Magda Chambriard sugere que acesso de terceiros às estruturas de gás da Petrobras pode elevar preço da molécula (Foto/Agência Brasil)
Efeito
A agência Infra destacou que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o maior acesso de terceiros às infraestruturas de gás da Petrobras e empresas sócias – Shell, Galp e Repsol – pode acabar tendo efeito contrário ao pretendido pelo governo e elevar o preço final da molécula ao mercado.
Repensar
Ela sugere que as empresas dispostas a construir novos gasodutos e UPGNs repensariam suas iniciativas caso tenham de dar acessos a terceiros a preços bem inferiores que os praticados atualmente.
Preocupação
A executiva diz ver com “muita preocupação” a questão do acesso de terceiros aos gasodutos de escoamento e UPGNs (unidades de processamento de gás natural), que pertencem à Petrobras e suas sócias. Esse “acesso negociado” a essas estruturas está previsto em lei, mas ainda carece de regulamentação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Motivos
Magda citou dois motivos diferentes para sua contrariedade à iniciativa do governo: primeiro, o entendimento entre as empresas donas das infraestruturas e os terceiros interessados; depois, a questão da especificação dos gases que vão circular nas infraestruturas, feita pelas UPGNs. As afirmações foram feitas em entrevista à Agência Eixos.
Tentativa
Ao menos no caso do gás da União, gerido pela PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A.), o governo tenta reduzir a tarifa cobrada pelo uso dessas instalações via CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), conforme definido na MP (Medida Provisória) 1.304/2025.
Atalho
Trata-se de um atalho diante da demora da ANP em tratar do assunto e uma aposta para reduzir o preço final da molécula, tudo baseado em estudo da EPE (Empresa de Planejamento Energético).
Cogitação
O governo cogita reduzir o preço das tarifas de escoamento e processamento em mais de 70%, da casa dos atuais US$9 por milhão de BTU para a casa dos US$2 por milhão de BTU.
Eleições
A Agência Eixos destacou que as eleições presidenciais da Bolívia em 2025 marcam o fim de um ciclo de duas décadas da esquerda no poder – reflexo, em parte, da ruptura entre Evo Morales e seu sucessor Luis Arce, e a implosão do Movimento ao Socialismo (MAS).
Eleição
O primeiro turno das eleições confirmou o senador centrista Rodrigo Paz Pereira (Partido Democrata Cristão) e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (Aliança Livre), mais à direita no espectro político, no segundo turno, em 19 de outubro.
Reformas
Ambos os candidatos acenam com reformas na Lei de Hidrocarbonetos. Ao mesmo tempo, o novo presidente boliviano terá pela frente a missão de destravar o potencial de exploração e industrialização do lítio.
Brasil
Para o Brasil, as eleições têm influência, em especial, sobre o mercado de gás. A Bolívia é, hoje, nossa principal fonte de suprimento de gás importado, mas, sem renovar suas reservas, a capacidade de exportação do país vizinho está em xeque e pode se esgotar já na virada da década.