Uma nau à deriva
O título desta coluna não se refere a um barco sem combustível ou sem ventos para impulsionar a vela. E esta seria a situação da F1 no momento. Mas não podemos nos esquecer de que no comando tem o ser conhecido com Bernie Ecclestone.
O custo enorme de se manter na categoria tem causado efeitos nas filas finais do grid. As nanicas estão se deteriorando e equipes que eram consideradas médias padecem do mesmo mal. A cada dia fica mais difícil sobreviver na categoria máxima do esporte a motor.
Porém, como citei antes, Verme Ecclestone vai achar uma saída para toda essa situação. Ele, apesar de sua idade, está sempre alerta e mais astuto. Por enquanto, não tem nada decidido, mas não se assuste se as equipes de ponta tiverem três carros em 2015. As medianas teriam um prazo para entrar no esquema.
Verme Ecclestone tem um contrato com os organizadores dos GPs, Austrália, Brasil e os demais do calendário, que cita que o grid deve contar com pelo menos vinte carros. Também existe uma cláusula onde dois ou três GPs podem correr com menos carros, como ocorreu nos GPs dos EUA e do Brasil. E também em Abu Dhabi com uma equipe a mais que no Brasil e EUA.
O fato é que a categoria vive uma grande crise. E isso tudo porque as grandes equipes não aceitaram um orçamento menor proposto por Max Mosley, então presidente da FIA, no final da década passada. E foi justamente neste orçamento enxuto que nasceram as nanicas HRT, já extinta, Virgin e Lotus F1 (verde, cor original das equipes inglesas), que foi obrigada a ser chamar Caterham. E a Virgin, por questões financeiras, passou utilizar o nome Marussia.
Dois pilotos brasileiros entraram de cabeça nesta empreitada. Bruno Senna fez sua estreia na F1 pela HRT. A Virgin foi a porta de entrada de Lucas De Grassi na categoria. Como os carros eram muito inferiores aos demais, essas equipes nanicas precisavam aumentar seus orçamentos e, assim, suas vagas de pilotos foram rifadas.
Era o começo para o fim do poço. Nossos dois representantes, como era de se esperar, se deram mal e praticamente selaram suas chances na categoria. Senna ainda correu na Williams quando esta estava numa fase muito diferente da atual.
Na próxima temporada temos como certo que a Marussia não vai mais estar no grid em 2015. E justamente quando a equipe tinha conquistado pontos pela primeira vez em sua curta história. A Caterham tenta junto aos cartolas uma autorização para correr em 2015 com o carro e motor de 2014. Se conseguir, já é declarada a última equipe do grid. A esperança é que algum grupo com dinheiro sobrando compre a equipe. Senão ela deve desaparecer logo.
A Lotus teve uma péssima temporada e ainda perdeu alguns patrocinadores. Financeiramente, a equipe não vai bem. A notícia boa são os motores Mercedes para 2015. A Force India começou esta temporada na frente da Williams, mas sem recursos não conseguiu desenvolver seu carro. A Sauber é outra que sofre do mal do caixa baixo. Para 2015, contratou dois pilotos pagantes. A esperança é que consiga fazer um carro parecido com o de 2013, pois o de 2014 foi o pior da equipe suíça. Pela primeira vez, a equipe não marcou pontos e não pode ter outra temporada desastrosa que seria o seu fim.
Enquanto vemos equipes falindo e outras se rastejando para cumprir seus compromissos, apareceu uma nova equipe que deve estrear em 2016. É a americana Haas. Tudo indica que vai ser séria candidata ao final do Grid. Ela é a maior interessada no espólio da equipe Marussia. E ainda vai usar motores italianos. É o velho sonho do Verme de colocar uma equipe norte-americana na categoria e assim popularizar a F1 nos Estados Unidos.
Uma ótima semana!!!