Abuso e tortura
De 1º de janeiro deste ano até sexta-feira passada, 10 inquéritos foram abertos pela PC para apurar possível abuso de autoridade e duas supostas torturas. Em nove casos, os investigados são PMs e um é GM. Os 10 inquéritos foram instaurados a pedido do MP. Acredita-se que esse número seja maior, pois as supostas vítimas procuram diretamente as corregedorias das polícias. Na maioria das vezes os crimes não ficam comprovados. As supostas vítimas procuram pelo que chamo de “habeas corpus preventivo”, uma forma de afastar policiais e ações das polícias.
Novatos
No início do próximo mês, Uberaba deve receber cinco novos delegados que se formaram recentemente na Academia de Polícia Civil, o que deve amenizar um pouco a precária situação da PC na cidade. Dos cinco, pelo menos dois já possuem intimidade com a Justiça. Eles eram serventuários do Judiciário estadual em Uberaba antes de ingressar na carreira policial.
Insegurança
A ousadia dos marginais não tem limites. Invadir armados o Shopping Uberaba e assaltar funcionários dos cinemas é a prova mais recente. No dia 13 passado, ladrões arrombaram as portas da loja Tele Cell, também no shopping, furtaram 43 celulares novos. Um absurdo para quem paga caro por condomínio (repassado aos consumidores) que inclui segurança.
Na Justiça
O advogado Odilon dos Santos acaba de ser contratado pela comerciante Jéssica Fernanda Bizoto, de 19 anos, para representar criminalmente contra uma proprietária de salão de beleza e uma cabeleireira. O criminalista entende que sua cliente foi vítima de difamação, constrangimento ilegal e lesão corporal depois de ter seus cabelos pintados de forma errônea. A moça, que hoje sofre de depressão, ainda teria sido ofendida verbalmente pelas acusadas. Outra advogada foi contratada para impetrar com ação de danos morais e materiais também contra as duas acusadas. O caso promete render.
Comerciante Jéssica Fernanda Bizoto, que mostra os cabelos danificados e que viraram caso de polícia, agora vai à Justiça
Presos e autuados
Os dois homens que na manhã de sexta-feira participaram de assalto a um caminhoneiro (roubando carreta e carga de roupas da Hering) no posto de combustível na cidade do Prata foram autuados em flagrante por roubo pelo delegado de Polícia Civil e já estão na penitenciária de Uberaba. Os acusados Rojer Roni Bento e Everton José Santos, presos graças à ação conjunta da PRF e PM em Uberaba, são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em roubo de cargas no Triângulo Mineiro. Há quem garanta que policiais integram o bando e estariam dando cobertura.
Indecorosas
Motorista que trabalhou em empresa de escolta de valores contou à polícia em Uberaba que recebia propostas via “telefone não identificado” para participar de assaltos. Agora que saiu da empresa, as ligações voltaram a acontecer. Os bandidos, através de “ligação confidencial”, estão ameaçando a família do ex-funcionário, caso não dê informações para facilitar o roubo.
Abuso sexual
O promotor de Justiça Eduardo Pimentel de Figueiredo requisitou à Polícia Civil abertura de inquérito policial para apurar denúncia de que detentas, na penitenciária de Uberaba, estariam ou teriam sofrido abusos sexuais e agressões praticados supostamente por agentes penitenciários. O inquérito, que teve início em 2011, ainda tramita em segredo.
Recuperável?
Esta semana, o delegado PC João Francisco Andrade encaminhou ao Juizado da Infância e Juventude o inquérito que apurou o assassinato (por golpes de faca) da usuária de drogas Polyana Cristina da Silva Rosa. A conclusão do inquérito é estarrecedora e alarmante: autor é um menino de 14 anos, tido como perigoso e um dos chefes do tráfico de drogas no bairro Abadia. O motivo? A mulher comprou drogas dele e não pagou. Você acha que o “garoto” que aprendeu a ganhar muito e não perder nada (nem mesmo uma pedra de crack de R$5) tem recuperação?
Você sabia?...
...que as empresas que monitoram a segurança das agências bancárias em Uberaba são de outras cidades e até Estados? Que quando ocorre algum fato em que o alarme é disparado, as centrais de monitoramento é que acionam a Polícia Militar? Pois é! As empresas de segurança lucram e quem trabalha são os nossos policiais com as nossas viaturas.
A conta
O Estado de Minas Gerais, através da Receita Estadual, está cobrando essa conta dos bancos. Cada vez que uma viatura policial é acionada para atender uma ocorrência de disparo de alarme e não se configura nenhum crime, é lavrada uma ocorrência e a Receita cobra por hora e quantidade de policiais e viaturas. Resta saber se estão pagando. Eu duvido que estejam.