SENTINELA

No total, 65 pessoas foram mortas em Uberaba, sendo 33 com passagens pela polícia ou prisão

Carlos Paiva
Publicado em 05/11/2015 às 09:43Atualizado em 16/12/2022 às 21:27
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Divulgação

Homenagem feita no Dia de Finados à agente penitenciária Vivian Cristina Medeiros no local onde foi executada

Os esquecidos

O povo de bem é desorganizado. Um cidadão é assassinado e praticamente nada acontece. Um bandido morre, depois de cair da motocicleta que pilotava durante fuga da polícia (após praticar dois roubos), e a cidade para, fazem passeatas, protestos, homenageiam durante velório e sepultamento, e ai daquele que usa dos meios de comunicação para informar que morreu mais um bandido. Ele tem que ser enterrado como bom pai, bom filho, bom amigo e companheiro, um verdadeiro santo. Mandam e-mails e mensagens pelas redes sociais fazendo ameaças dizendo que somos obrigados a respeitar, pois ele tinha mãe, pai... Enfim, vira santo. Mas e aqueles que morrem vítimas destes bandidos? Você se lembra do último cidadão de bem que foi assassinado em Uberaba? Claro que não. Ninguém protestou ou fez homenagem durante cortejo e sepultamento. Ninguém nem ficou sabendo, afinal era um cidadão de bem, um trabalhador que também tinha família, mas não foi lembrado. A última vítima honesta a ser cruelmente morta foi o vigilante João Antônio dos Santos, morto com quatro tiros durante seu trabalho em uma construção no Jardim Maracanã. Lembrou?

Investigação

No total, 65 pessoas foram mortas (até ontem) em Uberaba, sendo que destes 33 tinham passagens pela polícia ou sistema prisional, o que nos dá um total de 32 pessoas assassinadas e que nunca tiveram envolvimento com crime. Das 65, quatro foram mortas durante assalto. E o número de casos solucionados, devido à falta de estrutura e de policiais da PC, é bem aquém do esperado, o que gera a certeza de impunidade e mais assassinatos.

Esclarecendo

O fato do cidadão não possuir passagens pelas polícias nem sempre significa que nunca cometeu crimes. Pode significar que nunca foi pego. É comum às polícias fazerem prisões de pessoas sem passagens, mas depois de presos e suas fotos publicadas aparecem vítimas. Muitos criminosos contam com a sorte até que um dia a casa cai e a partir daí contam com a benevolência das leis, principalmente quando se trata de menores.

Fim de festa

O empresário R.R., 39 anos, dono de uma casa noturna, amargou um prejuízo de R$ 15 mil no sábado (31) depois que houve uma queda de energia elétrica. Ocorre que estava acontecendo uma festa, previamente programada, quando às 23h15 houve a queda da energia. O empresário foi informado de que a eletricidade seria restabelecida a 0h50 e assim conseguiu manter as pessoas no salão, porém a energia não foi restaurada, mais tarde informado de que só aconteceria às 3h. Claro que todos foram embora. Técnicos da Cemig de Uberlândia conseguiram restabelecer a energia a 1h30, mas todos já haviam deixado o local.

Em liberdade

O comerciante Cesar Rander Rodrigues, 41 anos, dono da Rede Minas Supermercados, deixou a penitenciária no dia seguinte a sua prisão por receptação. Ele recebeu o benefício da liberdade provisória, conforme prevê a lei, afinal ainda é réu primário. O comerciante deixou a cadeia, mas ainda tem um longo caminho a percorrer na PC e Justiça Criminal.

Na TV

Possível candidato a prefeito de Uberaba, Wagner do Nascimento Júnior deverá aparecer hoje no programa eleitoral nacional do Partido Trabalhista Cristão (PTC). Segundo fonte, o pronunciamento do pré-candidato a chefe do Executivo uberabense promete. Uberaba deve ser citada no programa e há quem garanta que Wagner Júnior vai pegar pesado. É esperar e conferir.

Homenagem

No último dia 2, Dia de Finados, agentes penitenciários realizaram uma homenagem à agente prisional Vivian Cristina Medeiros, na época com 37 anos, covardemente assassinada em 31 de julho passado. Foram deixadas flores onde o corpo foi encontrado cravejado de projéteis de arma de fogo, na avenida Djalma Castro Alves.

A espera

Os agentes demostraram carinho a agente prisional Vivian Cristina, mas também esperança e confiança por parte das autoridades envolvidas na investigação e que, mesmo após três meses, almejam uma resposta digna. “O sentimento é de dor, mas a angústia de esperar pela prisão do culpado é maior ainda”, disse um agente prisional.

Falso delegado

Um homem (A.M.F.B.N., 37 anos) bebeu tanto que passou a se sentir um delegado de Polícia Federal. Incorporou o papel de tal forma que chegou a se apresentar para policiais militares como autoridade policial federal e exigiu respeito. Tudo teve início em um restaurante no Shopping Uberaba, onde bebeu tudo e mais um pouco e passou exigir pizzas, porém a cozinha já estava fechada.

Resistência à prisão

O falso delegado da PF se levantou e saiu sem pagar a conta alegando que por ser delegado não iria pagar nada. Foi barrado no estacionamento. Ele reagiu à abordagem e prisão. Os militares tiveram que fazer uso de força física para algemar o “delegado”. Mesmo depois de preso ainda sustentava a mentira. Conclusã foi preso por falsidade ideológica, desobediência e resistência à prisão. O falso delegado se deu mal.

Drogas

A faxineira A.C.A.C., 32 anos, bem que tentou negar que dentro de seu corpo havia algum objeto estranho durante a revista na penitenciária de Uberaba no último sábado. Mesmo sendo avisada que iria ser levada ao hospital, a mulher continuava negando e não se recusou a passar por exame. O médico retirou do ânus uma porção de maconha enrolada em papel de seda que seria levada ao marido, o presidiário Raí Ferreira Rodrigues.

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