Oscar Piastri venceu novamente. Como tem sido comum nesta temporada, a equipe papaia dominou a etapa com muita tranquilidade.
Como era de se esperar, a chuva marcou presença no domingo da corrida, e, vergonhosamente, os organizadores adiaram a largada em uma hora e vinte minutos. O grande público presente esperou pacientemente, debaixo de chuva, nas dependências do longo traçado belga.
Piastri venceu mais uma vez. Norris havia conquistado a pole, com Oscar em segundo. No entanto, na corrida curta realizada no sábado, a pole e a vitória ficaram com Max Verstappen.
Esta foi a terceira dobradinha consecutiva da McLaren no ano — e a sexta da temporada. Também foi a sexta vitória de Oscar em 2025. Oitava no total. Com esse resultado, ele ampliou sua vantagem para 16 pontos sobre o companheiro Lando Norris, que vinha de duas vitórias consecutivas e da pole nesta etapa.
Charles Leclerc largou em terceiro e conseguiu manter a posição, apesar da forte pressão de Verstappen em vários momentos. George Russell completou os cinco primeiros.
Neste treino, os melhores foram: Piastri, seguido de Verstappen, Norris, Russell e Leclerc.
O Show. Na classificação da Sprint, realizada na sexta-feira no horário originalmente reservado para o segundo treino, vimos um domínio impressionante do australiano Oscar Piastri. Sua vantagem de quase meio segundo para o segundo colocado foi algo raro nesta temporada. Verstappen ficou em segundo, seguido por Norris, Leclerc e, surpreendentemente, Ocon com sua Haas, fechando os cinco primeiros.
A Sprint foi realizada logo cedo no sábado, e vimos uma vitória inesperada de Max. Apesar da superioridade de Oscar na classificação, Verstappen surpreendeu o australiano logo ao fim da subida da reta Kemmel, após Eau Rouge/Raidillon, ainda na primeira volta.
A classificação para a corrida principal ocorreu no horário normal do programa. A surpresa foi o desempenho de Norris, que superou Piastri e conquistou a pole. Depois da dupla da McLaren, vieram Leclerc e Max — que cometeu um erro na última tentativa. Outro destaque: Alex Albon colocou sua Williams na quinta posição.
Corrida. No domingo após uma volta de formação atrás do Safety Car, foi declarada bandeira vermelha. Apenas depois de uma hora e vinte minutos a chuva deu uma trégua, e a corrida foi reiniciada com o carro de segurança na pista por algumas voltas.
Logo após a saída do Safety Car, Norris cometeu um erro e perdeu a liderança para Piastri, que aplicou uma tática parecida com a que sofreu de Max na Sprint. Norris acelerou no momento errado ao iniciar a relargada e ainda não soube manter a carga da bateria alta durante o período atrás do carro de segurança. Oscar abriu uma diferença segura se mantendo na ponta.
Após as trocas de pneus, o prejuízo de Norris era de cerca de oito segundos em relação ao líder, por ter parado duas voltas depois de Oscar. A estratégia de Norris e seu engenheiro foi colocar pneus duros, apostando que os médios de Piastri não durariam até o final. Mas não deu certo.
A esperança vermelha. A Ferrari estreou uma nova suspensão traseira, na esperança de diminuir a desvantagem para a McLaren.
Lewis Hamilton teve dificuldades nas duas classificações, mas se redimiu na corrida e foi eleito o piloto do dia. Foi o primeiro a trocar pneus — estratégia que lhe rendeu várias posições. Quando parou, era o 13º; após as trocas, subiu para oitavo. Com a pista secando, não conseguiu superar Albon (6º). LEWIS estava em acerto para pista molhada e ainda foi obrigado diminuir o ritmo por risco de pane seca. Ao final fechou em sétimo após largar de 18º.
Para Leclerc, a inovação não foi ruim: largou em terceiro e manteve-se até o fim. O destaque foi sua resistência à pressão de Max, mesmo com o carro da Ferrari configurado para pista seca, ao contrário da RB21 de Verstappen. Ainda assim, o holandês chegou a pressioná-lo várias vezes.
Jorge Russell finalizou na quinta posição. Liam Lawson terminou em oitavo, com Gabriel Bortoleto em nono e Pierre Gasly em décimo. Nesta etapa, Bortoleto usou um carro igual ao de Hulkenberg e se destacou desde os treinos. Gasly, com uma Alpine fraca, conseguiu, inexplicavelmente, manter-se à frente de carros superiores por boa parte da corrida.
Decepcionaram. A etapa belga não foi boa para alguns pilotos. Ocon, quinto na Sprint, terminou dez posições atrás na corrida principal. Antonelli não se encontrou no fim de semana e fechou apenas em 16º. Atrás dele ainda vieram pilotos de peso. Alonso finalizou logo depois. Sainz Jr., que havia sido sexto na Sprint, terminou apenas em 18º. Hadjar, oitavo na Sprint, foi o último na principal — e ainda com uma volta de atraso.
GP Bélgica (Foto/Ilustrativa)
Exagero. Com a justificativa da segurança, os organizadores estão desfigurando a Fórmula 1 como a conhecíamos até a década passada. Com chuva, simplesmente não se corre mais. É certo que os carros atuais geram muito spray, especialmente na reta Kemmel.
Mas até que ponto esse excesso se justifica?
O temor era reviver 2021, quando deram uma ou duas voltas e encerraram o evento.
Vale lembrar: a corrida da F2 foi excelente — e disputada sob chuva em vários momentos, algumas horas antes da etapa de F1.
Medidas como essas impedem que os pilotos que se destacam na pista molhada possam demonstrar sua arte ao volante.
Se o mestre Ayrton Senna corresse nos dias atuais, talvez não tivesse a chance de protagonizar as atuações memoráveis e inesquecíveis que marcaram sua carreira no passado.