SENTINELA

Estado de Minas Gerais está maquiando registros de ocorrências policiais para indicar queda de crimes violentos

Carlos Paiva
Publicado em 13/07/2015 às 10:25Atualizado em 16/12/2022 às 23:19
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Divulgação

Policiais militares da Gepmor apreenderam drogas, armamento de uso proibido, dois veículos furtados, rádios HTs, colete à prova de bala e dinheiro queimado na casa do “Felipe Cabeção”.

Maquiando registro policial

O Estado de Minas Gerais, depois da posse do governador Fernando Pimentel, está maquiando os registros de ocorrências policiais, como forma de apresentar queda no número de crimes violentos. Vamos a um exemplo real e comum: Uma mulher está andando na rua de posse de uma bolsa, aproximam dois homens, altos, fortes, com capacetes e roupas escuras e um deles grita: “Passa a bolsa”. A mulher, sem poder reagir, entrega a bolsa. Caso não entregasse poderia ser agredida, baleada, esfaqueada... A vítima relata não ter visto arma nenhuma com os autores. A Polícia Militar registra esse crime como furto e não roubo. O Estado mais uma vez está tentando tapar o sol com a peneira. Para um delegado de Polícia Civil, que pede para não ser identificado, para evitar mal-estar entre as corporações, diz que esse tipo de “maquiagem” pode acabar em punição para o policial militar que registrou o crime, pois também se trata de um crime. De acordo com o Código Penal, roubo, artigo 157: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Já o furto, previsto no artigo 155 do Código Penal diz que: Subtrair, para si ou outrem, coisa alheia móvel. A diferença é gritante e ainda sim a Polícia Militar em todo Estado insiste em mudar a qualificação do crime. Com esse tipo de manipulação todos perdem, pois o Estado entende que a cidade não precisa de investimento na Segurança Pública.

Garotas de programa

Era só o que faltava. Um “vendedor” está agenciando prostitutas em pleno Calçadão da rua Artur Machado. Conforme uma fonte da coluna, as garotas de programa ficam subindo e descendo o Calçadão, como espécie de passarela, à espera de serem escolhidas e apresentadas aos clientes pelo “vendedor”, que, claro, tem seu percentual de comissão. Aí me veio a dúvida: Para onde as prostitutas levam seus clientes? Só lembrando, prostituição no Brasil não é crime, mas favorecimento, sim. Pode dar cana.

Saque do FGTS

Foi aprovado em decisão terminativa pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal o projeto de lei que prevê que o saldo do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) possa ser sacado quando o trabalhador ou qualquer um de seus dependentes for acometido por doença grave. Na legislação atual prevê que só os que se encontram em estágio terminal ou portadores de HIV podem sacar o dinheiro do fundo. Se não houver recurso, o projeto segue para análise da Câmara dos Deputados.

Em liberdade

A dona de casa T.F.T.S., 24 anos, detida pela Polícia Militar junto ao marido Felipe Ramalho Queiroz, 24, vulgo “Felipe Cabeção”, acusados de tráfico de drogas e envolvimento em explosão dos caixas eletrônicos do Hospital de Clínicas da UFTM e outros vários crimes, não ficou presa. O delegado de Polícia Federal entendeu que não tinha elementos suficientes para o auto de prisão em flagrante. Isso não significa que a dona de casa seja inocente. A mesma sorte não teve seu marido, o “Felipe Cabeção”. Ele foi autuado em flagrante e está na penitenciária.

Amor bandido

A jovem dona de casa T.F.T.S., esposa do “Felipe Cabeção”, fez uma declaração de amor ao marido em página no Facebook: “A minha liberdade vai ser cantada quando a dele estiver aqui junto comigo. O que os outros dizem é só o que eles dizem. Eu amo você. Foi você que escolhi para viver. Meu ponto de equilíbrio”. Já na minha página no Facebook (Carlos Paiva) a moça também deixou seu comentário dizendo que é inocente e que só estava na casa do seu marido e pai de sua filha. E mais: sabe que ele é inocente. Eu até entendo a defesa aguerrida da dona de casa, mas...

Sem explicações

No entanto, a defesa da esposa do “Felipe Cabeção” deixa alguns pontos sem explicações, como, por exemplo, o material encontrado na casa: quatro quilos de maconha, um Fiat Palio Weekend furtado em Uberlândia, dois rádios HTs na frequência da Polícia Militar, algumas cédulas queimadas, duas pistolas de calibre 9mm de uso proibido, uma submetralhadora de calibre 380 também de uso proibido, dois coletes balísticos também de uso proibido, uma sacola cheia de miguelitos (artefatos de pregos para furar pneus) e uma moto Yamaha furtada em Uberaba.

Como explicar

A PF agora procura por pelo menos mais dois homens envolvidos na explosão dos caixas no Hospital de Clínicas. O bando é suspeito de outras explosões, como a que ocorreu na segunda-feira passada em Buritizal (SP) no banco Bradesco. O bando chegou a trocar tiros com policiais paulistas. Também neste caso os marginais usaram armas de 9 mm, semelhantes as que foram apreendidas. O “Felipe Cabeção” também não é tão santo, como diz sua jovem esposa. Ele foi preso e recolhido na penitenciária por tráfico de drogas em 21/11/2014 e saiu dia 3 de dezembro do mesmo ano.

Comprovante Mega-Sena

O contador L.S.S., 72 anos, jogou na Mega-Sena os mesmos números para dois concursos (1720 e 1721) e perdeu os bilhetes. Precavido, ele registrou um boletim de ocorrência declarando todos os números jogados que foram 3, 5, 9, 31, 42 e 53, caso ganhasse, teria um documento para comprovar que eram seus os bilhetes. Em vão, infelizmente, os números do contador não foram sorteados. De qualquer forma, o registro policial não é garantia de que realmente fez os jogos e não garante o recebimento do prêmio. O melhor a fazer é justamente tomar cuidado e guardar bem os comprovantes.

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