SENTINELA

iPhone roubado pelo assassino

Stacciarini, assassinado em 11 de abril de 2011, teve celular roubado pelo assassino

Carlos Paiva
Publicado em 28/04/2013 às 10:25Atualizado em 19/12/2022 às 13:21
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O empresário Antônio Alberto Stacciarini, assassinado em 11 de abril de 2011,

teve seu celular iPhone roubado pelo assassino Caso Stacciarini A situação do zootecnista Djalma Bessa Ferreira, suspeito de envolvimento na morte do empresário Antônio Alberto Stacciarini, não é nada confortável e o DHPP-BH (Homicídios, de Belo Horizonte) ainda tem muito que esclarecer. Conforme fonte, não tem, pelo menos por enquanto, provas contundentes contra Bessa. A peça investigativa, que a coluna não teve acesso, traz informações que sugerem seu envolvimento. O que é suficiente para uma prisão temporária, afinal, a polícia acredita que com Bessa preso o caso será resolvido. No entanto, se nada for provado ou se as investigações não progredirem, Bessa deixa a cadeia no dia 16 de maio.

Credibilidade  

O que vem dando sustentação à suspeita do DHPP-BH é a credibilidade do promotor de Justiça Laércio Conceição Lima, que deu parecer favorável à prisão, e do juiz de Direito Ricardo Cavalcante Motta, que mandou prender. O promotor é conhecido pela sua dedicação e competência. Já o magistrado é respeitado no meio jurídico por ser extremamente estudioso e técnico. O que significa dizer que a prisão temporária foi respaldada em requisitos exigidos por lei, logo não se fala em prisão ilegal.

Semelhança

Outra fonte garante que a polícia tem certeza que o zootecnista matou o empresário utilizando seus conhecimentos profissionais: teria matado Stacciarini como se mata, de forma clandestina, um boi, ou seja, com golpes na cabeça. Vale ressaltar que essa modalidade é considerada cruel e ilegal. É o chamado “matar no pau”. E o crânio da vítima apresentava duas pancadas próximas e claramente distintas, possivelmente causadas por golpe de martelo, o que ocasionou sua morte por traumatismo craniano.

Boataria

Também circula à “boca pequena” que o crime teria motivação passional, ou seja, a vítima e autor estariam se relacionando intimamente, o que particularmente não acredito. Essa possibilidade vem sendo “ventilada” de forma leviana e sem o mínimo de fundamento ou sustentação. Mas poderia estar sendo descartada se a polícia tivesse feito pelo menos o exame de conjunção carnal no cadáver, mas infelizmente não fez. A meu ver, só tem uma motivação sustentável: dinheiro.

Motivação

Especula-se que na casa de Stacciarini havia de R$95 mil a R$200 mil. Dinheiro que poderia ser de sobras de campanha das eleições de 2010, pois Stacciarini era presidente do Democratas. E também de sua empresa, pois criou o hábito de guardar dinheiro em casa, depois que sua loja foi arrombada (15/06/2009), de onde furtaram R$70 mil. A fonte afirma ao DHPP que na casa de Stacciarini havia R$30 mil que podem ter sido roubados pelo assassino, o que configuraria latrocínio.

As vítimas

Minha experiência chama a atenção para algumas falhas da polícia, que perdeu tempo investigando parentes de Stacciarini, que notoriamente estão sendo vítimas de incompetência policial até hoje, que, na ausência de explicações, prefere culpar a imprensa. Coisa de “otoridade”, que não tem argumento. Não tem explicações para um crime cruel e covarde, onde foi vítima um homem honesto, um pai dedicado e exemplar, gerador de empregos e pagador de impostos. Um cidadão honrado. Um homem admirado, não pelas suas posses, mas sim pela sua história de vida. Especula-se muito e se prova pouco ou nada. Por isso, é mais fácil culpar a imprensa, culpar e apontar interferência de órgãos sérios como CDL, Maçonaria e Rotary, que estão preocupados com o clamor público e a dor da família. É mais fácil transmitir culpa do que admitir incompetência.

Repercussão

Os policiais civis do DHPP-BH só retornaram a Uberaba porque o próprio governador Antonio Anastasia, talvez de olho nas eleições de 2014, recebeu correspondências pedindo apuração para evitar o total esquecimento, como já aconteceu e acontece com vários casos. Houve a interferência do governador, que pediu urgência na investigação, mesmo assim já se passaram mais de dois anos. O governador Antonio Anastasia também recebeu o mesmo pedido da CDL Uberaba, Loja Maçônica, Rotary, deputado federal Marcos Montes e do partido Democratas. E em todas as correspondências - que este colunista tem cópias em mãos - ninguém pede sigilo e muito menos faz pressão para prender a qualquer custo. O que todos querem e esperam é o verdadeiro culpado preso, doa a quem doer.

Negligência

E como disse anteriormente, a polícia perdeu tempo investigando pessoas que não tinham motivação para matar Stacciarini e até procurando culpados para tanta incompetência. Não fizeram exame toxicológico e nem de conjunção carnal. E o mais grave, a meu ver: não investigaram o desaparecimento do aparelho celular iPhone (Apple) da vítima. Sabe-se que Stacciarini não se desgrudava do aparelho. E na noite em que chegou à sua casa, na companhia de Djalma Bessa, por volta de 23h do dia 01/04/2011, estava com o celular. Esse tipo de aparelho, também chamado smartphone, tem como ser rastreado.

Rastreador

A primeira forma de rastrear um iPhone é através do GPS do aparelho, mas para isso tinha que estar registrado na Apple, e isso eu não sei se estava e acredito que nem a polícia saiba. A segunda é pelo número do serial do aparelho, também chamado de “IMEI”. Toda vez que uma operadora de telefonia habilita um celular, automaticamente o aparelho envia o “IMEI”, que fica armazenado na operadora. O que se deduz é que o aparelho, que na época custava cerca de R$2 mil, ainda esteja sendo utilizado. Dificilmente se joga um telefone destes fora. E pode até ser que o assassino tenha levado, usado e até vendido. Detalhe: o “IMEI” é enviado independente de a linha ser pré ou pós-paga. Não tem como o “IMEI” ser substituído ou apagado. Se telefone ainda existe e está sendo usado, a polícia tem como rastrear e a Anatel pode auxiliar. Sabe-se que a polícia investigou a linha do celular (que teve o sigilo quebrado) para ver ligações feitas e recebidas. A polícia sabe que o celular desapareceu do local do crime, sabe que foi usado e desligado ainda no dia 01/04/2011, mas não quiseram saber como rastrear. E para quê? É mais fácil culpar a imprensa.

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