VINTE E QUATRO HORAS DE EMOÇÕES
No mundo das quatro rodas, três corridas são o ápice das competições: 500 Milhas de Indianápolis, GP de Mônaco e 24 Horas de Le Mans, prova que existe desde 1923. Estas corridas são as mais importantes do universo automotivo.
Normalmente os pilotos começavam na F1 ou na Indy e depois de se consagrar tentavam a sorte nas 24 horas, realizada muitas vezes com um trio. E os veteranos achavam que essa missão era fácil, pois apenas tinham que ser regulares e chegar ao final da disputa.
E é justamente no quesito resistência que a maioria se perde. Não é só resistência mecânica ou física, os pilotos também se envolvem em situações bem adversas, como rodar no óleo que outro concorrente esparramou pela pista, devido a um estouro do motor. E ainda, a noite, que é a maior responsável pelos abandonos. Quando muitos se arriscam e os mais despreparados os atrapalham.
Diferenças. Mas essa corrida tem carros bem distintos. São quatro categorias que disputam o mesmo espaço durante 24 horas, e tem pilotos de níveis diferentes. Muitas das vezes, a turminha com carros inferiores e pouca experiência complica uma equipe que investe milhões e se vê no Guard Rail porque um piloto da GTE Am não viu ou não conseguiu abrir para um protótipo duas vezes mais rápido.
Para ser mais explícito, as categorias sã LMP1, onde as grandes montadoras tentam se dar bem. Em 2015, além da Audi, maior vencedora dos últimos anos, correram também a Porsche, que voltou ano passado e já ganhou a edição deste ano. Toyota, Nissan estreante do ano.
A LM P2, que sempre é disputada por fabricantes menos endinheirados e são um pouco mais pelo esporte do que pelo investimento. Os protótipos dessa classe são abertos.
E as classes GTE Pro e a GTE Am. São disputadas por carros de série, que só podem ser comprados por um número seleto de clientes. Os modelos são Ferrari 458, Aston Martin Vantage e Chevrolet Corvette e Porsche 991 RS. Logicamente com algumas modificações, para melhorar o desempenho e se adaptar às normas de segurança.
Eficiência. A Porsche, em seu segundo ano, conseguiu destronar a Audi que vinha vencendo desde a temporada de 2000, fora os anos de 2003 e 2009. Os alemães de Stuttgart competiram com o modelo 919 híbrido. Que usa gasolina. O último carro a gasolina que ganhou foi o Bentley em 2003. Os Audi usam diesel desde 2005 e o Peugeot 908 de 2009 também. Nico Hulkenberg conquistou a vitória em sua primeira participação com o 919 de número 19.
Números. Os brasileiros não se ligam muito nas 24.
Mas essa corrida é muito admirada no restante do mundo. E os números divulgados pela organização mostram bem: público do evento, 263,5 mil pessoas. Acessos no site oficial do evento durante o fim de semana, 2,6 milhões de cliques. Seguidores das 24h de Le Mans no Twitter: 216 mil. Fãs das 24h de Le Mans no Facebook: 378 mil. E ainda a etapa foi acompanhada por 90 países. No total, trinta emissoras de TV transmitiram a corrida ao vivo. Estimativa de audiência total, 800 milhões.
Tabu. Os brasileiros nunca conseguiram vencer essas vinte quatro horas. O melhor que conseguimos foi com J. C. Pace, segundo em 1973. Lucas Di Grassi também fez um segundo em 2014. Nesta edição, ele conseguiu o quarto posto, como piloto da Audi. Pipo Derani chegou em quarto na LMP2 com Ligier JS, foi décimo segundo na geral. Já Fernando Rees chegou no trigésimo quarto posto, a 75 voltas do vencedor. Rees correu com um Aston Vantage e bateu com um carro da LMP2 à noite.