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Delegados e agentes da Polícia Civil em Uberaba recebem elogios do Conselho Superior da Polícia Civil por desvendar triplo homicídio envolvendo mãe e dois bebês
Matusalém Ferreira Júnior e Antônio Moreira Pires estão recolhidos em celas separadas na Cadeia Pública de Franca
A Justiça é cega, mas enxerga...
Esta semana circularam pelas redes sociais informações dando conta de que Matusalém Ferreira Júnior, vulgo “Juninho Encanador”, e Antônio Moreira Pires, conhecido como “Pedrão”, estariam em liberdade por determinação da Justiça paulista. Disseram até que viram o Matusalém em Sacramento (MG) dirigindo uma caminhonete GM S-10, de cor prata. A notícia não procede. É mais uma informação que gera clamor e revolta na população, mas que na verdade não passa de factoide. Os dois estão recolhidos na Cadeia Pública de Franca (SP), devido à prorrogação da prisão temporária expedida pela Justiça Estadual em Igarapava (SP). Conforme informações, os dois acusados de matar a tiros Izabella Marques Gianvechio e seus dois filhos, o casal de gêmeos Ana Flávia e Lucas Alexandre (dois meses e três dias), estão em celas separadas dos outros presos. Segundo um carcereiro, que pede para não ser identificado, os dois foram ameaçados, correm risco de morte e estão no que chamam de “seguro”. “O triplo homicídio revoltou até mesmo bandidos de altíssima periculosidade”, disse o carcereiro, com mais de 20 anos de profissão. Os dois devem ter a prisão preventiva decretada na próxima semana e só então seguem para o Centro de Detenção Provisória (CDP), também em Franca. A delegada de Polícia Civil que presidiu as investigações em Uberaba, Carla Garcia Bueno, disse ontem à coluna que o inquérito foi concluído e remetido à Delegacia de Aramina (SP), conforme decisão da Justiça. Já em Aramina, conforme o investigador de Polícia Civil Altino, as investigações também foram concluídas e o delegado que preside o inquérito, Jucélio Paula Silva Rego, aguarda por laudo laboratorial que vai apontar se os dois bebês assassinados são filhos de Matusalém Ferreira Júnior. Ele explicou que a autoridade policial deve indiciar os autores e remeter para a apreciação do Ministério Público e Poder Judiciário em Igarapava. Neste mesmo documento o delegado deve sugerir ao MP que represente pela prisão preventiva dos acusados. Pelo andar da carruagem, Matusalém e Antônio Moreira vão ter muito tempo para refletir sobre o que fizeram, independentemente de jogarem a culpa um para o outro. Não vi o inquérito, pois tramita em segredo, possivelmente devido à investigação de paternidade, mas ouvi algumas pessoas que conhecem as investigações e são unânimes em afirmar que no inquérito existem provas incontestáveis do envolvimento dos dois nas três mortes e já dão como certa a condenação dos dois. Com relação ao julgamento popular, que deve acontecer em Igarapava e em data ainda a ser marcada, acredito que a repercussão, comoção e clamor público foram o mesmo em todo país. Podem ser julgados em qualquer lugar, não vão escapar dos olhos da Justiça, que é cega, mas enxerga no escuro.
Nota de elogio
O Conselho Superior da Polícia Civil de Minas Gerais, em sua 1ª Reunião Ordinária, deliberou constar em ata e na Folha de Antecedentes Funcionais dos policiais civis que trabalham nas investigações nota de elogio pela “excelência, dedicação e competência com que atuaram na apuração do sequestro ocorrido no município de Uberaba, no dia 20/02/2015, envolvendo as vítimas Izabella Marquez Gianvechio, Lucas Alexandre Marquez Gianvechio e Ana Flávia Marquez Gianvechio, evidenciando a eficácia da pronta resposta da Polícia Civil diante da gravidade do fato”.
Os policiais civis constantes na nota sã delegados Ramon Tadeu Carvalho Bucci, Francisco Eduardo Gouvêa Motta, Cezar Felipe Colombari da Silva, Ludmila da Silva Fonseca Perfeito, Carla Garcia Bueno; o inspetor de investigação Gileno Masilio da Silva Fagundes e os agentes de investigação Andréia Vicente dos Santos, Marcelo Alves do Nascimento, Carlene Marques de Oliveira, Anyelle Dutra e Silva, Alisson Linares, João Carlos de Souza Pires Júnior, Diego André Souza Lemos. A nota é assinada pelo secretário-executivo do Conselho Superior de Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Darcimar Antônio da Silva.