SENTINELA

Corregedoria vai investigar morte de escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais

Carlos Paiva
Carlos Paiva
Publicado em 14/06/2023 às 22:20Atualizado em 16/06/2023 às 05:50
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Luto na Polícia Civil
A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais, na terça-feira (13), instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte da escrivã de Polícia Civil Rafaela Drumond, encontrada sem vida pelos pais na última sexta-feira (9), na cidade de Antônio Carlos (MG). As informações iniciais indicam que a policial, de apenas 31 anos, segundo o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG), tenha tirado a própria vida e vinha sofrendo assédio moral e sexual, além de sobrecarga de trabalho.

Escrivã da Polícia Civil Rafaela Drumond (Foto/Reprodução)

Escrivã da Polícia Civil Rafaela Drumond (Foto/Reprodução)

Descaso dos governadores
Além do inquérito policial, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou um requerimento para a convocação de secretários do governo Zema e da delegada-chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Letícia Gamboge Reis, para prestarem esclarecimentos. Essa é uma boa oportunidade para colocar a Polícia Civil em ordem, afinal, há anos vem sofrendo com o descaso dos governadores, incluindo o atual.

Sobrecarga de trabalho
A sobrecarga de trabalho em todas as funções e cargos talvez seja o maior problema, seguido de perto pela falta de estrutura, o que acaba adoecendo nossos policiais. Existem policiais civis que não só têm problemas psicológicos, mas também sofreram infarto e até derrame cerebral durante o exercício de suas atividades, aqui mesmo em Uberaba. No caso da escrivã de Polícia Civil Rafaela Drumond, áudios e vídeos compartilhados por ela indicam que ela estava sendo vítima de assédio moral, sexual, sobrecarga de trabalho e interferência de seus superiores. Infelizmente, esses são problemas comuns não apenas em delegacias, mas em repartições públicas em geral.

Adoecimento mental
De acordo com o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais, a morte de Rafaela Drumond expõe um problema presente entre os policiais do país: o adoecimento mental. Além da investigação rápida do caso, o sindicato cobra que as autoridades tomem providências para garantir apoio aos agentes. "Os policiais estão adoecendo de forma muito perigosa e o cuidado com a saúde mental de nossos profissionais não tem chamado a atenção das autoridades responsáveis. A polícia está doente e quem deveria cuidar desses valorosos policiais está fingindo não ver", destaca a organização.

Descaso histórico
Em meus 22 anos de profissão dedicados exclusivamente à área de Segurança Pública, presenciei inúmeros casos de policiais que adoeceram e chegaram a morrer devido, principalmente, à sobrecarga de trabalho e ao assédio moral. No entanto, entre todas as polícias, a que mais sofre com o descaso é a Polícia Civil. Muitos policiais sequer possuem uma cadeira decente para se sentarem e exercerem suas funções com dignidade. E isso é fácil de comprovar: visite uma delegacia, observe os móveis, pergunte a um delegado de Polícia Civil quantos inquéritos ele preside. Pergunte sobre o efetivo de escrivães e investigadores que cada delegacia ou inspetoria possui. A falta de peritos criminais na Polícia Civil é outro problema gritante. Muitas vezes, um corpo precisa ficar horas estendido na rua por falta de um perito, já que o profissional de plantão está atendendo outros locais e até outras cidades.

Más condições de trabalho
É claro que a Polícia Federal, Militar e até a Guarda Civil Municipal têm suas deficiências, mas de longe se comparam à Polícia Civil. Em Uberaba, ainda podemos agradecer por contar com policiais dedicados que fazem verdadeiros milagres. E, se você visitar o Detran/Ciretran em Uberaba, que é um dos departamentos que mais arrecadam para o Estado, poderá ver as condições de trabalho dos policiais civis que atuam lá. Verá como o Governo do Estado trata os funcionários que arrecadam com documentos de trânsito.

Cão "Orion"
Um desocupado de 19 anos, um dos responsáveis pela venda de entorpecentes nas imediações da rua Altair Silva, Jardim Siriema, local conhecido como "beco dos budas" e frequentado por traficantes e usuários de drogas, foi preso graças à ação do cão farejador "Orion" da Rondas Ostensivas com Cães (Rocca). O desocupado até tentou se desfazer dos entorpecentes, mas "Orion" foi atrás e localizou uma grande pedra de crack. Assista ao vídeo:

Droga apreendida com o suspeito (Foto/Divulgação)

Droga apreendida com o suspeito (Foto/Divulgação)

Tragédia em Igarapava
O aposentado Lázaro Fagioni, de 82 anos, morreu carbonizado em um canavial em Igarapava. Ele estava colocando fogo em palhas secas quando as chamas se espalharam pelo canavial. O aposentado inalou muita fumaça, caiu no chão e acabou sendo atingido pelo fogo, morrendo carbonizado. O corpo foi levado pelos agentes de uma funerária para o IML de Franca (SP).

Incêndio no Rio de Janeiro
Moradores do Residencial Rio de Janeiro se assustaram com uma explosão seguida de incêndio na rua Ricardo Lemes da Silva, ontem, às 9h. A dona da casa, de 44 anos, disse que escutou uma explosão seguida de muita fumaça dentro da sua residência e, ao entrar no imóvel, visualizou um incêndio na caixa de disjuntores. O fogo destruiu o forro de PVC, uma televisão Samsung de 42 polegadas e uma geladeira Brastemp. A Polícia Militar registrou o caso e encaminhou para a Polícia Civil. Ainda não se sabe se o incêndio foi criminoso.

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