SENTINELA

Chacina familiar em Itaperuna reacende debate sobre maioridade penal

Carlos Paiva
Carlos Paiva
Publicado em 30/06/2025 às 18:57
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Chacina familiar
Um crime bárbaro ocorrido no sábado (21), em Itaperuna (RJ), reacendeu o debate sobre a impunidade de menores infratores. Um adolescente de 14 anos matou o pai, a mãe e o irmão de 3 anos. O motivo: foi impedido de viajar para encontrar a namorada virtual, de 15 anos, moradora de Água Boa (MT).

Frieza assustadora
O crime chocou o país pela frieza do jovem e pela suposta participação da adolescente, que teria incentivado o triplo homicídio. O garoto cometeu os assassinatos enquanto a família dormia, utilizando uma arma registrada do pai. Em seguida, escondeu os corpos em uma cisterna da residência.

Fuga preparada
Após os assassinatos, o adolescente começou a preparar a fuga. Malas prontas foram encontradas na casa e, em atitude perturbadora, ele chegou a pesquisar na internet como sacar o FGTS dos pais mortos. Os indícios apontam frieza e total ausência de remorso.

Confissão gelada
A polícia apreendeu o adolescente em flagrante. Durante o interrogatório, ele declarou: “Se fosse preciso, faria tudo de novo.” A frieza no depoimento chocou os policiais envolvidos. Ele responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio e ocultação de cadáver.

Relação virtual
As investigações revelaram que o jovem mantinha um relacionamento virtual com a adolescente do Mato Grosso há seis anos, iniciado em plataformas de jogos on-line. Segundo a polícia, a garota sabia do plano e conversava com o autor enquanto o crime ocorria.

Diálogo macabro
Durante o fim de semana da chacina, os dois adolescentes trocaram mensagens em tom de cumplicidade. Tratavam o crime como se fosse um jogo de videogame. A jovem foi ouvida por cerca de duas horas na delegacia, acompanhada da mãe, e liberada após o depoimento.

Caso Melissa
O crime em Itaperuna lembra o caso da estudante Melissa Campos, de 14 anos, assassinada por colegas da mesma idade em Uberaba (MG), no dia 8 de maio passado. Os autores também demonstraram frieza, ironia e riram da pena branda: apenas três anos de internação.

Legislação frágil
Ambos os casos demonstram a fragilidade da legislação diante da nova realidade: adolescentes que cometem crimes hediondos com plena consciência das consequências — ou da falta delas. Amparados pelo ECA, todos sairão livres e com ficha limpa ao completarem 18 anos, como se jamais tivessem cometido tais atrocidades.

Brecha jurídica
A legislação brasileira, baseada no ECA, trata todos os menores de 18 anos como incapazes de discernir suas ações. Porém, a realidade mostra o oposto: crianças e adolescentes estão cada vez mais expostos a influências digitais violentas e manipulações on-line.

Vítimas inocentes
Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, enfermeiro; sua esposa, Inaila Teixeira, de 37, cabeleireira, e o filho caçula, Antônio, de apenas 3 anos, foram mortos com tiros na cabeça pelo próprio filho adolescente, em Itaperuna (RJ). Já a estudante Melissa Campos, de 14 anos, foi assassinada com quatro facadas no peito, dentro de uma escola particular, em Uberaba (MG).

Alerta nacional
Esses crimes não são casos isolados: são um alerta urgente. O ECA precisa ser revisto. É necessário reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos em crimes hediondos, criar medidas específicas para punir com mais rigor menores infratores e reforçar o controle sobre o ambiente digital.

Responsabilidade familiar
Quando adolescentes cometem crimes cruéis, a responsabilidade não é apenas do Estado, mas também da família. Muitos pais abandonam os filhos física, emocional e digitalmente — não conversam, não acompanham e não impõem limites. Deixam que a internet e influências externas ocupem o lugar da orientação. Educar exige mais que sustento: exige presença ativa. O abandono silencioso dentro de casa pode ser o primeiro passo para a tragédia.

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