O caos
A falta de estrutura e principalmente de pessoal nas polícias Militar e Civil acaba sacrificando policiais e penalizando população/contribuinte. Já houve casos em Uberaba que os policiais militares esperaram por mais de 10 horas para entregar seu preso ao delegado no plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil. E a demora não ocorre por má vontade dos servidores. O fato é que os policiais civis também estão assoberbados de trabalho e todas as vezes são obrigados, conforme determina legislação, a ouvir condutores, vítimas, várias testemunhas e, no final, os acusados. A formalização do flagrante é burocrática e demorada, porem necessária.
Descaso
Foi montado um esquema especial (acionamento de policiais civis em período de descanso) para pôr fim às filas para entregas de presos no plantão, porém fazer uso deste plano acaba sacrificando, ainda mais, os policiais civis que trabalham nas delegacias de bairros com apurações de crimes, o que afeta diretamente o contribuinte, pois deixam de apurar crimes e muitos criminosos ficam impunes. E a impunidade gera mais crime, que gera mais impunidade... Essa realidade escancara a falta de investimento do Estado na Segurança Pública em Uberaba.
Estresse
Hoje, muitos policiais civis e militares trabalham estressados e alguns são obrigados a sair de licença médica e outros levam seu estresse de trabalho para dentro de suas casas e acabam penalizando também seus familiares. E todo esse estresse também reflete no atendimento às vitimas/contribuintes. A insegurança vai muito além do que nossos olhos alcançam.
Delegados
Em Uberaba existem hoje 16 delegados de Polícia Civil. O delegado-chefe e o regional trabalham na administração. Os demais, ou seja, os 14 restantes, estão divididos: cinco na delegacia de plantão; dois na 4ª DPC/Centro; um na 2ª DPC/Boa Vista; um 3ª DPC/Olinda; dois na 1ª DPC/Abadia; um na Delegacia de Crimes Contra a Família; um na Delegacia Adida ao Juizado Especial e um no Trânsito.
Impunidade
E vai mais uma informação que contribui com a demonstração de descaso do Estado com a população de Uberaba: cada delegado de Polícia Civil nas delegacias de bairros tem em média cerca de 1.500 (um mil e quinhentos) inquéritos policiais para presidir. Um número humanamente impossível de se administrar. Alguns especialistas afirmam que um número de inquéritos policiais razoável para cada delegado seria de até 120 e o ideal de 80. É por isso que muitos casos acabam em uma pilha de inquéritos que nunca chega a um final. Isso é insegurança. Isso gera impunidade, que gera insegurança, que gera impunidade...
A realidade
Em Uberaba existem 20 escrivães, sendo que cinco estão na escala do plantão. Já quanto ao número de agentes da PC, a coluna deixa de divulgar por entender ser um desserviço à população, mas, para quem sabe ler, um pingo é letra. Mas existem vários agentes de plantão diurno e noturno. O número de peritos criminais em Uberaba é outro grande problema. Muito aquém do mínimo necessário. Também faltam médicos-legistas e não há nenhum auxiliar de necropsia do Estado. O motorista do rabecão é funcionário da Prefeitura e também auxilia nas necropsias.
Carnaval 2013
O período de carnaval em Uberaba foi considerado um dos mais tranquilos, em termos de Segurança Pública nos últimos tempos. Não foi apontado nenhum crime violento até por volta de 22h de terça-feira (12). A grande vedete do carnaval 2013 foi a chamada nova “Lei Seca”, que passou a punir com mais severidade motoristas embriagados, o que mostra claramente que leis mais rígidas inibem ações criminosas.
A Quarta de Cinzas
Não foram registrados acidentes graves e muito menos com óbito na cidade ou rodovias federais e estaduais que cortam Uberaba. O acidente com vítima fatal, informado pela Polícia Militar Rodoviária, foi registrado em cidade muito distante de Uberaba, portanto não entra na estatística. Em compensação, tão logo começou a Quarta-feira de Cinzas, foram registrados assaltos, dois acidentes com três vítimas fatais e dois homicídios.
Balanço
Do dia 1º de janeiro a 15 de fevereiro deste ano, conforme levantamentos feitos pela coluna, foram registrados em Uberaba (não considerando Conceição das Alagoas e Delta) seis homicídios. Destes, cinco vítimas morreram atingidas por projétil de arma de fogo e uma por faca. Três homens e três são mulheres. Dois assassinatos foram passionais. Em relação aos outros quatro, a motivação ainda é ignorada. E em apenas um caso o autor foi preso.
Balanço - II
Já com relação aos acidentes de trânsito na cidade e rodovias estaduais e federais (não considerando trechos de Delta, Nova Ponte e Uberlândia), também entre 1º de janeiro a 15 de fevereiro, Uberaba registrou 12 mortes em 11 acidentes. Das 12 vítimas fatais, uma era mulher. Nos onze acidentes com 12 mortes, sete estavam de carro, e em 90% dos casos as vítimas não usavam cinto de segurança. Em um dos acidentes a vítima estava de carreta, três em motocicletas e um de bicicleta.
Os locais
Das 12 vítimas fatais nos 11 acidentes de trânsito, três morreram em rodovias estaduais (um homem na MG-190 e dois na Filomena Cartafina), seis em rodovias federais (dois homens na BR-262 e quatro na BR-050) e três morreram em ruas e avenidas de Uberaba. Com relação aos acidentes na cidade, chama atenção o fato de todas as vítimas estarem de motocicletas. Uma dessas vítimas era mulher e estava grávida.
