fé menor. Na corrida passada bati na tecla que a estreia de Nash tinha sido algo à parte. Como sempre, tem empresas interessadas para que surja um novo fenômeno brasileiro na F1. E depois de apenas uma corrida fizeram muita festa para aquele resultado. É certo que seu carro sofreu por danos na transmissão. E também é certo que, pelo desempenho de Ericsson nos treinos, deveríamos ter Nash melhor classificado se não tivesse sofrido com sua tração. Porém, não se pode repetir o erro que foi cometido com Rubinho após a morte de Senna. Eleger um piloto para herói sem que ele tenha equipamento e experiência para isso. Os touros. A equipe do touro vermelho deu um banho na equipe matriz e aí ficou claro que o diretor da Renault tinha falado a verdade sobre a RB11. O carro tem defeitos de nascença e o motor não é seu único problema. O manda-chuva da Red Bull declarou que agora a roupa suja vai ser lavada em casa, e não publicamente como vinha acontecendo. Verstappen e Sainz Jr fizeram sétimo e oitavo. E Kvyat e Ricciardo da equipe principal foram nono e décimo, respectivamente. Os demais. A Force India e Lotus não foram bem nesta etapa. Os carros negros não têm dado sorte até agora, mas vão mostrar resultados na parte intermediária da tabela. Assim como os indianos. A questão é ver como a Sauber vai se sair no meio deles. Já as Marussias têm garantido o último lugar da tabela. A McLaren demonstrou uma pequena evolução. Mas ainda está muito lenta nas retas.
Uma ótima semana!