UM FINAL DE SEMANA ATÍPICO
Vimos duas edições das três mais tradicionais corridas do esporte de quatro rodas: os GPs de Mônaco e Indianápolis. E nas duas etapas o resultado não prevaleceu a lógica, ou seja, os ganhadores foram considerados como surpresa. No caso de Lewis, um pouco menos.
F1. O GP de Mônaco de 2016 realmente teve um vencedor que não era o favorito depois da classificação. Como todos devem saber, o pole em Mônaco é praticamente o vencedor da corrida. Mas, uma vez ou outra, a regra não é clara, e tivemos a sorte de ver isso acontecer.
A Chave. Como havíamos salientado na coluna passada, este era um GP que poderia ser realizado sob chuva, e ela já havia se mostrado antes da largada. Uma pena, pois se surgisse no desenrolar da corrida poderíamos ver resultados bem aleatórios. O clima instável é uma das poucas maneiras de tornar o GP de Mônaco atraente. Isso do ponto de vista esportivo, já que é o mais importante do calendário, nos bastidores.
* O chato é que na luta pela vitória não apareceu nenhum piloto das equipes menores. Mas vimos um grandão que se absteve da luta, e este foi Rosberg. O alemão acatou normalmente a ordem de ceder sua posição. Talvez de olho na renovação de seu contrato com a equipe. Mas houve um das pequenas que sobressaiu na pista, e este foi Perez.
De novo. Na classificação ia tudo meio que normal, até vermos que Ricciardo era o dono da situação. Mas senti mal quando vi o carro de Hamilton sofrer falhas no Q3. Até pensei: “de novo, estranho, as falhas técnicas só acontecem no carro dele”. Porém, no desenrolar da fase de treino, Lewis ainda conseguiu um terceiro tempo. E o cara do dia foi Ricciardo.
Hora H. No domingo, na hora da largada, todos estavam com pneus de chuva forte. E nessa situação caiu a tática da Red Bull de fazer o Q2 com pneus macios. Porém, Ricciardo sempre se mostrou o mais rápido do final de semana e em todas condições de pista ou de pneus.
* Por outro lado, sua equipe falhou num momento crucial, uma troca de pneus. Para uma equipe do nível dos Taurinos isso pegou mal. Nunca, nem a Sauber nem a Manor foram capazes de cometer uma gafe desta.
Traduzindo. A turma da teoria do mal teve aí mais um combustível para incrementar a situação. Tem gente graúda dentro da equipe tentando minar o australiano. E por outro lado, lutando para fazer de Verstappen um novo ídolo. E nessa de criar um novo Martin, não serão apenas os tubarões da Red Bull que vão se dar bem, o Verme e toda F1 (organizadores) torcem por isso.
* A categoria carece de um herói ou de alguém que possa chamar a atenção dos menos aficionados. E pelo jeito está conseguindo, pois tem gente que há muito não se liga em F1, procurando saber sobre o jovem holandês.
Contraste. Ao final da etapa, vimos Lewis feliz, como há muito não se via. E também Ricciardo com uma notória expiração ao conseguir um pódio. Ele escondeu aqueles 80 dentes que sempre mostrou, com satisfação. E não é para menos, em duas corridas seguidas a equipe lhe roubou a vitória.
Tequila. Sergio Perez fez uma ótima corrida pela equipe que possui. Parabéns ao mexicano! Nem de longe lembra aquele piloto trapalhão que acabava com a sua corrida e com a de quem estivesse por perto. Outro que também fez um corridão foi Alonso. Parabéns!
Nico x Nico. Rosberg não estava feliz e fez uma corrida tão apática que conseguiu perder a sexta posição para Hulkenberg nos últimos metros da corrida, quase que na linha de chegada.
De novo. Em Indianápolis, nossos representantes mais uma vez não foram bem. Helinho chegou até a liderar e andou no grupo da frente a maior parte da corrida. Porém, quase no final levou um toque de Hildebrand e foi obrigado a fazer uma parada fora de hora. Tony também chegou a liderar, vinha bem e terminou em quarto, e Helinho, em décimo primeiro.
Surpresa. O vencedor da centésima edição das 500 Milhas foi um estreante. Fato raro. Graham Hill também venceu na estreia. O agraciado pela vitória foi Alexander Rossi, vice-campeão de GP2 e reserva da Manor. Rossi venceu depois de se valer de uma tática suicida nos abastecimentos, idealizada por Bryan Herta. Como prêmio, Rossi ganhou exatos R$ 9,12 milhões. Esse valor sempre é dividido com a equipe.
Dizem que a lendária pista é quem escolhe seu vencedor. Muitas como nessa o improvável domina e o vencedor foi aquele que tinha a menor cotação na bolsa de apostas.
Uma ótima semana!