Tributo a Bianchi
O cirquinho do Verme viveu cenas tristes no último fim de semana. Jules Bianchi, a maior promessa francesa dos últimos tempos - aquele que sofreu um sério acidente no GP do Japão na temporada passada -, não resistiu aos ferimentos e faleceu na sexta-feira, dia 17.
Realidade. Na verdade, a fratura que Bianchi sofreu é muito grave. Se sobrevivesse, jamais teria uma vida normal. O diagnóstico foi de lesão axonal difusa.
Raridade. Uma cena rara nos dias atuais da F1 aconteceu na cerimônia fúnebre de Jules Bianchi. Os pilotos se reuniram, coisinha rara ultimamente, e estavam mais próximos uns dos outros, ou seja, mais humanos. Tomara que o acidente de Jules fique marcado pelo dia em que os pilotos voltaram a ser mais companheiros e amigos.
Próximos. Uma das cenas do funeral que chamaram mais a atenção foi a atitude de Felipe Massa e Pastor Maldonado. Na cerimônia, os dois estavam sempre consolando um ao outro e não só em palavras, mas também em gestos.
Amigos. Bianchi, Massa e Maldonado tinham algumas coisas em comum, como o mesmo empresário, viviam na mesma cidade e conseguiam tempo para jantar juntos em Monte Carlo. Muitas das vezes patrocinado por Nicolas Todt.
Marca. Quem conviveu com o francês, é só elogios. Vergne, que também é francês, passou toda sua carreira com Jules. Porém, Bianchi foi para a escolinha da Ferrari e Vergne para a da Red Bull. Rumos distintos. Vergne foi triturado na roleta da Red Bull.
Parecia. Jules, aparentemente, vinha com mais sorte. Com o patrocínio dos italianos, que nesse quesito são mais pacientes e menos sacanas que a escola da Red Bull, entrou na categoria pela nanica Marussia, que usava os motores italianos com um ótimo desconto, para ter Jules como piloto.
O plano. Os italianos traçaram para Jules duas temporadas na Marussia e uma, em 2015, na Sauber, uma nanica com mais divisas no braço. Que também usa motores italianos. E em 2016 ocuparia o lugar de Kimi Räikkönen na esquadra vermelha. Tinha seu futuro garantido. Era tudo de bom. Jules se foi e Vergne não tem assento na F1, e hoje corre na Fórmula E.
Por essa curta história dos franceses podemos ver que uma carreira na F1 é muito inconstante. Jules tinha pavimentado seu futuro devagarzinho na escola italiana. Vergne, seu companheiro desde as categorias mirins na França, escolheu outro caminho e foi rifado da categoria. Mesmo tendo talento para estar lá. O piloto tem que estar no lugar certo e na hora certa. Sorte e competência devem estar alinhadas. Na verdade, hoje o dinheiro é quem fala mais alto. Jules e Vergne não tinham grandes patrocinadores pessoais.
Antiga. A amizade de Massa com Jules vinha de longa data. Bianchi veio ao Brasil para disputar o kart das estrelas. Competição que Massa realizava no final das temporadas. E ganhou a etapa de 2013. Ganhou também em 2011, porém foi desclassificado por estar abaixo do peso.
*** Neste fim de semana teremos o GP da Hungria. Um autódromo com característica de pista de rua de tão travado. A primeira prova foi em 1986 e é considerada um marco, pois foi o primeiro país da Cortina de Ferro que abriu suas portas para a F1. A prova também é marcada pela maior ultrapassagem de todos os tempos da categoria e os personagens foram Senna e Piquet. Com a vantagem para o idoso. Também é lembrada pelo acidente de Felipe Massa, em 2009. A pista tem uma extensão de 4.381 metros. Onde serão realizadas setenta voltas. Schumacher e Hamilton são os maiores vencedores e estão empatados com quatro de vitórias cada. Lewis tem uma grande chance de desempatar no domingo.
Programação do GP da Hungria
3º treino livre - sábado - 6h
Classificação - sábado - 6h
Corrida - domingo - 9h
Uma ótima semana!