REGINALDO LEITE

Vivemos uma situação atípica

Dois senhores, um político e um dirigente, cada qual ao seu modo ou interesses, chamou o

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 05/12/2012 às 09:49Atualizado em 17/12/2022 às 09:14
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Notas de passado recente

Nos idos de 2006, para ser mais exato, no mês de fevereiro, vivemos uma situação atípica. Dois senhores, um político e um dirigente, cada qual ao seu modo ou   interesses, chamou o povão de bobo. Na verdade, tentaram. Eles acharam que o povão não possuía cérebro. E assim armaram mais uma de suas jogadas, no intuito de se promoverem. No caso, estou me referindo ao sir Bernie Ecclestone e ao sr. Cesar Maia. O primeiro é o todo-poderoso da F1, uma das maiores fortunas individuais do Reino Unido. E o segundo era o prefeito da Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro.

O número um. O Verme Ecclestone animou a todos, dizendo que bancaria o GP da Bélgica de 2006, desde que a empresa que organizava o evento faliu no ano anterior. O ‘mala’ garantiu que contornaria qualquer problema, e o GP belga seria realizado. Quando saiu essa nota, todos ficaram animados e cheguei até a elogiar o Verme, coisa rara. Mas como ele não conseguiu viabilizar o evento sem botar a mão no bolso, ele foi logo arrumando um jeitinho de jogar a culpa nos dirigentes das cidades de Spa e Francorchamps.

O número dois. Já o ‘mala’ carioca ao ficar sabendo desta vaga em aberto do GP belga, oportunisticamente declarou que a cidade do Rio de Janeiro seria candidata à vaga. Cesar Maia é reconhecido no meio automobilístico como inimigo do autódromo carioca. A sua tacada final para acabar com o circuito seria as obras da praça olímpica dos jogos Pan-Americanos. Essa praça desconfigurou o autódromo. Que era a melhor pista da América do Sul. E neste momento o destruidor enfrenta algumas dificuldades para realizar essas obras devido a um mandado de segurança impetrado pela CBA (Confederação Automobilística Brasileira) para impedir estrago que seria feito no autódromo por essas obras.

A realidade. Como seria possível realizar uma etapa de F1, no segundo semestre, sendo que por ele as máquinas já estariam trabalhando no autódromo desde janeiro. Fora os problemas de logística do evento. O censo de oportunismo dele foi maior que o da lógica ou da realidade. Cada um ao seu modo, Verme Ecclestone e Cesar Maia ignoraram o grau de inteligência e até de paciência dos mortais comuns. Esses fatos aconteceram em 2006.

Pan. As obras do Pan-Americano foram realizadas e deixaram o autódromo aleijado. Mas os cariocas ainda acharam uma maneira de aproveitar o que sobrou. E realizavam diversas competições. Competições de Stock, Truck e provas regionais.

Triste. Porém, agora em 2012, os correligionários e seguidores de Cesar Maia conseguiram o que queriam. A melhor pista da América do Sul virou apenas uma lembrança. Por questões meramente políticas perdemos nosso melhor autódromo. A F1 saiu do Rio e depois o Mundial de Motos. E tudo por causa destas questões políticas.

Atualidade. Hoje, os cariocas não têm como treinar e seu campeonato estadual será disputado em Minas Gerais. Ironia do destino, pois a vida inteira os pilotos mineiros eram obrigados a correr no Rio porque não tinham autódromo, e hoje a situação se inverteu. Existe uma promessa de fazer um autódromo novo na periferia, em Deodoro, porém, é apenas uma promessa. Na lei, o autódromo só poderia ser desativado quando uma nova praça estivesse pronta. Mas a lei na Cidade Maravilhosa nem sempre é relevada pelas autoridades do poder.

Felicidades a todos!

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