Os pilotos de 2004:Os brazucas eram, Massa de Sauber, Da Matta Toyota e Rubens Ferrari (Foto/Reproduçao)
Em junho de 2004 foi publicada nossa primeira coluna de automobilismo no Sobre Rodas (encarte do Jornal da Manhã), que circulava nos fins de semana. E, de 2004 até hoje, a Fórmula 1 sofreu muitas transformações e nosso modo de viver muito mais. Nessa época, o papel imprensa não tinha um valor proibitivo. Em vinte anos, muitas coisas mudaram na maneira de nos comunicarmos e em nosso cotidiano. E principalmente no automobilismo de competição.
Lembrando que em 2004 não tínhamos Twitter, Facebook, Instagram ou WhatsApp. Os celulares da época ainda engatinhavam em comparação aos nossos smartfones atuais, que hoje são melhores que a maioria dos computadores que usávamos vinte anos atrás. O que reinava nessa época era os e-mails, que eram usados para fins profissionais e entretenimento. O Orkut estava começando.
As câmeras fotográficas digitais ainda eram bastante usadas, uma vez que os celulares dessa época não reproduziam fotos de boa qualidade com câmeras de um megapixel nos melhores modelos, e muitos nem tinham câmera na época. A grande vantagem dos aparelhos era a autonomia da bateria, suportavam mais de uma semana sem precisar de recarga.
Em nosso tema principal, a categoria rainha das quatro rodas, 2004 foi o último ano do reinado de Schumacher e Ferrari, que vinha desde a temporada do ano 2000. Situação que foi possível devido a uma mudança de regulamento para a temporada de 2005. Ao final deste ano, a FIA decretou a morte dos icônicos motores V10, que produziam um som inigualável. Saíram de cena os 3.0 V10 e entraram os 2.4 V8.
A Toro Rosso estreou em 2006 e foi a única equipe a utilizar motores V10, porém castrados em potência. Todas as equipes, a princípio, não aceitaram que a estreante pudesse usar esses motores enquanto as demais iam de V8. Após uma senhora disputa nos bastidores, no intervalo que precedeu o início da temporada, ficou acordado que a Toro Rosso usaria o V10 com potência menor. Com redução em número de rotações e capacidade de admissão de ar, para assim se equalizar com os novos motores V8.
Na temporada de 2009 entrou em vigor um novo regulamento (restrições aerodinâmicas). Uma equipe novata, a Brawn GP, dominou nas pistas. A Brawn era o espólio da equipe Honda com mecânica da Mercedes. Já nos bastidores, vimos uma batalha longa entre a FIA e a FOT (associação das equipes de F1) por causa da introdução de um teto de gastos. A Red Bull foi a vice-campeã e dominou a segunda fase da temporada.
Em 2010 vivemos a era do difusor soprado e é um ano marcado pelo início de um novo domínio na categoria. A dupla Red Bull/Vettel venceu quatro temporadas seguidas. Nessa temporada, curiosamente, duas equipes ostentavam o nome Lotus, Teem Lotus e Lotus Renault. Tivemos também algumas equipes nanicas como HRT e Virgin, equipadas com motores Cosworth, assim como a Teem Lotus.
O ano de 2014 marca o início era hibrida na categoria. Também denominada como “era Mercedes”. Com essa motorização, a categoria passou a ter um barulho indigesto em relação aos anteriores. Não demorou muito tempo para atenuarem essa falha. Entretanto, o som dos carros atuais ainda é fraquinho em relação a todas versões anteriores.
Em 2017 vimos uma alteração nas regras que tornou os carros mais rápidos, com aumento na carga aerodinâmica, aumento no tamanho e largura dos aerofólios dianteiros e traseiros, pneus mais largos e maior liberdade no desenvolvimento do bargeboards.
O ano de 2018 é marcado pela introdução do Halo. Uma medida que, de imediato, causou uma má impressão no visual dos bolidos. Com a passagem do tempo, todos se acostumaram com o equipamento de segurança, que se provou eficaz.
A Mercedes venceu todos os campeonatos de 2014 até 2020. E, de 2021 até ano passado, vimos a Red Bull em novo domínio, no campeonato de pilotos. A Mercedes ganhou de 2014 a 2021 no campeonato dos construtores.
Estranhamente, sempre que existia um domínio longo, os organizadores interviam com uma drástica mudança nas regras. Porém, neste caso, a F1 mudou de comando comercial; saiu da CVC e foi para a Liberty Media, que se preocupou em melhorar a imagem da categoria e conseguiu. E assim vimos o maior domínio de uma equipe na F1.
Com a volta dos carros asa em 2022, a Red Bull não teve adversários a sua altura nas duas últimas temporadas. Nessa temporada, apesar de um início dominador, os taurinos enfrentaram um jejum de dez etapas sem vitórias. A aula de pilotagem de Max na chuva em Interlagos encerrou esse hiato e ele se tornou tetra campeão na etapa seguinte em Las Vegas.
Em 2006, por ser colunista do Sobre Rodas, tive a oportunidade de fazer uma breve entrevista com Emerson Fittipaldi na prefeitura de Uberaba. Emerson estava lá para assinar um protocolo para instalar uma usina de cana de açúcar no município com o prefeito da época, Anderson Adalto.
Me lembro que era uma mesa grande com vereadores, secretários e jornalistas profissionais e eu ali naquele meio. Emerson estava com a mente voltada para o negócio, ficando meio desconfortável quando eu disse que estava ali para falar de corridas. Mas foi educado e bem humorado, mantendo um diálogo produtivo.
Além disso, no fim, ainda pediu uma caneta e papel e me deu um autógrafo e tiramos uma foto. Infelizmente nunca vi essa foto e nem me encontrei com o fotografo uberabense. Muito obrigado a todos e até março quando começa a temporada de 2025.