Brasil e Argentina avançam em integração energética e preparam seminário sobre gás natural (Foto/Getty Images)
Reunião
O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou reunião do Grupo de Trabalho Bilateral (GTB) Brasil–Argentina, criado a partir do Memorando de Entendimento sobre Desenvolvimento de Infraestrutura, Interconexão e Exportação de Gás Natural, firmado entre os dois países em novembro de 2024.
Progresso
Coordenado pelo secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, e pela secretária de Energia da Nação da Argentina, María Tettamanti, o GTB avaliou o progresso das ações do Comitê Técnico, responsável por estudar alternativas de interligação entre os sistemas de gás dos dois países — com possibilidade de envolvimento de outras nações da região.
Integração
Durante a reunião, os secretários destacaram o bom andamento dos trabalhos técnicos e reforçaram a relevância da integração gasífera para o fortalecimento energético da América do Sul. O Comitê Técnico também vem dialogando com agentes privados para mapear oportunidades e desafios relacionados à interconexão da malha de gás natural.
Seminário
Tettamanti e o subsecretário de Hidrocarbonetos da Argentina, Federico Veller, também participaram do seminário “Desafios e Soluções para a Integração Gasífera Regional”, realizado no último dia 22, no auditório do subsolo do MME, em Brasília (DF).
Evento
O evento reuniu especialistas, autoridades e representantes da cadeia do gás natural no Brasil, na Argentina e Bolívia, com painéis dedicados aos temas de oferta, transporte, comercialização, serviços locais de distribuição e o papel do consumo na consolidação da integração regional. O evento reuniu autoridades do setor energético de Brasil, Argentina, Paraguai e representantes da Organização Latino-Americana de Energia (Olade).
Defesa
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu o fortalecimento da cooperação energética entre os países do Cone Sul, com foco na ampliação das importações de gás natural da Argentina, durante o seminário “Desafios e Soluções para Integração Gasífera Regional”.
Compromisso
Ao destacar a importância do gás natural como combustível essencial para a transição energética e a nova economia verde, Silveira reiterou o compromisso do governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, de impulsionar a reindustrialização nacional a partir do insumo. Segundo ele, a integração energética regional é estratégica para ampliar a oferta e reduzir o custo do gás no Brasil, beneficiando setores como a indústria, o agronegócio e o transporte.
Avanços
Durante o discurso, o ministro defendeu avanços na liberalização dos preços de exportação pela Argentina, bem como o enfrentamento dos desafios operacionais e regulatórios relacionados às tarifas de transporte tanto na Argentina quanto na Bolívia. “Com a livre negociação de preços entre produtores argentinos e consumidores brasileiros, o mercado pode decolar no curto prazo”, enfatizou.
Meta
A meta brasileira é importar até 30 milhões de metros cúbicos diários de gás argentino até 2030, considerada factível diante do vasto potencial de Vaca Muerta e da demanda reprimida da indústria nacional. Diante disso, o estado do Rio Grande do Sul figura como principal porta de entrada do gás, com um projeto de conclusão do gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre como reflexo das oportunidades de investimento e desenvolvimento.
Tarifas
O ministro reforçou ainda a necessidade de reduzir as tarifas internas de transporte e distribuição, para assegurar que o gás importado chegue ao consumidor brasileiro a preços competitivos. “De nada adianta trazer gás barato da Argentina ou da Bolívia se ele volta a se encarecer ao entrar no país”, alertou Alexandre Silveira, defendendo esforços conjuntos com o governo gaúcho e o setor privado.
Responsabilidade
Por fim, Silveira destacou a responsabilidade da Petrobras no processo de oferta de gás natural a preços acessíveis, apontando a necessidade de revisão das tarifas e das regras de acesso ao escoamento e processamento do insumo. “Estamos edificando um país e um continente com energia limpa, justiça social e vida digna para todos”, concluiu.